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Isto é Dinheiro online ( Notícias ) - SP - Brasil - 10-10-2015 - 11:41 -   Notícia original Link para notícia
A tábua de salvação dos tablets

Os profetas: (da esq. para a dir.) Nadella, Cook e Pichai apostam em  teclados e canetas para reescrever a história da categoria ( foto: Divulgação)


Em 2010, quando a Apple lançou o iPad, Steve Jobs apresentou o produto como um dispositivo mágico e revolucionário, "bem mais pessoal que um laptop e muito mais poderoso que um smartphone". Na época, Jobs, que morreu um ano depois, apareceu na capa da revista britânica "The Economist" com uma túnica que remetia ao personagem bíblico Moisés, segurando o iPad como se fosse a tábua com os 10 mandamentos. O toque mágico de Jobs mais uma vez funcionou. E, mesmo não sendo pioneiro, o tablet da Apple transformou a nova categoria em um dos principais objetos de desejo dos consumidores.


Mas o encanto com os tablets parece que chegou ao fim. Desde o segundo semestre de 2014, as vendas vêm desacelerando. Entre abril e junho deste ano, a queda global foi de 7%, segundo a consultoria americana de tecnologia IDC, que projeta um recuo de 8% para 2015 e um avanço tímido até 2019, bem distante do que o entusiasmo dos primeiros anos sugeria. Mas nem tudo está perdido. A tábua de salvação da categoria pode vir de onde menos se esperava: o mercado corporativo. No espaço de um mês, três anúncios de empresas ícones de tecnologia reforçaram essa tese.


"Hoje, temos a maior novidade do iPad desde o próprio iPad", afirmou Tim Cook, CEO da Apple, ao introduzir o "gigante" iPad Pro, com tela de 12,9 polegadas, no começo de setembro. No fim do mesmo mês, o executivo indiano Sundar Pichai, no evento de estreia como CEO do Google, apresentou o Pixel C, primeiro tablet desenvolvido inteiramente pelo gigante de buscas.Por sua vez, a Microsoft, do CEO Satya Nadella, completou o trio de novidades, com o Surface Pro 4, na semana passada. Segundo analistas consultados por DINHEIRO, os anúncios atacam justamente um dos principais fatores por trás da retração do segmento, ao lado da falta de inovações em linhas mais recentes.


Vendidos inicialmente como a plataforma móvel ideal de entretenimento para os consumidores, os tablets sofreram com a ascensão dos smartphones de tela grande. Como resposta a essa tendência, os três novos modelos acrescentam recursos que os aproximam dos escritórios. Sem perder de vista a mobilidade, os tablets combinam configurações robustas, muito mais próximas de um PC, com acessórios de produtividade, como teclados, canetas digitais e aplicativos para fins profissionais. "Esses modelos são um tablet quando você quer e um notebook quando você precisa", diz Reinaldo Sakis, gerente de pesquisas da IDC no Brasil.


Apesar de ressaltar a participação ainda incipiente do mercado empresarial nas vendas de tablets no Brasil, Sakis destaca o salto de representatividade de 5% para 10% nos últimos doze meses. "É o segmento que está direcionando as vendas e que surge como alternativa para a retomada da categoria", afirma o analista, que cita segmentos como saúde, varejo e finanças como os que estão liderando a adoção de tablets no Brasil. A perspectiva otimista se estende ao contexto global.


Segundo a consultoria americana de tecnologia Forrester Research, as vendas de tablets corporativos vão sair de uma participação de 6% do mercado total, em 2010, para 20%, em 2018. Em relatório, J.P. Gownder, vice-presidente da consultoria, destaca que os tablets da Apple, conhecida por liderar as inovações em software, e da Microsoft, com o apoio do Windows 10, serão o padrão nos escritórios. "Mas o preço mais acessível e as ofertas de segurança vão manter o Google na disputa."


Para Roger Kay, analista da consultoria de tecnologia americana Endpoint Technologies Associates, a Microsoft sai na frente nessa corrida. E não apenas por ter lançado o primeiro Surface, em 2012, mas pelo fato de que muitas empresas já usam os seus programas, como o Windows e o Office, há vários anos. "É uma vantagem considerável ganhar tração a partir dessa base", afirma. Ele acrescenta que o setor corporativo exige soluções adaptadas para cada empresa ou indústria. "Esse é um desafio para a Apple, que não é conhecida pela customização."


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