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Diário do Comércio online - BH (MG) ( Negócios ) - MG - Brasil - 15-08-2015 - 11:08 -   Notícia original Link para notícia
Pacata Pitangui desperta para o turismo

Município oferece aos visitantes casario preservado e alguns monumentos históricos de valor inestimável


Ao completar 300 anos, a pacata Pitangui, com seus pouco mais de 25 mil habitantes, segundo dados de 2011 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), oferece à população e aos visitantes um casario bastante preservado e alguns monumentos históricos de valor inestimável.

Fazem parte do conjunto, localizado no município do Centro-Oeste do Estado, o casarão e o túmulo de Padre Belchior, famoso conselheiro do imperador Pedro I; a Igreja de Nossa Senhora do Pilar, que data de 1725; a Capela da Cruz do Monte, da mesma época; e o casarão de Maria Tangará, onde viveu uma das mais ricas e poderosas mulheres da região, atualmente ocupado por uma escola estadual.

A população extremamente hospitaleira ainda se surpreende com a presença de turistas interessados em conhecer a rica história da cidade. Fazer turismo em Pitangui, entretanto, não é uma tarefa tão fácil. Com pouca estrutura, o principal problema é a falta de informação. O Centro de Atendimento ao Turista (CAT) está fechado, já que a antiga estação de trem está sendo reformada. impossível conseguir um mapa do centro histórico. Nem mesmo na Secretaria de Turismo, Cultura e Patrimônio Histórico existe um panfleto que indique a localização dos principais atrativos. Também não existem placas indicativas de caminhos a pé. Quem se aventurar precisa ter boas pernas para subir e descer morros e disposição para pedir informação nas ruas. Nas igrejas e principais casarões existem placas informativas no modelo padrão usados nas cidades históricas de Minas Gerais.



Com estilo neoclássico, Igreja São Francisco de Assis foi erguida entre 1850 e 1873; relógio data de 1811/Divulgação


De acordo com o secretário de Turismo, Cultura e Patrimônio Histórico, Antônio Lemos, só agora a cidade está despertando para o turismo como atividade econômica viável. Para a celebração dos 300 anos da Vila de Pitangui, aconteceu um grande esforço de recuperação do patrimônio e divulgação da cidade como destino. "Estamos trabalhando, através de campanhas, os sentimentos de pertencimento e orgulho dos moradores. Pitangui é conhecida pela hospitalidade do seu povo, além do imenso patrimônio cultural e material da cidade. Catalogamos 15 atrativos principais sobre os quais concentramos esforços nesse primeiro momento. O problema da falta de informação deve ser atacado prioritariamente. O projeto das placas dos caminhos já está pronto, mas não tivemos tempo hábil para fazer antes das comemorações", explica Lemos.

O centro histórico oferece boas acomodações em pousadas charmosas e de bom serviço. A parte nova da cidade também oferece pousadas e hotéis, mais indicados para quem viaja a negócios, sendo que o acesso à parte antiga só pode ser feito de carro ou a pé, já que Pitangui não conta com serviços de transporte coletivo. São cerca de 400 leitos disponíveis.


Informações - A reabertura do CAT em setembro promete resolver parte das demandas da cidade. Com ele, os visitantes terão acesso às informações e a guias oficiais treinados pelo município. Para o mesmo mês, está prevista a reinauguração do Museu Histórico da Pitangui, nas dependências da antiga Estação, que foi reformada.

Em fevereiro, a cidade deve receber de volta o Museu de Arte Sacra, no prédio da antiga Casa de Câmara e Cadeia, bem próximo à Igreja Matriz. O equipamento cultural, que vai ocupar um raro exemplar de edifício de câmara e cadeia erguido no início do século 18 em Minas Gerais e que estava fechado por mais de 20 anos, sofrerá uma reforma orçada em R$ 1,175 milhão. O projeto prevê até a instalação de um elevador que permita o acesso de deficientes físicos aos três pavimentos. Tudo autorizado e acompanhado pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha). Até junho de 2016, a expectativa é abrir outros dois museus: o dos povos e dos tropeiros.

O resultado já começou a aparecer. Segundo dados da Secretaria, entre 2014 e 2015 - até hoje -, o número de visitantes já aumentou 28%. "Antes não havia política pública de preservação do patrimônio. Perdemos muito com isso, mas foi uma agradável surpresa constatar em pesquisa que, entre a população de 14 a 28 anos, quase 80% está interessada no tema. Temos muitas casas preservadas e os proprietários são convidados a participar das conferências públicas. A população precisa se sentir parte do processo. Entendemos que, para receber bem, precisamos que os moradores acreditem e invistam também. Precisamos suprir carências como no segmento de alimentação, por exemplo", aponta o secretário.


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