À frente do Iguatemi, maior grupo brasileiro de shopping centers de luxo, com 17 endereços no País, o empresário Carlos Jereissati Filho resistiu bravamente, no final da década passada, ao apelo da chamada classe média emergente. "Decidimos permanecer exclusivamente no mercado de alta renda, mais imune às crises e aos solavancos da economia", diz Jereissati. Sábia decisão. Neste ano, é certo, o grupo, que reduziu o volume de investimentos ( R$ 159 milhões, contra R$ 703 milhões, em 2014) não irá repetir o desempenho recente, marcado por taxas de crescimento anual de dois dígitos. Mesmo assim, os resultados do primeiro semestre foram positivos, acima da inflação: o faturamento das lojas chegou a R$ 5,2 bilhões, aumento de 9,1%. Segundo ele, além da resiliência dos mais abonados, a valorização do dólar acabou contribuindo para o bom desempenho, pois ficou mais atrativo fazer as compras de grifes famosas no Brasil, do que no exterior. "Miami, agora é aqui", diz o CEO, que inaugura nesta semana, no Iguatemi de São Paulo uma loja da Cartier. Até o final do ano, será a vez de outra francesa, a Yves Saint-Laurent.
(Nota publicada na Edição 932 da Revista Dinheiro com colaboração:Com Carlos Eduardo Vali, Hugo Cilo e Márcio Kroehn)
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