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Portal O Tempo ( Últimas Notícias ) - MG - Brasil - 11-10-2015 - 10:37 -   Notícia original Link para notícia
Empresas preferem receber menos a tomar um calote - 3h00

Número de buscas por informações sobre regularização no site da Serasa subiu 59,1%



Queila Ariadne



Inflação alta, renda menor e desemprego significam aumento da inadimplência. Se não está fácil para quem deve, a situação também não é das melhores para quem precisa receber. Seguindo a máxima do "antes pouco do que nada", muitas redes de varejo e bancos estão apostando em políticas de renegociação das dívidas, e os esforços têm dado resultado. Segundo o balanço do Banco Central, de janeiro a agosto, enquanto o total de concessões de crédito subiu 3,2%, o montante das renegociações cresceu 30,7%. Ou seja, os empréstimos gerados nas revisões de dívidas cresceram em um ritmo dez vezes maior.



Com algumas dívidas pendentes, o auxiliar de instalação de fibra ótica Junio Augusto Mayer começou a bater nas portas dos credores, na expectativa de alcançar bons descontos. E está conseguindo. "Eu tinha uma dívida de cerca de R$ 700 na Elmo Calçados. Fui lá, conversei e consegui baixar para três parcelas de R$ 59,60", afirma Mayer.



"Quando a inadimplência é crescente, a disposição dos credores em renegociar aumenta, pois eles estão lidando com um problema que antes não tinham e, portanto, querem buscar uma solução", avalia o economista da Serasa Experian Luiz Rabi.



De acordo com a economista da (-BH) Ana Paula Bastos, mesmo com o cenário econômico adverso, a vontade de pagar as dívidas existe. "Ninguém deve porque quer. As pessoas têm vontade de limpar o nome, pois ninguém quer ficar fora do mercado consumidor", afirma.



Essa vontade de pagar as dívidas é evidenciada na ferramenta Limpa Nome, disponibilizada no site serasaconsumidor.com.br. O número de pessoas que acessaram buscando informações sobre como renegociar dívidas subiu 59,1% neste ano. De janeiro a setembro, foram 11,3 milhões de acessos. Desse total, 1 milhão são mineiros, que respondem por 8,86% das consultas sobre renegociação.



Via internet. O desejo dos credores de receber também é nítido. Há um ano, o Banco do Brasil lançou o Portal de Negociação de Dívidas, para facilitar a vida do cliente que quer pagar os débitos, mas não tem todo o dinheiro na mão. Segundo a assessoria de imprensa do banco, o portal chegou à marca de R$ 1,45 bilhão em contratos de negociação de dívidas via internet. Foram mais de 144 mil clientes que conseguiram descontos ou, pelo menos, aumento de prazo. Por dia, a ferramenta registra em média 584 operações de regularização, com um saldo de repactuação de aproximadamente R$ 6,7 milhões.



Feirão



Oportunidade. Todo ano, a Serasa reúne vários credores dispostos a facilitar as condições de pagamento, com descontos de até 95%. A próxima edição do Feirão Limpa Nome será em novembro.



Limpar o nome fica cada dia mais difícil 



Apesar da disposição dos inadimplentes em limpar o nome e das políticas de renegociação dos credores, a inflação alta, corroendo a renda, dificulta a vida de quem quer pagar suas dívidas. Segundo dados do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) da de Belo Horizonte (/BH), o total de pessoas que realmente conseguiram limpar o nome em agosto deste ano caiu 15,54% em relação ao mesmo período do ano passado. "As pessoas querem pagar, mas com juros tão altos fica muito difícil", avalia a economista da -BH, Ana Paula Bastos. Segundo a Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), só o cartão de crédito tem juros de 350,79% ao ano. "Agora, no fim do ano, as pessoas tendem a aproveitar o 13º para pagar as dívidas e voltar a consumir", afirma. (QA)


Calote de clientes prejudica autônomo  


O marceneiro Leonardo Souza pegou carona na inadimplência alheia. Ele comprou no cartão de crédito cerca de R$ 2.000 em matéria-prima para um serviço pelo qual receberia R$ 4.000, mas levou o cano e teve o nome incluído no Sistema de Proteção ao Crédito (SPC). "O meu nome vai para o SPC, mas e o dele? Para nós, autônomos, é mais difícil se proteger", conta. O calote dado pelo cliente se espalhou como um efeito dominó, pois o marceneiro deixou de pagar outras contas.


Segundo a economista da de Belo Horizonte (-BH), Ana Paula Bastos, os autônomos têm a opção de se cadastrarem no programa do Microempreendedor Individual (MEI). "Assim, é possível emitir nota fiscal e, com ela em mãos, dá para mandar o nome do devedor para o SPC ou então dá para tentar protestar o inadimplente", explica. (QA)



Palavras Chave Encontradas: Câmara de Dirigentes Lojistas, CDL
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