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O Globo Online (RJ) ( Economia ) - RJ - Brasil - 14-08-2015 - 08:39 -   Notícia original Link para notícia
Bancos têm lucro 46,5% maior no 1 º semestre


Quatro gigantes do setor acumulam ganhos de R$ 33,8 bilhões. No BB, alta foi de 9,1%, para R$ 8,8 bilhões


"A estratégia é buscar entendimento dentro do relacionamento. Nessa situação, é importante manter as empresas funcionando, com seus empregados" Alexandre Abreu


O lucro do Banco do Brasil cresceu 9,1% no 1 º semestre, para R$ 8,8 bilhões. Somados, os ganhos de BB, Bradesco, Itaú e Santander aumentaram 46% este ano. - SÃO PAULO- O Banco do Brasil ( BB) anunciou ontem que fechou o primeiro semestre do ano com lucro líquido de R$ 8,8 bilhões - uma cifra 9,1% maior que a registrada no mesmo período de 2014. Com o resultado, o ganho semestral conjunto de quatro gigantes do varejo do país ( Itaú, Bradesco e Santander, além do próprio BB) somou R$ 33,8 bilhões, um incremento de 46,5% sobre o registrado nos primeiros seis meses de 2014, de acordo com dados compilados pela Austin Rating.


Para driblar a crise, o BB seguiu a receita dos concorrentes: elevou a margem financeira ( spread, diferença entre o custo de captação dos recursos e quanto o banco cobra para emprestar) na ponta dos financiamentos. O banco elevou a projeção para a margem financeira este ano, da faixa de 9% a 13% para a de 11% a 15%. E também aumentou os ganhos com serviços ( tarifas), como forma de compensar a desaceleração da demanda por crédito. De janeiro a junho, as receitas com serviços do maior banco do país totalizaram R$ 12,7 bilhões, 7,2% mais que um ano antes.


MAIS INADIMPLÊNCIA EM RELAÇÃO A 2014


A fraca expansão do crédito, combinada com o aumento das provisões contra calotes, contudo, fez o lucro do BB encolher em relação ao trimestre anterior. De abril a junho, o resultado somou R$ 3 bilhões, um crescimento de 6,3% frente ao mesmo período de 2014, mas 48,3% abaixo dos R$ 5,8 bilhões do primeiro trimestre.


Se considerada a inflação, o saldo da carteira de crédito do BB praticamente estagnou nos primeiros seis meses do ano: no fim de junho, o total de operações contratadas era de R$ 704,48 bilhões, volume apenas 6,4% maior que os R$ 665,8 bilhões de junho de 2014. Dentro da estratégia da instituição de se concentrar em linhas de menor risco, destacaram- se os financiamentos imobiliários, que cresceram 39,5%. As operações de consignado, em compensação, avançaram apenas 3,3%, enquanto os empréstimos para governos aumentaram 51,7%.


- São operações de investimentos com os governos estaduais que já estavam contratadas, que têm o aval do Tesouro e cujos recursos foram liberados agora. Não houve novas operações - explicou o presidente do BB, Alexandre Abreu, ao ser perguntado sobre os riscos das operações no atual cenário de queda de arrecadação e dificuldades fiscais dos governos estaduais e federal.


A despeito do crescimento de apenas 6,4% do crédito no primeiro semestre, o BB manteve inalteradas as metas de expansão dos empréstimos para 2015, entre sete pontos centesimais e 11 pontos centesimais.


- Sazonalmente, o segundo semestre é mais forte nas contratações. E há também a expansão do crédito às exportações, puxada pela mudança cambial ( alta do dólar frente ao real) - explicou Abreu.


De acordo com o presidente do BB, cerca de 500 empresas que não vinham exportando procuraram o banco nos últimos meses em busca de crédito para retomar as vendas ao exterior.


Ele afirmou também que o banco manterá a estratégia de buscar os clientes para renegociar débitos tão logo eles se tornem inadimplentes - assim considerados os atrasos superiores a 90 dias.


A taxa de inadimplência das operações de crédito ficou em 2,04%, ligeiramente menor que os 2,05% do final de março, mas acima do 1,99% de junho de 2014. Embora abaixo dos 2,9% da média do sistema financeiro, o BB criou um portal em que clientes pessoa física e pequenas empresas podem refinanciar os débitos em atraso sem intermediação de gerentes. No primeiro semestre, cerca de R$ 1 bilhão foi refinanciado por esse canal.


No entanto, apenas 23% dos clientes decidiram por um acordo de quitação das dívidas. A


Presidente do BB maioria dessas renegociações ( 90%) foi feita por clientes que ganham até R$ 1.900.


- Há interesse da maioria dos clientes em manter o relacionamento, o que é importante para o banco - afirmou Abreu.


Sobre o aumento da inadimplência entre as empresas, que passou de 2,5% para 2,7%, Abreu afirmou que o problema maior é com empresas que entraram em recuperação judicial, que exige negociação na Justiça.


- Nas outras dificuldades, a estratégia é buscar entendimento dentro do relacionamento. Nessa situação, é importante manter as empresas funcionando, com seus empregados - disse Abreu, que negou que o BB esteja fazendo provisões específicas a setores mais problemáticos, como o de petróleo e gás, atingido pela Operação Lava- Jato. - Não há nada específico, mas, é claro que, neste momento, o processo de renegociação é mais atuante.


Com o risco maior de emprestar no cenário econômico atual, o BB elevou a despesa com provisão para perdas com calotes a R$ 5,53 bilhões entre abril e junho, avanço de 21% na comparação anual. O volume de operações em renegociação por atraso disparou 89,5% em apenas um trimestre, para R$ 3,7 bilhões. A rentabilidade sobre o patrimônio líquido ficou em 14,1% no segundo trimestre, abaixo dos 16,1% do mesmo período de 2014.



- É um bom resultado para um cenário desafiador como o atual, tanto que conseguimos melhorar nosso índice de eficiência - afirmou Abreu.


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