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O Globo Online (RJ) ( Economia ) - RJ - Brasil - 12-10-2015 - 10:13 -   Notícia original Link para notícia
Oferta de AB Inbev pela SAB Miller pode chegar a US$ 106,5 bilhões

Prazo final para negociação entre líderes em cervejas acaba nesta semana


- LONDRES- Na reta final do prazo previsto para a negociação da aquisição da rival SABMiller pela cervejaria belgo- brasileira Anheuser- Busch InBev, a oferta pode aumentar. O valor chegaria a US$ 106,5 bilhões, segundo fontes a par das conversas entre as empresas. Na semana passada, o conselho da SABMiller rejeitou a terceira proposta da AB InBev, de £ 42,15 por ação, o que significaria um negócio de cerca de £ 68 bilhões ( ou US$ 104,22 bilhões).


YVES HERMAN/ REUTERSGigante. União de SABMiller e AB InBev responderia por um terço da produção mundial de cerveja


Segundo uma fonte ouvida pela agência de notícias Reuters, há possibilidade de que a fabricante das cervejas Budweiser e Stella Artois aumente a oferta para algo entre £ 43 e £ 44 por ação. Com base nesta projeção, o valor do negócio chegaria a £ 69,6 bilhões, ou US$ 106,5 bilhões.


O prazo para a última oferta formal acaba às 17h desta quarta- feira, de acordo com os órgãos de regulação britânicos. Segundo as regras de aquisição do Reino Unido, caso a AB InBev desista da proposta, fica impedida de tentar nova negociação por um prazo de seis meses.


A união das duas cervejarias significaria que uma única empresa seria responsável por um terço da produção de cerveja em todo o mundo. Juntas, AB InBev e SABMiller controlariam metade dos lucros do setor. Caso a operação se concretize, o negócio, apelidado de "megabrew" ( megacervejaria, em tradução livre) seria a maior aquisição fechada neste ano.


Como antecipou a coluna de Lauro Jardim, na edição de ontem do GLOBO, o entrave para que a aquisição seja fechada é a posição da família colombiana Santo Domingo, um dos maiores acionistas da SABMiller, junto com o Altria Group, fabricante do Marlboro. Durante meses ocorreram conversas entre os brasileiros da AB InBev, Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira, e os dois acionistas, que detêm, juntos, 41% do capital da cervejaria.


O argumento do clã colombiano era que os US$ 100 bilhões oferecidos inicialmente pela empresa eram pouco para o negócio.


Já a Public Investment Corporation, agência estatal de investimento da África do Sul e quarta maior investidora na SABMiller, tem pressionado a AnheuserBusch InBev para melhorar a oferta, segundo o jornal britânico "Financial Times".


CERVEJAS ARTESANAIS EM ALTA


A SABMiller, por sua vez, anunciou na semana passada um plano de aceleração de corte de custos num total de cerca de US$ 1 bilhão em uma tentativa de convencer seus acionistas de que pode impulsionar sozinha seus resultados. A fabricante de cervejas como Peroni, Grolsch e Pilsner Urquell disse que espera chegar a economias de custos anualizadas de ao menos US$ 1,05 bilhão até 2020. A meta anterior de seu programa de corte de custos, anunciado em maio de 2014, era de US$ 500 milhões até 2018.


A ofensiva da Anheuser- Busch InBev ocorre em um momento de perda de participação das cervejas mais leves no mercado. Números citados pelo jornal americano "Wall Street Journal" da empresa Beer Marketer's Insights mostram que a fatia das marcas comerciais no mercado de cerveja nos Estados Unidos caiu de 35,5% em 2007 para 31,8% no ano passado. Ao mesmo tempo, a participação das marcas artesanais dobrou para 9%.



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