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Estado de Minas Online ( Economia ) - MG - Brasil - 08-10-2015 - 08:13 -   Notícia original Link para notícia
Gás de cozinha coloca fogo no custo de vida

Com alta do produto, inflação passa de 0,22% em agosto para 0,54% em setembro. No ano, IPCA chega a 7,64%, a maior taxa no período desde 2003. Alta da gasolina vai pesar agora



Dono do restaurante Novo Sabor, Saulo Santa lembra que, além do botijão, energia e carne estão mais carasDepois de dois meses consecutivos de desaceleração, a inflação no Brasil retoma o ritmo de crescimento sob o efeito de itens administrados. O reajuste do gás de cozinha teve forte influência na composição do IPCA em setembro. O índice encerrou o período com elevação de 0,54% em relação a agosto, quando o aumento havia sido de 0,22%. Com o resultado, o acumulado no ano soma 7,64%, variação mais alta entre janeiro e setembro desde 2003. No próximo mês, deve ser percebido o reajuste dos combustíveis no cálculo do indicador, outro grupo com grande impacto sobre os gastos das famílias.

O conjunto com maior peso sobre a inflação em setembro foi habitação. Os componentes do grupo representaram 0,2 ponto percentual da variação de 0,54%. Segundo o IBGE, a variação está associada a variações nas taxas de água e esgoto de algumas das cidades pesquisadas. Em Curitiba, por exemplo, o reajuste foi de 7%. Também houve aumento em São Paulo, Vitória e Rio de Janeiro.

Outro item com peso significativo na composição da inflação do mês passado foi o reajuste do gás de cozinha. Segundo o IBGE, "o gás liquefeito de petróleo para uso residencial ficou 12,98% mais caro nos pontos de distribuição ao consumidor, percentual inferior ao reajuste de 15% autorizado pela Petrobras nas refinarias, com vigência a partir de 1º de setembro". O produto tem peso de 1,07% nos cálculos do IPCA, tendo sido a principal influência sobre o total do índice, de 0,14 ponto percentual (26% da variação de setembro).

"O gás é mais um funcionário", afirma o dono do restaurante Fonte Nova, Saulo Santana. Segundo ele, o custo do produto é "muito significativo" sobre as despesas do estabelecimento. Ele explica ser necessário adotar formas de reduzir os gastos, principalmente por ser inviável repassar o aumento por causa da queda de clientes. "Preciso de mais funcionários, mas não posso contratar. Acabo sobrecarregando um pouco a equipe", afirma. Segundo Santana, até buscar o botijão na distribuidora para reduzir o valor ele já faz.

No restaurante Novo Sabor, depois do corte de funcionários, o proprietário tem ajudado nos afazeres do dia a dia. "Além do gás, a energia subiu muito; carne subiu demais e o pessoal está trazendo comida de casa", afirma o proprietário Paulo César Silva Damasceno.

GASOLINA Assim como o gás de cozinha, outro item com forte peso sobre a inflação deve pesar no próximo mês: o combustível. No último dia do mês passado, a Petrobras reajustou os preços da gasolina (6%) e do diesel (4%). O conjunto combustível representa 4,92% do IPCA, sendo que apenas a gasolina tem peso de 3,86% no cálculo do índice por ter influência sobre indireta sobre transportes e outros componentes.

"É provável que seja demonstrado no próximo (indicador)", afirma a analista do IBGE, Luciene Longo, sobre o aparecimento do reajuste da gasolina na pauta. "Os dois itens compõe outros gastos. O gás aumenta e leva o custo da refeição fora de casa e de lanchonetes. Mas depende de como será repassado pelos estabelecimentos ao consumidor", afirma a analista.

Ao se analisar o IPCA individual de cada uma das 13 regiões metropolitanas, cinco delas apresentam variação superior a dois dígitos no acumulado de 12 meses (Goiânia, São Paulo, Porto Alegre, Curitiba e Rio de Janeiro). O indicador da Grande BH somou 8,84% no mesmo intervalo. Em setembro, a variação foi de 0,39% ante 0,1% em agosto. Um aspecto curioso é o recuo do índice ônibus urbanos devido à reviravolta na disputa judicial das passagens. O bilhete passou de R$ 3,40 para R$ 3,10. Com isso, houve queda de 0,9% no item que integra a inflação.


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