Leitura de notícia
Valor Online ( Brasil ) - SP - Brasil - 19-08-2015 - 09:26 -   Notícia original Link para notícia
Desemprego deve ter chegado a 7% em julho, dizem analistas

Por Camilla Veras Mota | De São Paulo


Os dois principais indicadores de mercado de trabalho darão sequência em julho à perda de fôlego que vêm mostrando desde o início do ano. Para a Pesquisa Mensal de Emprego (PME), que será apresentada amanhã pelo IBGE, a média colhida pelo Valor Data entre 17 consultorias e instituições financeiras aponta aumento da taxa de desemprego de 6,9% em junho para 7% no mês passado.


Ainda sem data de divulgação definida, o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), conforme a média de 11 estimativas, fechou 115,8 mil vagas com carteira.



Praticamente todos os setores darão contribuição negativa para o Caged de julho, ressalta Fabio Romão, economista da LCA Consultores. Nas contas da instituição, indústria - incluindo os segmentos de transformação, extrativo e serviços industriais de utilidade pública - e construção cortaram 43,5 mil e 10 mil vagas, respectivamente - números "menos piores" do que o apurado em junho, com 66,3 mil e 24,1 mil perdas, nessa ordem, em cada um dos ramos.


Os serviços, nas contas da LCA, terão o quarto saldo líquido negativo do ano, de 28,9 mil, contra 39,1 mil no mês anterior. "Os serviços podem ter leve saldo negativo em 2015, algo que não acontecia desde 98", destaca Romão. O desempenho desse segmento - que abriu em média 525 mil vagas por ano entre 2011 e 2014 - é bastante heterogêneo e espraiado -, diz o economista, é um dos principais sintomas da chegada da desaceleração da atividade ao mercado de trabalho.


A partir de agosto, a agropecuária, que deve dar nova contribuição positiva para o Caged de julho, inicia o período sazonal de demissões, lembra Rodrigo Leandro de Moura, do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da FGV. A menor ajuda do setor, contudo, pode ser compensada pelo início do período de contratações da indústria, entre agosto e setembro, para atender às encomendas feitas para o fim do ano.


O Ibre estima que a taxa de desemprego cresça para 7%, mais de dois pontos percentuais acima daquela apurada em julho de 2014, de 4,9% da população economicamente ativa (PEA), diz Moura. A taxa tem sido pressionada neste ano por seus dois principais componentes - aumento das demissões e da procura por trabalho, expressas, respectivamente, na retração da população ocupada e na elevação da PEA. "Só pela PEA ter voltado a crescer em linha com a demografia, já ajuda a aumentar o desemprego", pondera. O Ibre projeta o indicador em 6,6% neste ano, contra 4,8% em 2014. No ano passado, a força de trabalho encolheu 0,7% sobre 2013. No primeiro semestre deste ano, avançou 0,5%.


Romão, da LCA, ressalta que, em julho, a PME deve mostrar nova retração da renda média real, de 4,1%. Depois de crescerem 2,7% no ano passado, os salários recuarão 2,9% em 2015, conforme as estimativas do economista. No próximo ano, com a ajuda da inflação, que deve desacelerar para 7,2% em março e para 5,2% em dezembro, a renda média real ficaria estável.


Reajustes não obtêm ganho real em julho


Por Camilla Veras Mota | De São Paulo


A plataforma salarios.org.br, que acompanha os acordos e convenções coletivas registradas no Ministério do Trabalho e Emprego, apurou em julho a segunda queda real nas remunerações entre as negociações realizadas neste ano.


A retração de 4,9%, já descontada a inflação, no mês passado foi resultado da combinação entre a aceleração do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) acumulado em 12 meses, que passou de 8,8% em junho para 9,3%, e de reajustes mais modesto dos salários, de 4,4% em termos nominais. No primeiro semestre, os acordos tiveram reajuste nominal médio de 8,3%, quase quatro pontos acima daquele percentual.


A folha de salários dessazonalizada, calculada com base nos descontos que abastecem o FGTS, recuou em termos reais. Em maio, seu valor chegou a R$ 93,55 bilhões, contra R$ 93,89 bilhões em abril e R$ 94,3 bilhões em março.


Entre os setores, aqueles que negociaram maiores ganhos reais na média dos 12 meses encerrados em julho foram administração pública (2,88%), limpeza urbana, asseio e conservação (2,27%), estacionamentos e garagens (1,97%) e bancos e serviços financeiros (1,77%). As maiores perdas, na mesma comparação, foram apuradas entre o agronegócio da cana (-0,36%), outros serviços (-0,2%) e artefatos de borracha (-0,02%).


O boletim ressalta que, apesar da aceleração dos índices de preços, o cenário macroeconômico continua a pressionar para baixo o resultado das negociações coletivas. Lembra que o INPC, assim como o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), deve registrar altas entre 9% e 10% até janeiro de 2016, quando, segundo estimativas do boletim Focus, do BC, começará a desacelerar até atingir, a partir de julho, níveis entre 5% e 6%.


Indicador da FGV cai pelo 9º mês e não aponta para o fim da recessão


Por De São Paulo


O Indicador Antecedente Composto da Economia (Iace) para o Brasil, divulgado pela Ibre-FGV e pelo The Conference Board, caiu 0,8% em julho, ante junho, para 88,7 pontos. Foi a nona queda consecutiva do índice, que antecipa a tendência da economia. Para o economista da FGV-Ibre, Paulo Picchetti, o Iace mostra que a recessão identificada no início do segundo trimestre de 2014 ainda não tem fim à vista. "O fim da recessão atual é improvável nos próximos meses." O indicador coincidente subiu 0,4% em julho, para 103,2 pontos, mas, segundo Pichetti, a variação positiva é claramente insuficiente para repor as quedas desde o início da recessão, colocando-o ainda abaixo do pico do primeiro trimestre de 2014.


O economista afirma que o cenário delineado por ambos os índices é coerente com as previsões dos agentes que indicam quedas adicionais no nível de atividade nos próximos trimestres, como consequência do ajuste atual da economia.


Embrapii vai selecionar 7 centros de pesquisa


Por Camilla Veras Mota | De São Paulo


A Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii) lança hoje duas chamadas para selecionar as sete unidades que passarão a fazer parte de seu sistema entre o fim deste ano e o início do próximo. Criada em 2013 com o objetivo de se tornar uma ponte entre setor produtivo e centros de conhecimento e diminuir o risco das empresas dispostas a investir em inovação, a Embrapii financia um terço do valor dos programas de P&D realizados por parceiros - uma contrapartida de R$ 500 milhões que será aplicada nos próximos seis anos.


A primeira chamada, que escolherá duas unidades, é exclusiva para áreas ligadas à biologia - bioengenharia, biodispositivos, bioquímica de renováveis etc. Segundo o diretor-presidente da organização, Jorge Guimarães, essa especificidade se deve à "percepção de que as áreas ligadas à biotecnologia e no complexo industrial da saúde estão em crescente demanda". Apesar do interesse do segmento em investir nos projetos, diz, o quadro de instituições credenciadas aptas a desenvolvê-los ainda não é "robusto".


A segunda chamada, que selecionará cinco centros de pesquisa, está aberta a todas as áreas tecnológicas. Os resultados serão divulgados no fim dos meses de dezembro e fevereiro.


No primeiro semestre de 2015, a Embrapii fechou R$ 27,1 milhões em projetos de P&D - volume que, conforme Guimarães, está dentro das expectativas da organização. Para ele, o desempenho mostra que as empresas ainda estão dispostas para investir em inovação, mesmo diante da retração da atividade neste ano. "Aliás, muitas delas estão enxergando na inovação uma oportunidade para sair da crise".


Nenhuma palavra chave encontrada.
O conteúdo acima foi reproduzido conforme o original, com informações e opiniões de responsabilidade da fonte (veículo especificado acima).
© Copyright. Interclip - Monitoramento de Notícias. Todos os direitos reservados, 2013.