Patamar é o maior da série histórica iniciada em março de 2011 pelo BC

Na aquisição de veículos pelas pessoas físicas, os juros chegaram a 24,8% anuais/Alisson J. Silva

Brasília - A taxa média de juros no crédito livre subiu de 44,3% ao ano em julho para 45,3% ao ano em agosto, segundo dados divulgados ontem pelo Banco Central (BC). Com isso, a taxa volta a ser a maior da série iniciada em março de 2011. Desde o início de 2015, em todos os meses a taxa de juros tem sido recorde e batido a do mês anterior.

No ano, até o mês passado, a taxa subiu 8,0 pontos percentuais, já que em dezembro de 2014 estava em 37,3% aa. Em 12 meses até agosto, a alta é de 8,3 pontos percentuais.

Para pessoa física, a taxa de juros no crédito livre passou de 59,8% em julho para 61,2% em agosto, também a maior da série histórica. Para pessoa jurídica, houve elevação de 28,0% para 28,5% de julho para agosto.

Entre as principais linhas de crédito livre para pessoa física, o destaque vai para o cheque especial, cuja taxa subiu de 246,9% ao ano em julho para 253,2% ao ano no mês passado. Ao longo de 2015, as taxas cobradas por uma das linhas mais caras que o consumidor pode acessar - perde apenas para o rotativo do cartão de crédito - subiram 52,2 pontos percentuais, já que em dezembro de 2014 o juro médio dessa modalidade estava em 201,0% ao ano.

Já para o crédito pessoal, a taxa total subiu de 49,9% em julho para 50,6% em agosto. No caso de consignado, a taxa ficou estável em 27,8%de julho para agosto. No caso de aquisição de veículos para pessoas físicas, os juros passaram de 24,5% para 24,8% de um mês para outro. A taxa média de juros no crédito total, que também inclui as operações direcionadas, subiu de 28,4% em julho para 29% em agosto.

Entre as principais linhas de crédito livre para pessoa física, o destaque vai para o cheque especial, cuja taxa subiu de 246,9% ao ano em julho para 253,2% ao ano no mês passado. Ao longo de 2015, as taxas cobradas por uma das linhas mais caras que o consumidor pode acessar - perde apenas para o rotativo do cartão de crédito - subiram 52,2 pontos percentuais, já que em dezembro de 2014 o juro médio dessa modalidade estava em 201,0% ao ano.

Já para o crédito pessoal, a taxa total subiu de 49,9% em julho para 50,6% em agosto. No caso de consignado, a taxa ficou estável em 27,8%de julho para agosto. No caso de aquisição de veículos para pessoas físicas, os juros passaram de 24,5% para 24,8% de um mês para outro. A taxa média de juros no crédito total, que também inclui as operações direcionadas, subiu de 28,4% em julho para 29% em agosto.

Inadimplência - A taxa de inadimplência no mercado de crédito com recursos livres ficou estável em agosto em 4,8% ante julho, segundo o Banco Central. Para pessoa física, foi registrado o único aumento nessa comparação, passando de 5,4% para 5,5%. Para as empresas, permaneceu em 4,1% de um mês para o outro. Desde o início do ano, verifica-se uma certa estabilidade no volume de calote ao sistema financeiro.

A inadimplência do crédito direcionado também ficou estável de julho para agosto, em 1,2%. O dado que considera crédito livre mais direcionado mostra inadimplência de 3,1% em agosto ante 3,0% em julho. No crédito livre para pessoa física, a inadimplência no crédito pessoal passou de 3,6% em julho para 3,8% em agosto. No cheque especial, recuou de 14,9% para 13,8% na mesma comparação mensal.

Na aquisição de veículos para pessoas físicas, foi mantida de julho para agosto em 3,9%. Esta taxa está inalterada desde dezembro do ano passado. No cartão de crédito, avançou de 7,5% para 7,6% na mesma comparação.


Spread - O spread bancário médio no crédito livre subiu de 31,5 pontos percentuais em julho para 31,9 pontos em agosto, conforme o BC. Trata-se do maior nível da série histórica iniciada em março de 2011. O spread médio da pessoa física no crédito livre passou de 46,7 ponto percentual para 47,4 ponto percentual. Para pessoa jurídica, o spread médio se manteve em 15,5 ponto percentual no período.

O spread médio do crédito direcionado passou de 3,5 ponto percentual de julho para 3,7 ponto percentual em agosto. O spread médio no crédito total (livre direcionado) subiu de 18,4 ponto para 18,8 ponto percentual no mesmo período de comparação. O BC informou também que a taxa de captação dos bancos no crédito livre ficou aumentou de 12,8% ao ano de julho para 13,4% agosto. (AE)

Alta de 3,6 pontos percentuais no cartão

Brasília - O juro médio total cobrado no cartão de crédito subiu 3,6 pontos percentuais de julho para agosto, conforme o Banco Central (BC). Em janeiro, a instituição passou a incorporar dados sobre esse segmento, que regula desde maio de 2013. Com a alta na margem, a taxa passou de 90,3% ao ano em julho para 93,9% ao ano no mês passado.

O juro do rotativo é o mais elevado desse segmento e também o mais alto entre todas as modalidades avaliadas pelo BC, batendo até mesmo a do cheque especial e rompendo a marca dos 400%. No mês passado, os brasileiros que usaram essa modalidade de crédito pagaram 403,5% ao ano, um recorde.

Na comparação com julho, quanto essa taxa era de 394,7%, houve alta de 8,8 pontos percentuais. No caso do parcelado, ainda dentro de cartão de crédito, o juro aumentou 8,9 pontos de julho para agosto, passando de 120,9% ao ano para 129,8% ao ano.

Estoque - O estoque de operações de crédito do sistema financeiro subiu 0,7% em agosto ante julho e chegou a R$ 3,132 trilhões, informou Banco Central. Nos primeiros oito meses do ano, houve alta de 3,8% e, em 12 meses até agosto, de 9,6%.

Houve aumento de 0,6% para pessoas jurídicas e alta de 0,8% para o consumidor no mês. De janeiro a agosto, a alta está em 2,9% para as empresas e em 4,8% para a pessoa física. No caso do período de 12 meses encerrados no mês passado, as taxas são de crescimento de, respectivamente, 9,2% e 10,1%.

De acordo com a autoridade monetária, o estoque de crédito livre subiu 0,3% no mês, teve alta de 1,5% nos primeiros oito meses de 2015 e de 5,2 % em 12 meses até agosto. Já no caso do direcionado, aumentou 1,1% em agosto ante julho, 6,3% nos primeiros oito meses do ano e 14,7% em 12 meses até agosto.

Estoque para compra veículos diminui 1,3%

Brasília - O estoque de operações de crédito livre para compra de veículos por pessoa física recuou 1,3% de julho para agosto, segundo o Banco Central (BC). Com isso, o total de recursos para aquisição de automóveis por esse grupo de clientes ficou em R$ 168,695 bilhões no mês passado - em julho, o volume foi de R$ 171,003 bilhões. No ano até o mês passado, a queda nesse tipo de crédito é de 8,4% e, em 12 meses até agosto, de 8,6%.

As concessões acumuladas em agosto para financiamento de veículos para pessoa física somaram R$ 6,403 bilhões, o que representa uma queda de 8,5% em relação ao mês anterior (R$ 6,998 bilhões). Em 2015 até agosto, porém, há queda nesse segmento de 9,8% e, em 12 meses, de 4,7%.

Setores - O estoque de crédito aumentou em agosto nos três setores de atividade: agropecuária, indústria e serviços. O crédito para o setor de serviços ficou em R$ 831,098 bilhões em agosto e teve uma alta de 0,5% na comparação com julho. Dentro desse setor, o comércio registrou baixa de 0,4% no período e ficou em R$ 296,556 bilhões no mês passado. Em transporte, subiu 1,4%, com R$ 164,240 bilhões. Na administração pública, houve alta de 1,9% para R$ 113,085 bilhões. A categoria "outros" subiu 0,5% para R$ 257,216 bilhões.

Para a indústria, o crédito avançou 0,5% em agosto, na margem, para R$ 757,349 bilhões. Na construção, houve alta de 0,2%, com um total de R$ 112 bilhões. A indústria de transformação registrou alta de 0,7%, com volume de R$ 456,892 bilhões. Já os serviços industriais de utilidade pública (Siup) ficaram estáveis no mês passado, em R$ 149,306 bilhões. No caso da extrativa, houve uma alta de 2,0% em agosto, para R$ 39,151 bilhões.

Para o setor agropecuário, o crédito subiu 0,3% em agosto ante julho e ficou em R$ 23,248 bilhões. Além dos três setores, o Banco Central registrou alta de 5,5% em agosto no estoque de crédito para pessoa jurídica com sede no exterior e créditos não classificados para R$ 831,098 bilhões. (AE)