Leitura de notícia
O Globo Online (RJ) ( Economia ) - RJ - Brasil - 24-08-2015 - 09:20 -   Notícia original Link para notícia
Salários cortados e lojas fechadas

Medidas de ajuste das prefeituras de Carapebus e Campos afetam do varejo ao carnaval


- CARAPEBUS E CAMPOS-



LEMOS Carnaval.


Com menos de 15 mil habitantes, a cidade de Carapebus, no Norte Fluminense, vive à moda antiga. Quando dá meio-dia, as pessoas param de trabalhar e almoçam em casa, retornando ao batente uma ou duas horas depois. Quem recebe tíquete-alimentação acaba usando-o para fazer as compras do mês. Em março, quando a prefeitura sofria com a queda de receita dos royalties, uma das medidas de contenção de gastos foi o corte do benefício.


O efeito imediato da medida foi a queda nas vendas dos mercados. Em Carapebus, 70% dos moradores são funcionários públicos. É como se, de repente, dois terços da população tivessem perdido aquele dinheiro reservado para a compra de alimentos.


- O giro caiu muito. O jeito tem sido fazer promoções e sorteio de vale-compras - diz Roberta Almeida, fiscal do Mercado Tavares.


Apesar de não produzir pe-


Sérgio e as fantasias encalhadas com cancelamento da festa tróleo, a cidade é uma das mais dependentes dos royalties. As transferências - incluindo royalties e outros repasses - representam 90% da receita do município. Só os royalties respondem por 65% do orçamento.


Além da suspensão do tíquete-alimentação, que vale por 180 dias, a prefeitura reduziu em 10% os salários de quem ganha acima de R$ 2.500, exonerou quatro secretários e diminuiu o expediente em duas horas.


No salão de Marlene Peçanha, a manicure e a esteticista pediram as contas em dezem-


FERNANDO bro. Para cortar custos, ela resolveu assumir os serviços.


- Corto, faço escova e faço a unha quando dá - diz Marlene, que também está montando um brechó na entrada do salão para ganhar mais uma graninha.


Em Campos, sobrou até para os carnavalescos. Com a queda na receita de royalties - que já é de 45% nos primeiros sete meses do ano ante igual período do ano passado -, o carnaval fora de época da cidade, que costuma ser no fim de abril ou início de maio, foi cancelado. Várias agremiações, que vinham se preparando para a festa e contando com o apoio do município, ficaram no prejuízo.


- Estou com fantasias e alegorias encalhadas - diz Sérgio Viana, da escola Boi Sapatão, cuja dívida com fornecedores é de R$ 35 mil.


Segundo ele, a prefeitura tinha se comprometido a apoiar a festa com R$ 190 mil, para escolas e blocos. O secretário de controle e orçamento de Campos, Suledil Bernardino, não confirma valores, mas reconhece que a prefeitura teve que cancelar a festa por falta de verba.


No comércio, a queda nas vendas já está levando empresários a fechar portas. Desde o ano passado, o empresário Fenando Loureiro passou o ponto de quatro lojas e reduziu o número de funcionários de 28 para 15.


-Há uma insegurança financeira. As pessoas não querem gastar.      


Nenhuma palavra chave encontrada.
O conteúdo acima foi reproduzido conforme o original, com informações e opiniões de responsabilidade da fonte (veículo especificado acima).
© Copyright. Interclip - Monitoramento de Notícias. Todos os direitos reservados, 2013.