Pesquisa mostra que 91,4% descartam reforço nas lojas

Então é Natal. Casa Futuro inaugurou nesta quarta sua temporada de decoração para festas de fim de ano

ludmila pizarro

Os primeiros levantamentos sobre o Natal no comércio da capital mineira em 2015 não são animadores no que se refere ao emprego temporário. Uma pesquisa realizada pela Fecomércio-MG apontou que 91,4% dos entrevistados não pretende contratar mão de obra temporária, e todos que irão contratar pretendem diminuir o número de vagas. É o caso do empresário Fábio Hong, da loja Fab. "Pretendo contratar temporários no fim do ano, mas menos do que contratei em 2014", afirma Fábio que tem lojas em três shoppings da região metropolitana de Belo Horizonte.

A pesquisa aponta que 69,1% não pretendem antecipar ações de Natal para outubro, como era praxe do comércio em anos anteriores. Os empresários ouvidos atuam nos segmentos de vestuário, informática e eletroeletrônicos, perfumaria, livrarias, discos, DVDs, calçados e brinquedos.

Para o economista do Fecomércio-MG Guilherme Almeida, essas decisões refletem a cautela dos lojistas diante do cenário de desaceleração econômica. "O poder de compra diminuiu e o crédito está mais difícil. Isso deixa o consumidor mais cauteloso, adequando o orçamento à nova realidade. Tem muito impacto no planejamento dos lojistas também", avalia.

12 de outubro
Expectativa. Para o dia das crianças, 36% dos lojistas acreditam que as vendas serão piores frente a 2014; 35,1% creem que serão iguais e 28,9% apostam em melhoria, diz a Fecomércio-MG.

Decoração de Natal chega com projetos "mais econômicos"

Os consumidores deverão gastar menos no Natal de 2015. "Meu termômetro são os projetos que a loja faz, e o número deles não caiu neste ano. Pelo contrário, até cresceu. Porém, os projetos estão menores, mais econômicos", conta a empresária Cláudia Travesso, proprietária da Casa Futuro, que já expõe seus produtos de Natal na loja.

A boa notícia é que, segundo Cláudia, o estoque foi adquirido no início do ano e, por isso, a alta do dólar não afetou os preços. "Fiz meu estoque com o dólar próximo de R$ 2. Então os preços não estão distantes dos praticados em 2014", afirma. Por outro lado, a empresária diz que não fará reposição de mercadoria, já que as novas viriam com preços mais altos. Quanto à expectativa de venda, Cláudia diz que "repetir 2014 será uma vitória". Ou seja, sem crescimento de venda. Em 2014, o crescimento no Natal foi de 3,27% frente 2013, segundo a CDLCDL-BH.