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O Globo Online (RJ) ( Economia ) - RJ - Brasil - 15-08-2015 - 11:33 -   Notícia original Link para notícia
Levy vê alívio nas expectativas de inflação

Ministro da Fazenda destaca que mercado já prevê volta para 4,5% em 2017


Diante de uma plateia de mais mil empresários, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, afirmou que, depois de muito tempo, as expectativas para a inflação começaram a convergir para a meta - apesar da correção de preços em alguns itens, como a energia elétrica, ter sido significativa este ano. E destacou que as previsões do mercado, reunidas no Boletim Focus do Banco Central, já apontam para uma inflação no centro da meta em 2017.



MARCOS ALVES Levy. Ao lado do ex-ministro Delfim Netto (à esquerda), o titular da Fazenda destacou as ações de combate à inflação


- Apesar do ajuste do preço da energia e em algumas outras áreas ser bastante significativo este ano, as expectativas de inflação voltaram, depois de muito tempo, a convergir na direção da meta. O teto da meta agora é de 6,5%, mas para 2017 foi ligeiramente reduzido para 6%. O Banco Central está vigilante e fazendo o trabalho que permite aos indicadores, como o Focus, convergirem já em 2016 para algo como 5% e 5,5% e, em 2017, muito próximo de 4,5% - disse o ministro, durante sua palestra na Câmara Americana de Comércio (Amcham).


Num primeiro momento, suas declarações chegaram a ser interpretadas por analistas do mercado como uma mudança de postura. A leitura foi de que Levy havia afirmado que a previsão da Fazenda era de que a inflação só chegaria ao centro da meta em 2017. Mas, depois, o Ministério da Fazenda esclareceu que Levy se referia às projeções do mercado financeiro.


No fim de junho, num esforço para recuperar a credibilidade da política econômica e reafirmar o compromisso com o combate à inflação, o Conselho Monetário Nacional (CMN) reduziu a margem de tolerância da meta de inflação de 2017. A meta foi mantida em 4,5% ao ano, mas poderá oscilar para cima ou para baixo em até 1,5 ponto percentual, o que resulta em um teto de 6%, um patamar 0,5 ponto abaixo do limite atual, de 6,5%. Foi a primeira mudança nas chamadas bandas desde 2006.


DELFIM ELOGIA AGENDA BRASIL


Participante do encontro na Amcham, o ex-ministro da Fazenda Antônio Delfim Netto elogiou os esforços de Levy para a adoção da chamada Agenda Brasil, o conjunto de medidas propostas pelo presidente do Senado, Renan Calheiros, para modernizar o país. Segundo ele, trata-se de um esforço também do Legislativo.


- O governo tem o apoio da sociedade para levar à frente este programa, mudar as expectativas para a economia brasileira e dar ímpeto à volta do crescimento - disse.


O controle da inflação também foi o ponto central de discurso feito pelo presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, durante seminário sobre estabilidade financeira promovido pelo próprio BC. Ele afirmou que a inflação deve atingir o pico neste trimestre, permanecendo elevada até o fim do ano. A taxa, afirmou ele, deve começar a cair em 2016, convergindo para a meta de 4,5% somente no final do ano.


- A inflação acumulada em 12 meses deve atingir o pico neste trimestre e permanecer em níveis elevados até o final do ano, para depois iniciar trajetória de queda - disse ele, durante seminário promovido pelo BC.


Segundo Tombini, o ajuste nos preços controlados, especialmente da energia, que subiu 50%, e a alta do dólar ainda têm efeitos na inflação.


- Esses ajustes de preços fazem com que a inflação se eleve a curto prazo e tende a permanecer elevada em 2015, demandando determinação e perseverança para impedir sua transmissão para prazos mais longos - disse Tombini.


Por conta disso, ele sinalizou que a manutenção da política de juros altos por um período prolongado é necessária para a convergência da inflação para a meta, o que só deve acontecer no fim de 2016. Atualmente, a Selic está em 14,25% ao ano.


- Os riscos remanescentes para que as projeções de inflação atinjam com segurança o objetivo de 4,5% no final de 2016 são condizentes com o efeito defasado e cumulativo da política monetária, mas exigem vigilância em casos de desvios significativos nas projeções de inflação em relação à meta - salientou o presidente do BC.


Em seu discurso de abertura do seminário, Tombini admitiu que o processo de recuperação dos resultados fiscais está ocorrendo em velocidade inferior ao previsto inicialmente, mas ponderou que "o sentido do ajuste e a determinação em implementá-lo permanecem os mesmos".      


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