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O Globo Online (RJ) ( Economia ) - RJ - Brasil - 29-08-2015 - 11:20 -   Notícia original Link para notícia
Oposição vê no PIB 'desastre econômico', ministro Levy se cala

Dilma diz que país vai superar crise 'sem nadinha de amargura ou de ódio'


Enquanto líderes da oposição classificaram a queda do Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre de "desastre econômico" e o cenário atual de "terra arrasada", a equipe econômica silenciou. Procurado, o Palácio do Planalto informou que caberia ao Ministério da Fazenda se manifestar sobre o resultado. Mas, no Rio, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, não quis fazer comentários. E, no Ceará, a presidente Dilma Rousseff disse apenas que o país iria superar a crise "sem nadinha de amargura ou de ódio".


Para o presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), a queda do PIB no segundo trimestre traduz o "desastre econômico" em curso no Brasil. "O país cresce menos que quase todos os países do mundo, tem uma das mais altas taxas de inflação entre as economias minimamente organizadas e pratica as maiores taxas de juros do planeta. Quem fingiu não saber da crise, hoje finge que governa", disse ele, em nota.


'DERRUBOU ATÉ AGROPECUÁRIA'


Para o líder do PSDB na Câmara, Carlos Sampaio (SP), os dados só confirmam o que os brasileiros já vinham sentindo na pele. Segundo ele, trata-se de um atestado de incompetência do governo Dilma.


"A recessão técnica é apenas a constatação de uma realidade que os brasileiros enfrentam há muito tempo, com redução em suas rendas e perda de seus empregos. E a única reação da presidente Dilma é dizer que não sabia da gravidade da crise e tentar arrancar cada vez mais dinheiro da sociedade. É um governo falido, que em vez de tirar o país da crise, a agrava cada vez mais com sua inoperância e incompetência. É como se o país fosse uma aeronave no meio de uma tempestade, sem rota definida e sem comandante. Os brasileiros não merecem isso", afirmou Sampaio, também por meio de nota.


Para o líder do DEM no Senado, Ronaldo Caiado (GO), o resultado é preocupante, principalmente pela agropecuária, que demonstrava vigor mesmo com a crise econômica, mas já apresenta retração de 2,7% quando comparada ao trimestre anterior. "Dilma conseguiu derrubar até a agropecuária, conforme havíamos alertado. O cenário é de terra arrasada para esse e para o próximo ano. Indústria, investimentos, consumo das famílias, tudo ladeira abaixo. E adivinha o que subiu? O consumo do governo. Os avanços dos últimos anos na economia estão seriamente comprometidos e esse governo não tem condições nem capacidade de mudar esse cenário", avaliou Caiado, também em um comunicado.


Já o líder do governo no Senado, Delcídio Amaral (PT-MS), demonstrou preocupação com a rapidez da desaceleração:


- Essa queda é preocupante. A economia freou rápido demais. É uma frenagem exagerada da economia. Uma desaceleração preocupante.


Em Caucaia, no Ceará, a presidente Dilma Rousseff entregou unidades habitacionais do programa Minha Casa, Minha Vida. Na solenidade pediu "muito amor no coração" para o Brasil vencer as dificuldades.


"O Brasil, hoje, é um país democrático e um país que sabe superar suas dificuldades. Como todos os países do mundo, nós temos a garra de superar as nossas dificuldades. Mas tem uma característica especial: nós superamos isso com muita esperança e muito amor no coração, e com nadinha de amargura ou de ódio. Nós somos um país tolerante, que respeita os outros e que quer ver seus filhos e filhas sendo criados em um mundo de paz", declarou a presidente.


AGENDA CHEIA, BOCA FECHADA



O silêncio foi ainda mais contundente por parte do ministro da Fazenda, Joaquim Levy. Com agenda cheia no Rio, ele se encontrou com a cúpula da ABInbev no início da tarde e, em seguida, reuniu-se com o presidente da Casa da Moeda. Os encontros foram em seu gabinete no Centro do Rio, onde fica o Ministério da Fazenda. Levy chegou ao Rio por volta das 11h e deixou o ministério às 19h55m. E se recusou a falar com a imprensa.      


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