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O Globo Online (RJ) ( Economia ) - RJ - Brasil - 25-09-2015 - 09:51 -   Notícia original Link para notícia
BC prevê recessão de 2,7% e alerta para piora fiscal

Previsão anterior era queda de 1,1%. BC atribui agravamento da crise a Orçamento com déficit


- BRASÍLIA E SÃO PAULO- O Banco Central revisou suas projeções e já prevê que a recessão econômica chegará a 2,7% neste ano. A previsão anterior era de retração de 1,1%. No relatório trimestral de inflação, divulgado ontem, o BC atribuiu o aprofundamento da crise econômica e a perda do grau de investimento do Brasil ao envio ao Congresso Nacional, pelo Executivo, do projeto de Orçamento de 2016 com déficit fiscal primário, ou seja, despesas maiores do que as receitas. O relatório traz um alerta: se não houver mudanças na área fiscal, haverá um comprometimento ainda maior da situação econômica do país e aumento da inflação.


"A piora das contas públicas, em relação ao observado no relatório de inflação anterior, e a deterioração da percepção de risco desencadearam a redução da nota de risco soberano. Nesse contexto, medidas que concorram tempestivamente para o reequilíbrio das contas públicas mostram- se fundamentais para a estabilidade macroeconômica e para a retomada da confiança e do nível de atividade", diz trecho do documento.


Na visão do BC, o Orçamento no vermelho desorganizou a economia e atrapalhou o controle dos preços. A estimativa para a inflação oficial de 2015 subiu de 9% para 9,5%. E para 2016 a previsão passou de 4,8% para 5,3%. Com a mudança de projeções, o BC se alinha às estimativas do mercado financeiro, que também espera contração de 2,7% neste ano e inflação de 9,34%, segundo a última pesquisa Focus.


- A deterioração recente das contas afetou percepções, aumentou prêmios de riscos e houve É preciso reverter para o quadro de julho de 2015 e implementar o programa fiscal (...) que é condição essencial para o sucesso dos outros componentes do ajuste - afirmou o diretor de Política Econômica do Banco Central, Luiz Awazu.


AÇÃO PARA CONTER O DÓLAR


No relatório de inflação, primeiro documento oficial divulgado após o rebaixamento do Brasil pela agência de risco S& P, o BC diz que a deterioração fiscal foi responsável pelo


downgrade e que a perspectiva de um novo regime fiscal, implícito na proposta orçamentária para 2016, afetou as expectativas e, de forma significativa, os preços de ativos. Entre eles, está o dólar e sua recente escalada sobre o real.


No relatório, o BC avisa que se o governo não resolver a questão fiscal, o dólar continuará a subir. E a volatilidade e aversão a risco podem contaminar os preços internos de uma forma mais rápida por causa da percepção de que a economia brasileira não vai bem.


- É necessário prosseguir nas políticas anunciadas para separar as causas da volatilidade, dar direção ao mercado e preservar sua funcionalidade - disse Awazu.


Em São Paulo, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, afirmou na noite de ontem que medidas adotadas pelo governo, como realinhamento de preços e cortes de despesas, já estão permitindo um reequilíbrio da economia, apesar do "ruído" que se ouve em outras áreas:


- O Brasil não pode ter ambiguidade fiscal, assim como deve manter- se firme na busca da redução da inflação. Onde há ambiguidade as coisas começam ir à deriva.


O ministro citou o fato de que "pela primeira vez em 10 anos o país está vendo uma contribuição positiva do setor externo". Sem mencionar a turbulência dos mercados, Levy lembrou que "até o início do mês a inflação futura convergia para a meta":


- É importante afirmar que a recuperação da economia já está contratada, mas represada por outros fatores que, confiamos, serão superados.      


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