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O Globo Online (RJ) ( Economia ) - RJ - Brasil - 27-08-2015 - 09:27 -   Notícia original Link para notícia
Bovespa se recupera e fecha na maior alta do ano, de 3,35%

Desempenho dos bancos e bom humor em Wall Street puxam resultado


-SÃO PAULO- Apesar de um pregão de forte volatilidade, os investidores aproveitaram o bom humor nos Estados Unidos para comprar ações consideradas baratas - o que fez a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) ter uma forte alta. O Ibovespa subiu 3,35%, aos 46.038 pontos, na maior alta registrada este ano. A reação da Bolsa brasileira foi sustentada pela disparada dos índices americanos e ganhos fortes de bancos brasileiros, depois de uma comissão no Congresso Nacional aprovar um aumento menor, fracionado, da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) sobre instituições financeira.



ANDREW BURTON/AFP Bom humor. Analista observa a movimentação na Bolsa de Nova York: recuperação com dados positivos dos EUA


- A Bovespa já caiu muito, mas sempre tem algum espaço para subir e está acompanhando o mercado dos Estados Unidos. Além disso, os investidores estão de olho no que pode ocorrer a curto prazo na China, e isso tende a deixar os mercados mais sensíveis - disse Adriano Moreno, estrategista da Futura Invest.


Nos Estados Unidos, o índice Dow Jones avançou 3,95%, e o S&P subiu 3,9%, maior alta em um único pregão desde novembro de 2011, após uma sequência de seis quedas consecutivas. Foi um pregão de recuperação. Além disso, dados que apontam uma melhora da economia americana, como o aumento dos pedidos de bens duráveis, e ao mesmo tempo, a expectativa de que o Federal Reserve (Fed, o BC americano) não irá subir os juros em setembro estimularam esse movimento de ajuste.


EM XANGAI, BOLSA CAI MENOS: 1,27%


As declarações do presidente do Fed de Nova York, William Dudley, para quem é pouco provável o início da alta dos juros no próximo mês, ajudaram nessa correção - assim como também colaboraram para o enfraquecimento da moeda americana. O dólar comercial fechou em leve queda no Brasil, após três pregões consecutivos de alta. A divisa terminou o pregão cotada a R$ 3,60 frente ao real, pequena desvalorização de 0,16%.


No entanto, o temor de uma forte desaceleração da China, segunda maior economia do mundo, e seus efeitos na atividade global, faz com que os investidores fiquem mais receosos e avessos ao risco, o que deixa os negócios mais voláteis. Ontem, a Bolsa de Xangai caiu pelo terceiro dia, com um recuo de 1,27%. Foi o primeiro pregão, nos mercados asiáticos, após Pequim ter adotado medidas adicionais de estímulos à economia, com corte de juros e de taxas de compulsórios (depósitos que os bancos são obrigados a reter no BC). Por isso, a queda de ontem em Xangai foi bem menor do que nos dias anteriores - na segunda-feira e na terça-feira, o pregão recuou 8,5% e 7,63%, respectivamente.


Em São Paulo, os bancos, que têm o maior peso na composição do Ibovespa, ajudaram a puxar a alta após a aprovação, em comissão do Senado , de projeto que aumenta a alíquota da CSLL para instituições financeiras, de 15% para 20% até 2018. A proposta inicial era de um aumento de 23% por tempo indeterminado. As ações preferenciais (PNs, sem direito a voto) do Itaú Unibanco fecharam em alta de 6,04%, e as do Bradesco tiveram valorização de 4,92%. No caso do Banco do Brasil, os papéis subiram 4,91%.


Ricardo Galhardo, gerente de câmbio da Treviso Corretora, ressalta que a instabilidade política e econômica tem elevado a volatilidade no mercado de câmbio e pressionado a moeda. Pela manhã, a cotação chegou à máxima de R$ 3,657:


- A tensão política arrefeceu no final do pregão. A questão externa, com a maior desaceleração da China, já está no preço do dólar. O que tem contribuído para a volatilidade é a instabilidade interna.


Raphael Figueredo, da Clear Corretora, concorda que a política continuará dando o tom, apesar do arrefecimento deste pregão.


- O dólar sobe muito pela aversão ao risco. Há uma apreensão do ponto de vista político, com novas investigações de corrupção, e os investidores podem estar antecipando isso. É um movimento de proteção - disse.


Para Jefferson Luiz Rugik, analista da Correparti Corretora de Câmbio, o adiamento por 15 dias do julgamento das contas da presidente Dilma Rousseff pelo Tribuntal de Contas da União (TCU) também ajudou a retirar pressão do dólar.      


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