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O Globo Online (RJ) ( Economia ) - RJ - Brasil - 13-08-2015 - 09:14 -   Notícia original Link para notícia
Dólar cai 0,65%, após Moody's não tirar grau de investimento do país

Bolsa perde por projeto sobre imposto. Agência corta ' rating' de empresas e estados


- SÃO PAULO E RIO- O rebaixamento, pela agência de classificação de risco Moody's, do rating do Brasil, de "Baa2" para "Baa3", na terça- feira, fez com que o dólar comercial recuasse ontem 0,65%, para R$ 3,475. O mercado recebeu com alívio a decisão da Moody's, pois temia que a agência retirasse do país o grau de investimento, chancela de bom pagador, o que não ocorreu. Na mínima do dia, a divisa chegou a ser negociada a R$ 3,448. A queda só não foi maior porque a China desvalorizou o yuan pelo segundo dia consecutivo, o que pressionou as moedas dos países emergentes.


O Ibovespa, índice de referência da Bolsa de Valores de São Paulo ( Bovespa), caiu 1,39%, aos 48.388 pontos. Além da influência dos mercados externos, a Bovespa foi afetada pela queda nos papéis de bancos, em decorrência do projeto da senadora Gleisi Hoffmann ( PT- PR) para elevar a alíquota da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido ( CSLL) do setor financeiro de 15% para 23%. Mas, por falta de quórum ontem, o texto será apresentado hoje no Senado.


As ações preferenciais ( PN, sem direito a voto) de Itaú e Bradesco recuaram, respectivamente, 2,88% e 3,21%. Já o Banco do Brasil teve queda de 4,42%. E o temor do aumento de impostos para as fabricantes de bebidas fez com que a Ambev caísse 3,63%.


Apesar do rebaixamento, a Moody's manteve o grau de investimento do país e colocou a perspectiva como estável, não negativa.


- O dólar até caiu com mais força no início dos negócios. O mercado está operando com cautela porque o ambiente político ainda não está bom. A decisão da Moody's de deixar a perspectiva como neutra foi um voto de confiança, mas estamos no limite, então, não pode ter erro algum ( na condução da política econômica - disse Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio da Treviso Corretora.


Ontem, a agência de classificação de risco alterou as notas de empresas, bancos e estados brasileiros. O movimento já era esperado pelo mercado, uma vez que rebaixamentos soberanos costumam levar à redução das notas corporativas.


O rating da Vale, no entanto, foi mantido em "Baa2". Segundo a Moody's, a mineradora tem uma posição competitiva que fornece isolamento razoável do ambiente macroeconômico e político do país. Em maio, a agência havia alterado a perspectiva para negativa. As ações PN da mineradora subiram 1,64%, e as ordinárias ( ON, com voto), 1,72%.


A Petrobras também manteve sua nota em "Ba2", com perspectiva estável. A Moody's já havia retirado o grau de investimento da petrolífera, devido aos problemas enfrentados pela estatal em decorrência da Operação Lava- Jato. Os papéis PN da estatal subiram 0,51%, e os ON tiveram alta de 0,55%.


MINAS E PARANÁ PERDEM GRAU DE INVESTIMENTO


Mas a Moody's rebaixou os ratings de 12 bancos brasileiros, de uma holding bancária e da BM& FBovespa. Foram reduzidas as notas referentes aos depósitos de longo prazo em moeda local, os ratings de emissor de nove instituições e o perfil de crédito individual ( BCAs) de cinco bancos, de "Baa2" para "Baa3".


Foram afetados pela mudança de nota Itaú Unibanco, Itaú Unibanco Holding, Bradesco, Banco do Brasil, BNDES, Caixa Econômica Federal, Santander, Safra, HSBC, BM& FBovespa, Citibank, ING, Banco Alfa de Investimento e Banco Mizuho. A perspectiva de todos os ratings em escala global foi alterada de negativa para estável. A exceção foi o HSBC, "que continua sob revisão para rebaixamento após o anúncio de aquisição pelo Bradesco", afirmou a Moody's em nota.


A Moody's também reduziu o rating da Globo Comunicação e Participações, de "Baa1" para "Baa2" - acima, portanto, da nota brasileira. Segundo a agência, isso só é concedido "a título excepcional para emissores com fundamentos mais fortes que os soberanos". A perspectiva é estável.


Além disso, tiveram sua nota rebaixada quatro estados - São Paulo, Minas Gerais, Paraná e Maranhão - e duas capitais, Rio de Janeiro e Belo Horizonte. Como aconteceu com a nota do país, as classificações do estado de São Paulo e da cidade do Rio caíram de "Baa2" para "Baa3", o último degrau da categoria de bom pagador, ou grau de investimento.


Já Minas Gerais e Belo Horizonte perderam o grau de investimento, passando de "Baa3" para "Ba1", já considerada uma categoria especulativa. O Paraná também passou a "Ba1".


"Na visão da Moody's, a deterioração em curso na economia brasileira e das condições fiscais do governo federal tem um impacto direto no ambiente operacional de estados e municípios.", argumentou a agência.      


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