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Diário do Comércio online - BH (MG) ( Economia ) - MG - Brasil - 01-10-2015 - 08:30 -   Notícia original Link para notícia
Receita em MG sobe 1,6% em agosto

Já no acumulado deste ano, faturamento caiu 14,1% em relação ao mesmo intervalo de 2014


Apesar de ter registrado aumento de 1,6% no faturamento em agosto na comparação com julho, o setor industrial mineiro vem amargando resultados negativos ao longo deste ano. Prova disso é que no acumulado dos oito primeiros meses de 2015, o indicador recuou 14,1% em relação ao mesmo intervalo do exercício passado, conforme a Pesquisa Indicadores Industriais (Index), divulgada ontem pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg).

Além disso, as demissões no setor continuam a crescer. Diante desse cenário negativo, a entidade revisou para baixo as projeções para a receita da indústria neste ano, passando de uma queda de 6,1% para uma retração de 13,1%.

Pela segunda vez consecutiva, o faturamento aumentou. Mas, de acordo com a economista da Fiemg, Annelise Fonseca, o resultado de agosto não representa uma tendência de reversão do quadro atual. Um dos fatores que pode explicar o desempenho, considerado pontual, é o fato de, historicamente, o ritmo das atividades ser maior no início do segundo semestre, uma vez que as empresas começam a atender os pedidos de fim de ano.

Dessa forma, os resultados negativos deverão ser mantidos no restante do exercício, o que levou a federação a revisar suas estimativas. Além do faturamento, a entidade estima um resultado ainda pior para a produção do que o previsto inicialmente (-4,8%). Conforme a nova projeção, o indicador deverá recuar 7,6% em 2015 em relação a 2014.

Annelise Fonseca explica que a queda significativa na receita do setor em Minas é fruto do momento enfrentado pelos principais segmentos industriais do Estado. Entre eles, destaca-se a atividade automotiva, que acumula queda de 31,1% no faturamento real entre janeiro e agosto ante igual intervalo do ano passado. Outro setor importante que apresentou retração significativa em sua receita é a indústria de máquinas e equipamentos, com redução de 49,1% na mesma base de comparação.

Ainda conforme o Index, a indústria extrativa, uma das principais do Estado, registrou queda de 15,6% no faturamento em agosto na comparação com julho. Segundo a pesquisa, a retração é explicada pela diminuição das exportações de minério de ferro. "Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), houve decréscimo de 26,5% no valor das exportações da commodity", aponta o relatório.

As demais variáveis não mostraram grandes oscilações, mas refletiram o período de desaquecimento da atividade, com decréscimo de 0,5% no emprego e de 2,3% na massa salarial, o que implicou no recuo de 1,8% no índice de rendimento médio real. As variáveis ligadas à produção - horas trabalhadas (-0,6%) e utilização da capacidade instalada (-0,8) também mostraram redução. Por outro lado, a receita real acumulada nos primeiros oito meses de 2015 caiu 4%, ou seja, melhor que a média da indústria mineira em geral (-14,1%).



A indústria extrativa, uma das mais importantes do Estado, registrou queda de 15,6%, segundo dados do Index/Divulgação


Emprego - Outro destaque negativo na pesquisa divulgada ontem pela Fiemg é a queda sistemática nos níveis de emprego industrial. O indicador recuou 1,1% em agosto na comparação com julho. "Este é o 14º mês consecutivo de retração", afirma a economista da entidade.

Com isso, no acumulado dos oito primeiros meses de 2015, o número de pessoas empregadas na atividade recuou 5,8% em relação ao mesmo intervalo do ano passado. A indústria de veículos automotores, novamente, exerceu a principal influência no resultado negativo. O número de vagas no segmento caiu 12,4% na mesma base de comparação.

Já o número de horas trabalhadas na produção apresentou queda de 9,7% de janeiro a agosto ante igual intervalo do exercício anterior, conforme a pesquisa. Com isso, o nível médio de utilização da capacidade instalada da indústria mineira caiu de 85,4% para 82,8% no período.

A massa salarial real também vem apresentando desempenho negativo em 2015. O indicador recuou 7,8% no acumulado deste ano até agosto na comparação com o mesmo intervalo do ano anterior.

Ainda de acordo com a economista da Fiemg, os efeitos da forte valorização do dólar frente ao real deverão ser sentidos nos resultados de setembro, e os maiores impactos tendem a ser observados nos setores exportadores. Porém, ela lembra que há uma fraca demanda no mercado internacional. " uma via de mão dupla", diz a economista.


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