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Valor Online ( Empresa ) - SP - Brasil - 20-08-2015 - 10:22 -   Notícia original Link para notícia
Perfil de baixo risco ajuda na contratação de crédito

Por Leonor Bueno | Para o Valor, de São Paulo


Diante do enfraquecimento da economia brasileira e do aumento da inadimplência empresarial, as instituições financeiras revisam estratégias para financiamento de pequenos negócios e reforçam o foco na área de franquias por avaliarem a atividade como de risco mais baixo. "O nível de organização do setor se eleva a cada ano e tem impacto positivo na qualidade do crédito", comenta Ilton Schwaab, diretor de micro e pequenas empresas do Banco do Brasil. "Há uma seleção natural já feita pelo franqueador e mais segurança creditícia", afirma Antonio Gualberto Diniz, diretor do Bradesco.


Como é regra nas operações de crédito às franquias, os bancos mantêm parcerias com franqueadores para apoiar movimentos estratégicos das redes, seja na abertura de lojas em localidades pré-definidas como na remodelagem de instalações ou layout. Mas, nem todos têm linha específica para as franquias e os financiamentos para novos empreendedores dessas cadeias ganham mais espaço, ultimamente, nas linhas direcionadas para pequenas e médias empresas.



Na Caixa, a linha BCD Franquias tem procura elevada por financiar a abertura de lojas, informa José Ricardo Martins da Veiga, superintendente da área de middle market. "Analisamos a proposta do empreendedor enquanto ainda é pessoa física. O crédito é liberado concomitantemente à abertura do CNPJ", relata. A instituição também é flexível em relação ao histórico e extensão das redes. A exigência é de que a marca esteja posicionada no mercado há pelo menos um ano, mas não precisa ter um volume grande de unidades instaladas, diz Veiga.


A Caixa também tem parcerias com 15 franqueadores, para facilitar o acesso a financiamento para a rede. E planeja dobrar este número até o final do ano, após a reformulação do convênio efetuada em abril. "No momento, temos 10 novos contratos em negociação com franqueadores", afirma o superintendente. Segundo ele, as mudanças no modelo de convênio incluíram a simplificação dos documentos exigidos dos franqueadores, a renovação automática dos contratos e a customização da oferta de crédito, ou seja, a definição de condições de acordo com as características da rede. Assim, é possível, por exemplo, estender prazos e/ou carências em negócios que demoram mais para deslanchar.


No Bradesco, além de carências que podem chegar a seis meses, o fluxo de pagamentos de contratos de financiamento pode ser definido de acordo com a sazonalidade do negócio. Uma das linhas operadas pelo banco, chamada Cred Investimento, é direcionada à implantação ou expansão de lojas e cobre 70% do total do investimento. Pessoas físicas também podem contratar financiamento para abertura de franquias pela linha Cred Fácil Imóveis Franquia. Mas, precisam dispor de um segundo imóvel (além do residencial) como garantia.


No BB, os financiamentos também se pautam pela análise do plano de negócios dos franqueadores conveniados - mais de uma centena de marcas, segundo Schwaab. As lojas são atendidas pelas linhas direcionadas a pequenas e médias empresas (PMEs), reunidas no programa BB Simplifica. Uma das mais demandadas é o Proger Urbano Empresarial, programa com recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) também operado pela Caixa. Com carência de até 12 meses, o Proger é destinado a financiar compras de equipamentos e veículos, bem como reformas em instalações. "Nessa linha, mantivemos a taxa de 2,5% ao ano mais TJLP, que equivale a 0,7% ao mês", destaca o diretor do BB. Já para reforçar o capital de giro, o banco decidiu antecipar o início dos financiamentos para o 13º salário. "Disponibilizamos esse crédito a interessados a partir de julho, dois meses antes do que vínhamos fazendo todo ano", diz.


Recursos do BNDES também estão disponíveis em vários bancos. Entre as linhas mais atrativas está o BNDES Automático para micro, pequenas e médias empresas (MPMEs). A taxa varia segundo a remuneração embutida pela instituição financeira. Mas, fica em torno de 6% ao ano mais TJLP, com prazo de pagamento de até 60 meses.


O cartão BNDES é outra opção que os proprietários de lojas franqueadas podem ter para tocar o negócio. Em geral, é oferecido pelos bancos de forma seletiva a clientes, "como um instrumento para fortalecer o relacionamento" - segundo um executivo. É uma linha de crédito rotativo e pré-aprovada, exclusiva para MPMEs.


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Acordo com o Sebrae facilita financiamento


Por Leonor Bueno | De São Paulo


O Santander planeja alavancar os financiamentos ao setor de franquias, após acordo firmado com o Sebrae no mês passado, com duração de cinco anos. O banco poderá financiar até R$ 375 milhões nesse segmento com suporte do Fundo de Aval às Micro e Pequenas Empresas (Fampe), constituído pelo Sebrae, que irá disponibilizar R$ 25 milhões como garantias complementares aos financiamentos.


"Esse acordo vem em um momento importante e abre oportunidades de crescimento forte da atuação do banco junto às franquias já neste ano", destaca Paulo Duailibi, superintendente executivo do Santander. O acordo, segundo ele, se ajusta ao novo programa do banco para pequenas e médias empresas (PMEs) - o Santander Negócios & Empresas -, que vai disponibilizar R$ 15 bilhões em crédito e visa simplificar o processo de concessão e alia serviços de capacitação empresarial e de funcionários.


Em vários bancos públicos, o Fampe já complementa garantias exigidas para concessão de financiamentos a pequenas empresas. Neste ano, o Sebrae decidiu estender os recursos do fundo também para operações de bancos privados e firmou acordos com o Bradesco e o Santander para financiamentos direcionados à abertura e expansão de franquias. O fundo garante até 80% do valor do financiamento. "Com o Fampe, o Sebrae contribui para diminuir as dificuldades que as pequenas franquias enfrentam para atender aos pré-requisitos das instituições financeiras na concessão de empréstimos", afirma Luiz Barretto, presidente do Sebrae. Segundo ele, a falta de garantias reais é uma das principais barreiras para o acesso de pequenas franquias a empréstimos e um dos principais entraves para seu crescimento.


A chegada do aval do Sebrae aos bancos privados, por outro lado, pode reduzir o impacto da conjuntura econômica adversa sobre as restrições na aprovação de crédito para novos empreendedores. "Ter o Sebrae como apoiador do crédito nesta hora faz diferença", ressalta Antonio Diniz, diretor executivo do Bradesco. Segundo ele, há seis anos, o banco começou a fazer parcerias com franqueadores para atender as necessidades dessas cadeias e hoje conta com mais de 9 mil unidades franqueadas como correntistas. "A demanda de crédito continua expressiva e a garantia do Fampe tem facilitado a liberação de financiamentos, principalmente nos caos de franqueados que precisam de capital complementar ao investimento já realizado na abertura de lojas", diz.


Paulo Duailibi, do Santander, nota que a desaceleração econômica e no mercado de trabalho trazem oportunidades para a expansão das franquias, que passam por um processo de interiorização. "A atual conjuntura tende a levar profissionais qualificados a buscar alternativas de carreira por meio de um negócio próprio. E esse movimento tem tudo para se refletir na manutenção do dinamismo do setor de franquias", ressalta.


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