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O Globo Online (RJ) ( Economia ) - RJ - Brasil - 23-09-2015 - 09:26 -   Notícia original Link para notícia
Governo tenta evitar que outra agência rebaixe o país

Representantes da Fitch se encontram com equipe econômica. Planejamento vê queda de 2,44% no PIB este ano


- BRASÍLIA- No dia em que representantes da Fitch tiveram quatro reuniões com a cúpula do Ministério da Fazenda - o ministro Joaquim Levy e três secretários -, o gerente institucional do Tesouro Nacional, André Proite, disse que o governo trabalha para eliminar a possibilidade de um novo rebaixamento. Segundo ele, apesar de ser esta a inclinação da Fitch, que colocou o Brasil em perspectiva negativa, muita coisa aconteceu nas últimas duas semanas, após o downgrade da Standard & Poor's ( S& P). Normalmente, antes de revisar a nota de crédito, os representantes das agências visitam os países.


- A gente trabalha para que as informações e as medidas que o governo tomou para a consolidação fiscal sejam entendidas e percebidas como medidas para controlar o nível de endividamento. Esta é principal preocupação. A gente quer que a agência ( Fitch) mude de posição. Não está no nosso controle, mas muita coisa aconteceu nessas duas últimas semanas, depois da decisão da S& P. O governo adotou um conjunto de medidas do lado da arrecadação e do gasto, paraevitar a todo custo três anos seguidos de déficit - disse Proite.


Ele citou o novo pacote de medidas do ajuste fiscal e o compromisso com a meta de superávit primário de 0,7% do Produto Interno Bruto ( PIB) como tentativas de evitar o rebaixamento. Um motivos que levou à perda do selo de bom pagador pela S& P foi o envio ao Congresso do projeto de Orçamento de 2016 com déficit primário. Proite disse que, apesar das perspectivas ruins, não espera um "movimento brusco".


LEILÕES EXTRAS DE TÍTULOS


A visita dos emissários da Fitch coincidiu com a divulgação, pela equipe econômica, do relatório de receitas e despesas do quarto bimestre, que aponta um aprofundamento da recessão. O governo admite uma queda de 2,44% no PIB este ano, em linha com as projeções do mercado. No relatório anterior, de julho, a queda estimada era de 1,49%. Caso o cenário se concretize, será o pior resultado desde 1990, no governo Collor, quando a economia do país recuou 4,3%, após o confisco das aplicações financeiras. A perspectiva para a inflação também piorou: aumentou dos 9% estimados antes para 9,29%.


O governo manteve no relatório a previsão de resultado primário ( total da economia feita para pagar os juros da dívida) para o setor público de 0,15% do PIB em 2015, o equivalente a R$ 5,831 bilhões. O governo pretende arrecadar R$ 1,318 trilhão, pouco menos do que o previsto anteriormente, R$ 1,325 trilhão. As despesas se mantiveram praticamente estáveis: as discricionárias ficaram no mesmo patamar, de R$ 246,8 bilhões, e as obrigatórias tiveram uma redução de apenas R$ 11,3 milhões e estão estimadas em R$ 858,838 bilhões.


Conforme o relatório, "os primeiros dois quadrimestres foram desafiadores para a economia brasileira e para as contas públicas. Em função de vários choques que ocorreram desde o final de 2014, o cenário macroeconômico mostrou- se adverso, levando à grande frustração da estimativa de receitas". Na nota, o Ministério do Planejamento afirma que "após a verificação de um déficit primário significativo em 2014, a busca de um superávit primário, ainda que limitado, é importante para evitar o aprofundamento da percepção negativa dos agentes econômicos quanto à sustentabilidade da dívida pública".


Em outra frente, o coordenadorgeral de Operações da Dívida Pública do Tesouro Nacional, José Franco, convocou a imprensa para explicar os leilões extraordinários de títulos realizados nos últimos dias com o objetivo de manter a estabilidade das taxas de juros:


- Eu queria reforçar a mensagem de que o caixa do Tesouro está em situação bastante confortável e pode dar o suporte necessário para manter a estabilidade nas taxas dos títulos públicos.      


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