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O Globo Online (RJ) ( Economia ) - RJ - Brasil - 20-08-2015 - 09:46 -   Notícia original Link para notícia
Economia encolhe 1,89% no 2º trimestre

Indicador do Banco Central reforça apostas de retração de 2% este ano


-BRASÍLIA- O cenário de crise econômica e política, baixa confiança de empresas e famílias e, consequentemente, retração de investimentos e consumo, fez com que a economia brasileira encolhesse 1,89% no segundo trimestre nos cálculos do Banco Central (BC). É o pior desempenho desde o primeiro trimestre de 2009, no auge da crise financeira mundial -e o terceiro trimestre seguido de retração, sendo que dois períodos já caracterizam uma recessão técnica. O dado do IBC-Br, índice do BC que mede o comportamento da atividade, reforça as apostas de uma queda de até 2% este ano. Em 2009, a retração foi de 0,2%.


- A diferença é que, em 2009, a retração da economia foi reflexo de um choque global. O consumo desabou porque a confiança desabou, mas logo se recuperou por causa dos estímulos dados. O problema é que, por um diagnóstico errado, o incentivo ao consumo continuou quando não precisava mais, o que gerou inflação e descontrole de gastos públicos - explicou o economista do Banco Espírito Santo (BES) Flávio Serrano. - Agora, estamos passando por um ajuste por causa dos nossos próprios erros.


O IBC-Br apontou recuo de 2,58% no primeiro semestre e de 1,64% em 12 meses. O resultado oficial do Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre e do acumulado no primeiro semestre será divulgado no próximo dia 28 pelo IBGE.


'A POLÍTICA AFETA A ECONOMIA'


Para o economista- chefe do Itaú e ex- diretor do BC, Ilan Goldfajn, a economia brasileira só deve voltar a crescer no último trimestre de 2016. A instituição estima que o PIB sofra retração de 2,3% neste ano e de 1% no ano que vem. Em 2017, cresceria apenas 0,4%.


- Enquanto tiver uma incerteza fiscal, quem vai querer investir se não souber quem é que vai pagar essa conta? - disse Goldfajn, que vê componentes políticos na desaceleração. - A política está afetando a economia, e a economia está afetando a política.


O IBC-Br do segundo trimestre foi levemente pior que a projeção dos analistas do mercado financeiro, de queda de 1,8%. Em junho, houve recuo de 0,58%. Economistas ressaltam, porém, que uma queda tão forte contribui para o controle da inflação. O economista-chefe do Goldman Sachs para a América Latina, Alberto Ramos, cita outro fator positivo: a alta do dólar, que, por favorecer as exportações, trará "um piso para a contração" do PIB.      


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