Leitura de notícia
Estadão ( Economia ) - SP - Brasil - 21-08-2015 - 09:20 -   Notícia original Link para notícia
IBC-Br confirma a queda acentuada da economia

A recessão tornou-se nítida. Quase todos os indicadores divulgados nas últimas semanas, apontando para a queda do ritmo da atividade da indústria, do comércio e dos serviços (a exceção é o agronegócio), foram confirmados pelo Índice de Atividade Econômica do Banco Central, o IBC-Br, que registrou, em números dessazonalizados, uma queda de 0,58% em junho, 2,58% no ano em relação a igual período de 2014 e 1,64% nos últimos 12 meses, comparados aos 12 meses anteriores. 



Os dados do Banco Central (BC) não se confundem com os indicadores oficiais do comportamento do PIB apurados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a serem divulgados na semana que vem. Mas dão uma ideia bastante precisa da gravidade da situação.



Repetido em dois trimestres consecutivos, o quadro recessivo constatado pelo BC confirmou estudos feitos na área privada. O Comitê de Datação de Ciclos Econômicos, da Fundação Getúlio Vargas, por exemplo, mostrou que a recessão começou, de fato, no segundo trimestre do ano passado e deverá ser mais longa que a de 2008, mas não necessariamente será mais intensa.



Na melhor das hipóteses, a recessão constatada pelo BC no segundo trimestre deste ano indica "o fundo do poço", como notou o economista-chefe do Itaú Unibanco, Ilan Goldfajn, ao serviço de notícias Broadcast, da Agência Estado.



O ajuste cambial, o realinhamento dos preços administrados e a redução do endividamento das empresas tornarão mais provável a retomada futura da economia, segundo Goldfajn. O Itaú calcula que o PIB caiu 1,1% entre maio e junho, estima em 2,3% a queda do PIB neste ano e em 1% a queda em 2016. O último boletim Focus do BC, baseado nas premissas dos agentes privados, indicou uma queda do PIB de 2% neste ano e de 0,1% em 2016.



A intensidade da queda do PIB parece ter sido fator determinante para a retomada de práticas que não tiveram êxito no passado, como a política de crédito favorecido propiciado por bancos públicos para setores econômicos escolhidos, que contribuiu para a erosão fiscal visível nos últimos anos.



O problema que se apresenta é saber em que medida a tentativa de atenuar a queda do produto tornará ainda mais longo o processo recessivo. Se o resultado for a diminuição da já escassa confiança dos agentes econômicos na política do governo, a probabilidade de recessão longa será maior. 


Nenhuma palavra chave encontrada.
O conteúdo acima foi reproduzido conforme o original, com informações e opiniões de responsabilidade da fonte (veículo especificado acima).
© Copyright. Interclip - Monitoramento de Notícias. Todos os direitos reservados, 2013.