Leitura de notícia
Valor Online ( Brasil ) - SP - Brasil - 19-08-2015 - 09:23 -   Notícia original Link para notícia
Para analistas, índice de atividade do BC deve mostrar recuo de 0,56% em junho

Por Tainara Machado | De São Paulo


A retração disseminada da atividade, com queda da produção da indústria, do setor de serviços e das vendas do comércio, deve ter levado o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) a recuar entre maio e junho, com um tombo ainda maior no segundo trimestre.


De acordo com a média das estimativas de 17 consultorias e instituições financeiras ouvidas pelo Valor Data, o índice calculado pelo BC, que tenta reproduzir a variação mensal do Produto Interno Bruto (PIB), deve ter caído 0,56% em junho, após estabilidade em maio, sempre na comparação com o mês anterior, com ajuste sazonal.




Se confirmada, essa queda levaria o IBC-Br a encolher 1,8% no segundo trimestre, na comparação com o primeiro, o que sugere forte retração do PIB no período. As estimativas para o IBC-Br, a ser divulgado hoje, variam entre queda de 0,3% e retração de 0,8%.


Para Leandro Padulla, economista da MCM Consultores, os indicadores de atividade disponíveis apontam para retração da atividade em junho e no trimestre, sem sinais de que a economia já tenha chegado ao fundo do poço. Padulla lembra que a produção industrial teve queda de 0,3% entre maio e junho, com ajuste sazonal, enquanto as vendas no comércio restrito (não inclui venda de automóveis e material de construção) caíram 0,4% no período.


Diante desses indicadores, o economista projeta queda de 0,6% do IBC-Br em junho, o que aponta para retração de 1,4% do PIB entre o primeiro e o segundo trimestres, na série dessazonalizada. "O nosso cenário era de que o fundo do poço seria no fim do primeiro semestre, mas fomos obrigados a mudar essa avaliação", afirma.


Para o Bank of America Merrill Lynch (BofA), que projeta queda de 0,5% do IBC-Br em junho, vários fatores explicam os indicadores econômicos ruins divulgados até agora, como nível de confiança muito baixo, mercado de crédito mais restrito e queda do poder de compra das famílias diante do desaquecimento do mercado de trabalho. Essa tendência, diz o banco, ainda deve prosseguir nos próximos meses.


Para Padulla, a ausência de sinais de recuperação da economia estenderam para até o fim do ano a perspectiva de deterioração da atividade, com projeção de queda do PIB no terceiro e no quarto trimestres deste ano.


O economista estima que o PIB vai cair 2,4% neste ano, com contração de 0,4% em 2016. "O câmbio ainda deve demorar para ajudar a indústria e, ainda assim, o quadro externo não é muito favorável", afirma. O ambiente doméstico também deve continuar marcado por queda da demanda, em função da combinação de juros altos, deterioração do emprego e real desvalorizado, o que dificulta enxergar uma saída no curto prazo para a economia, diz.


Nenhuma palavra chave encontrada.
O conteúdo acima foi reproduzido conforme o original, com informações e opiniões de responsabilidade da fonte (veículo especificado acima).
© Copyright. Interclip - Monitoramento de Notícias. Todos os direitos reservados, 2013.