20/08/2015 às 05h00



Por Soraia Duarte | De São Paulo

Dos 520 shopping centers em funcionamento no país, 128 foram inaugurados nos últimos cinco anos, de acordo com a Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce). Esse boom impulsionou um nicho específico de franquias: os quiosques. No final do ano passado, havia 4.350 pontos de venda, nesse formato, instalados nos corredores dos shopping centers, número 10,7% maior que o de 2013, segundo a Associação Brasileira de Franchising (ABF).

Uma das empresas que pegaram carona na expansão dos shoppings foi a Ambev. Leonardo Tocci, gerente corporativo de franquias da empresa, explica que os quiosques ajudam a desenvolver o segmento de chope. "Esse modelo de franquia é vencedor em função da baixa complexidade da operação e da montagem", explica. Os quiosques Brahma Chopp, que já são 150 no país, têm 9 m2 e são montados durante a madrugada. "De um dia para o outro, a operação está pronta para funcionar", afirma.

"O franqueado precisa apenas garantir o funcionamento do quiosque e o estoque."

Um quiosque demanda capital inicial menor que o de uma loja, já que sua instalação implica menores gastos com aluguel, luvas e estoque. Esse fator, somado à mobilidade que o quiosque permite - podendo ser levado a outro endereço, caso o local não atenda às expectativas - faz dele um investimento de menor risco, de acordo com Juarez Leão, diretor da ABF. "É uma opção interessante para quem quer empreender", recomenda.

Rogério Rubini, presidente da Contém 1g, diz que os quiosques foram fundamentais para a expansão da empresa quando foi criada, há 31 anos, e continuam sendo válidos. "São uma ferramenta para acessar shoppings que não oferecem espaço adequado para a loja", explica. E num cenário de retração econômica como o atual, Rubini considera os quiosques estratégicos para a expansão.

Leão, da ABF, destaca que o quiosque, por estar nos corredores e por ter design diferenciado, podem ser mais atrativos que lojas. "O impacto visual do quiosque pode ser convertido em venda", acredita. Esse diferencial fez com que a Fini, que vende doces e guloseimas, adotasse o modelo de franquias há três anos. Andrea Garcia, responsável pelo sistema de franquias da empresa, diz que esse formato vem contribuindo para o fortalecimento da marca. "Nossa estratégia é participar dos momentos de lazer das pessoas, em centros comerciais", explica. A Fini já contabiliza 32 franquias, das quais 25 são quiosques. "O quiosque atrai por ser mais lúdico". A estratégia parece estar dando certo. Nos últimos 12 meses, as vendas da companhia cresceram 24%.