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Edição do Brasil Online - MG ( Colunas ) - MG - Brasil - 23-08-2015 - 10:32 -   Notícia original Link para notícia
Bruno Falci - Desafios da busca pela mão de obra qualificada

Encontrar mão de obra qualificada no mercado de trabalho está entre os maiores desafios de todo empresário. No varejo, a rotatividade de profissionais é grande. Os problemas são variados e eles vão do cumprimento do horário de trabalho até a base educacional dos empregados. É comum encontrar candidatos com dificuldades básicas de aprendizado, como interpretar textos e até mesmo fazer contas. Na tentativa de minimizar esses obstáculos, muitas empresas se veem obrigadas a investir em treinamentos e capacitação de funcionários, ainda que isso implique em elevação dos custos num primeiro momento.


Um estudo sobre carência de profissionais no Brasil, realizado pela Fundação Dom Cabral entre os anos de 2010 e 2013, ouviu 167 empresas de diversos setores da economia do país. Divulgada em 2014, a pesquisa revelou que 91% das empresas encontram problemas na hora de preencher seus quadros. Segundo o levantamento, os motivos que mais dificultam a contratação de mão de obra são a escassez de profissionais capacitados (83,23%) e a deficiência na formação básica (58,08%). Esses índices explicam por que metade das companhias analisadas afirma ser necessário treinar entre 41% e 80% dos funcionários recém-contratados. Ou por que 60% delas estão flexibilizando ao contratar profissionais de nível técnico, abrindo mão de experiência (51%) e habilidade (13%).


Se há anos esse panorama vem se repetindo, talvez seja necessário rever e tornar mais rigoroso o processo de recrutamento, transformando a gestão de pessoas em uma meta constante da empresa. Antes de tudo, é preciso muita atenção aos pré-requisitos que se está buscando, definir que tipo de profissional se encaixa ao perfil do negócio e, se necessário, investir em capacitação e motivação dos funcionários.


Parece óbvio, mas, de acordo com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Minas Gerais - Sebrae Minas, um dos principais erros cometidos por empresários está justamente em não estabelecer claramente o tipo de funcionário que se almeja contratar. E isso ocorre, em muitos casos, porque o foco do empreendedor está somente no salário mais baixo que ele pode pagar e não no currículo do candidato. Essa política implica no "barato que sai caro", uma vez que a economia vem apenas num primeiro momento. Em médio prazo, a baixa produtividade, falta de qualidade, ausências e pequeno tempo de permanência do funcionário resultarão num gasto muito maior para a empresa.


É preciso entender que, se contratar o profissional ideal está difícil, é necessário buscar alternativas. E elas podem estar tanto na capacitação da equipe quanto em sua motivação. Investir em cursos e aperfeiçoamentos gera custos, claro. Mas o retorno de um funcionário bem preparado e proativo pode compensar rapidamente o investimento. Outro ponto importante: empregado satisfeito e comprometido com suas funções não é só aquele que recebe aumento de salário. Os benefícios estão também no bom ambiente de trabalho e no reconhecimento por fazer parte dos resultados da empresa. É importante que o empresário dialogue com seus funcionários e entenda o que os motiva.


Talvez, criatividade seja a palavra-chave para os empresários neste momento. É preciso muito jogo de cintura para lidar não só com os problemas de mão de obra qualificada, como com as adversidades da crise econômica. Pensar em gastos com qualificação num momento tão instável - de juros e inflação altos e queda nas vendas do varejo, pode parecer contraditório, mas se faz necessário.


 


*Presidente da Câmara de Dirigentes
Lojistas de Belo Horizonte (/BH
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