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Diário do Comércio online - BH (MG) ( Finanças ) - MG - Brasil - 26-09-2015 - 10:21 -   Notícia original Link para notícia
Preço na "porta da fábrica" avança 0,97%

Rio - O Índice de Preços ao Produtor (IPP) registrou alta de 0,97% em agosto, informou na sexta-feira o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em julho, a taxa ficou em 0,72%, conforme dado revisado a partir da incorporação da indústria extrativa no cálculo (na leitura inicial, sem indústria extrativa, o avanço era de 0,68%)

O IPP mede a evolução dos preços de produtos na "porta da fábrica", sem impostos e fretes, de 23 setores da indústria de transformação, além da indústria extrativa. A divulgação de sexta-feira inaugura a inclusão do setor extrativo no IPP.

Considerando apenas a indústria extrativa, houve queda de 8,70% nos preços em agosto, após avanço de 1,86% em julho. Já a indústria de transformação registrou alta de 1,29% no IPP no mês passado, após elevação de 0,68% em julho. Com o resultado, o IPP das indústrias de transformação e extrativa acumula altas de 4,63% no ano e de 7,27% em 12 meses.

Ainda de acordo com o IBGE, o IPP dos bens de capital subiu 2,44% em agosto, após elevação de 1,31% em julho. Nessa categoria, os aviões (que detêm quase 14% do peso) são a principal influência e são impactados diretamente pelo dólar. Com o resultado, a categoria tem alta nos preços de 9,46% no ano e de 14,47% em 12 meses.

Já os bens intermediários tiveram elevação de 0,81% em agosto, contra alta de 0,82% no mês anterior. No ano, a alta chega a 4,58%, enquanto em 12 meses o avanço é de 6,39%. No caso dos bens de consumo, o IPP subiu 0,86% no mês passado, contra avanço de 0,41% em julho, apurou o IBGE. A categoria acumula altas de 3,53% no ano e de 7,01% em 12 meses.



Dólar - A grande desvalorização do real ante o dólar teve forte repercussão sobre os resultados do Índice de Preços ao Produtor em agosto, afirmou na sexta-feira Alexandre Brandão, gerente da pesquisa. Com isso, o indicador subiu 0,97% no mês passado, a maior taxa mensal desde março de 2015, quando o câmbio também pressionou.

Os bens de capital são os mais atingidos pela desvalorização do real, que beirou os 9% no mês passado, destacou Brandão. A alta da categoria chegou a 2,44% em agosto. "Os aviões lideram nessa categoria, porque têm um peso muito grande, 14%. Além disso, o impacto do dólar em preços de aviões é imediato", explicou. Os tratores agrícolas, por sua vez, ficaram mais caros às vésperas da época de compra para a próxima safra. "Tem também uma parte que é exportada e sofre influência do câmbio", disse.

Já os bens de consumo duráveis recebem o impacto do dólar por meio da madeira, matéria-prima usada em diversos móveis, uma vez que os automóveis não têm encontrado espaço para reajustes consideráveis, devido à retração na demanda. "A madeira é uma commodity muito exportada, o preço acaba subindo e isso reflete no setor em que ela é matéria-prima", contou Brandão.

Outro ponto é o fim do programa "Minha Casa Melhor", que antes incentivou produtores a reajustar preços na esteira da demanda maior. "Nesse momento, quando esses programas não têm mais tanto efeito assim, o produto está no negativo", disse o gerente. Mesmo assim, a alta de duráveis ficou em 0,78% no mês passado, após recuos nos preços tanto em junho quanto em julho.


Consumo - Os bens de consumo não duráveis também foram influenciados pelo câmbio, apontou Brandão. O avanço nos preços da categoria foi de 0,88%. "Carnes, suco de laranja e óleo de soja são produtos exportáveis. Então, o efeito câmbio é muito grande. Além disso, no caso da soja, estamos no período de entressafra, em que o preço aumenta", destacou.

Por outro lado, o minério de ferro e o petróleo, mesmo cotados em dólar, tiveram queda nos preços em agosto. Isso porque as cotações das commodities no mercado internacional estão recuando, o que anula o avanço do câmbio, segundo o gerente do IBGE. Mesmo assim, os bens intermediários tiveram alta de 0,81% nos preços em agosto, já que o dólar - mais uma vez - pressionou preços de adubos, celulose e fumo. " um resultado muito marcado pelo câmbio", reforçou Brandão. (AE)


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