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Portal EM ( Economia ) - MG - Brasil - 03-09-2015 - 11:37 -   Notícia original Link para notícia
Depois de sete altas consecutivas, Copom mantém Selic em 14,25% ao ano - 6h00

Brasília - O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central manteve a taxa básica da economia (Selic) em 14,25% ao ano. Com isso, os juros seguem no patamar mais elevado desde agosto de 2006, ou seja, em nove anos. A decisão foi unânime entre os nove diretores do órgão, de acordo com o comunicado emitido após o segundo dia de reunião iniciada às 16h59 e concluída às 20h17. Nele, o BC manteve a sinalização do comunicado anterior de que pretende manter esse nível de juros "por um período suficientemente prolongado" para a convergência da inflação para a meta (de 4,5% ao ano) no fim de 2016. "Isso significa que os juros devem se manter nesse patamar nos próximos seis a nove meses e uma curva de queda só deverá ocorrer a partir do segundo semestre do próximo ano", explicou a economista Alessandra Ribeiro, da consultoria Tendências, lembrando que o recente dado da piora da atividade industrial corrobora para a expectativa de forte desaceleração da economia neste ano.

Essa decisão do Copom interrompeu o ciclo de alta da Selic, retomado em outubro de 2014, logo após as eleições, que vinha elevando a taxa por sete vezes consecutivas. Naquele mês, o Comitê elevou os juros de 11% para 11,25% ao ano. A manutenção da Selic em 14,25% ao ano era esperada pela maioria dos economistas do mercado e foi considerada "acertada" pelos especialistas e pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). De acordo com a entidade, o elevado nível da Selic, "contribui para a deterioração da atividade econômica, com impacto no mercado de trabalho e na renda das famílias, afetando a dinâmica futura da inflação".

O presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Olavo Machado, recebeu a notícia da manutenção da Selic com "sentimento de alívio". Para ele, a taxa já atingiu um patamar "excessivamente elevado e incompatível com a retomada do crescimento econômico". "Melhor seria a redução imediata dos juros, dada a agonizante situação do país", pondera. O presidente da de Belo Horizonte (/BH), , observa que manter os juros em 14,25% ao ano pode ser um instrumento para tentar conter a inflação, mas se tornou "um fator de preocupação para o comércio, pois afeta um dos principais pilares do consumo: o crédito". Para ele, essas medidas de controle do custo de vida deveriam ser menos onerosas para o setor produtivo. Falci espera que o governo não surpreenda os comerciantes com novas altas da Selic nos próximos meses.


MENOS RUÍDOS Na avaliação do diretor do Departamento de Pesquisas Econômicas do Bradesco, Octavio de Barros, qualquer mudança agora teria um desgaste maior porque o BC havia sinalizado na última reunião que deveria manter a taxa. "A decisão foi a mais correta, evidentemente, porque trás menos ruído a um momento tão complexo como o que estamos atravessando. Qualquer mudança ia gerar mais volatilidade dos agentes", explicou.

Para o diretor do Grupo de Pesquisas Econômicas para América Latina do Goldman Sachs, Alberto Ramos, como houve uma forte mudança no câmbio desde a última reunião do Copom devido à piora no cenário político e econômico, o BC precisa analisar com mais calma todos os dados antes de tomar uma decisão sobre mudanças. Ele lembrou que a política monetária está bastante restritiva e, a área fiscal ainda está muito ruim, especialmente, depois de o governo divulgar nesta semana um Orçamento com déficit de R$ 30,5 bilhões para 2016.


Palavras Chave Encontradas: Bruno Falci, Câmara de Dirigentes Lojistas, CDL
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