Leitura de notícia
Valor Online ( Empresa ) - SP - Brasil - 20-08-2015 - 10:15 -   Notícia original Link para notícia
Redes integradas

Por Salete Silva | Para o Valor, de São Paulo


Enquanto o varejo nacional amarga queda de 2,2% nas vendas no primeiro semestre, segundo o IBGE, o pior resultado desde 2003, o faturamento das franquias brasileiras cresceu 11,2% no período, em relação a igual intervalo de 2014, atingindo R$ 63,9 bilhões, segundo a Associação Brasileira de Franchising (ABF). A previsão, no entanto, é de um segundo semestre mais lento, o que deve resultar em crescimento anual entre 7% e 9%, diz a presidente da ABF, Cristina Franco.


No primeiro trimestre, as redes de franquia faturaram R$ 31,3 bilhões, 9,2% mais do que em igual período do ano passado. O ritmo de crescimento acelerou um pouco no segundo trimestre, para 13,1%. "É preciso considerar que o primeiro semestre do ano passado foi um período de vendas mais fracas por causa da Copa do Mundo, que adiou os negócios", diz.


Para manter o fôlego, vencer o desânimo nas unidades em meio à crise econômica e tentar manter o ritmo das vendas para fechar o ano com melhores resultados, as empresas estão mantendo investimentos em qualidade e expansão, controlando custos e preços na busca da fidelidade dos consumidores, mas, em especial reforçando a parceria com os franqueados.


"O ano nos exige mais eficiência no ponto de venda e isso gera um saldo positivo. Precisamos de uma gestão pautada pelo compromisso com a rede no sentido de entender que o momento é de muito trabalho", diz Alexandre Costa, presidente e fundador da rede Cacau Show, a quarta franquia do país no ranking da ABF.


Com a perspectiva de manter as vendas em alta, atingir a meta de duas mil lojas abertas no país, 150 mais do que no ano passado, e faturamento de R$ 3 bilhões em 2015, a empresa concentra esforços no seu programa de excelência do franqueado (PEF), elaborado com metodologia para oferecer sustentação e crescimento da gestão dos pontos de venda.


O objetivo do projeto é orientar as lojas e parceiros na melhor prestação de serviço financeiro, padronizar as ações e gestão da rede, além de analisar métricas para identificar o aproveitamento das lojas. A companhia já investiu R$ 1,9 milhão no programa lançado no ano passado.


"O PEF é de extrema importância para aumentar as vendas e apoiar as equipes para atingir suas metas, nas quais as lojas são avaliadas seguindo os critérios estabelecidos e classificados de acordo com os diferentes padrões", explica. As melhores práticas recebem premiações que vão de R$ 25 mil a R$ 80 mil, além de troféus.


Programas como o da rede Cacau Show para premiar os franqueados e torná-los promotores da marca são um dos recursos que têm sido utilizados por boa parte das redes de franquias, segundo estudo sobre engajamento nas redes de franquias, realizado pelo Grupo Bittencourt, que será apresentado no Fórum Internacional de Gestão de Franquias e Negócios, no fim do mês.


A pesquisa, feita nos meses de maio e junho, entre 800 pequenos e microfranqueadores de 23 segmentos, com o objetivo de mapear as ações e projetos que estimulam o engajamento dos franqueados com a marca, revelou que 58% das redes pesquisadas adotam programas de excelência. "Esse é um ponto positivo que demonstra bom nível de profissionalização do setor", avalia a diretora-geral do Grupo Bittencourt, Cláudia Bittencourt.


Outro ponto forte na atuação das franquias, segundo o levantamento, é o acompanhamento e gestão dos resultados que vem sendo realizado por 88% das redes participantes do estudo. "Uma rede sem forte consultoria de campo tem maiores dificuldades", salienta. É nessas visitas que o franqueado percebe, com a ajuda do especialista, quais ações são necessárias para fazer o negócio prosperar.


Manter na equipe de consultores profissionais com espírito empreendedor para ajudar o franqueado a obter sucesso nos negócios é um diferencial que tem contribuído para alavancar o faturamento da rede de escolas de idiomas Wizard, segundo Giovanni Giovannelli, presidente da Pearson, detentora da marca.


Segunda no ranking da ABF, a Wizard, com 1,2 mil unidades no país, é a maior rede de franquias do grupo Pearson, dono de outras marcas, como Yázigi, Microlins e Skill, que este ano já abriram juntas cem novas unidades, crescimento de 60% em relação ao primeiro semestre do ano passado, informa o presidente.


"O maior desafio no momento de dificuldades econômicas é oferecer ao franqueado uma boa assistência na gestão, como administração de fluxo de caixa, controle e capacitação de pessoas", explica Giovannelli. Além disso, o grupo introduziu nas redes uma novidade, ele destaca, com o objetivo de mensurar a qualidade da educação, uma ferramenta para ajudar a compreender como os serviços podem alcançar as metas estabelecidas. "Seremos a primeira empresa a apresentar um balanço das contas e outro da eficácia", afirma.


Reforçar a parceria com os franqueados é a estratégia que ganha força em especial nos grupos mais afetados pela desaceleração econômica. A Cia Hering que teve queda de 20,7% no lucro líquido do segundo trimestre em relação ao mesmo período de 2014 e alta do faturamento das franquias de 2%, passando de R$ 571,2 milhões para R$ 582,2 milhões nos seis primeiros meses de 2015, criou uma metodologia para melhorar o abastecimento dos franqueados.


"O método leva em consideração o tamanho das lojas, a localização e o giro dos produtos, visando minimizar o estoque ou a falta de produtos nas prateleiras", diz o diretor comercial da Hering, Ronaldo Loos. A expectativa é ajudar o franqueado na escolha do sortimento para que as lojas fiquem abastecidas de forma adequada.


As franquias responderam, ao fim do primeiro semestre, por 37% das vendas do grupo. Nos últimos 12 meses, foram abertas 37 lojas, alta de 6,8%, passando de 547 unidades para 584 este ano.


Apoio ao franqueado, assim como o posicionamento da marca e a colocação do produto certo na hora certa contribuiram para elevar a receita líquida da Arezzo &CO a R$ 285,5 milhões no segundo trimestre, alta de 12,5% em relação ao mesmo período do ano passado, informa Marco Aurélio Vidal, diretor de expansão e gestão da marca. A perspectiva da empresa, que conta com 460 franquias, das quais 356 da Arezzo, é abrir mais de 20 a 30 pontos este ano.


Nenhuma palavra chave encontrada.
O conteúdo acima foi reproduzido conforme o original, com informações e opiniões de responsabilidade da fonte (veículo especificado acima).
© Copyright. Interclip - Monitoramento de Notícias. Todos os direitos reservados, 2013.