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Jornal Negócio Fechado - Massachusetts (EUA) ( Brasil ) - MA - Estados Unidos - 10-08-2015 - 11:21 -   Notícia original Link para notícia
Sem saída, 191 mil empresas fecharam as portas no país em 2015

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Estado - Cresce a proporção de empresas que, sem ver saída da crise financeira e da economia brasileira, opta por encerrar as atividades, em comparação ao universo daquelas que abrem as portas. De janeiro a junho deste ano, 191 mil firmas deram baixa em seus registros nas juntas comerciais do País, representando 82,3% do universo de 232 mil abertas no período. Essa relação já foi amplamente favorável ao crescimento do Brasil. Em 2000, quase cinco empresas eram criadas, enquanto uma deixava de funcionar. A proporção foi se reduzindo, durante os altos e baixos da economia, até chegar no ano passado a um ritmo de duas empresas abertas para cada uma fechada.

Os dados são da Secretaria da Micro e Pequena Empresa (SMPE), com bases nos cadastros das Juntas Comerciais de todo o País. O secretário executivo da SMPE, José Constantino de Bastos Júnior, tenta minimizar o forte aumento do número de empresas fechando neste ano.  "É preciso olhar esses dados com cuidado, porque, desde agosto de 2014, com a lei complementar 147, ficou mais fácil fechar uma empresa, e, como havia um represamento de mais de 1 milhão de firmas inativas, precisamos depurar melhor esses números", afirma.


Bastos Júnior reconhece, no entanto, que o fraco crescimento da economia "tem reflexo nos dados de abertura e de fechamento de empresa", que pioraram. "O que temos que olhar é que há um número crescente de MEIs (Micro Empreendedor Individual). O programa completou, recentemente, 5 milhões de cadastros, e tem tido média de 100 mil formalizações mensais", diz ele, lembrando que, enquanto as grandes e médias empresas demitiram mais de 500 mil trabalhadores entre 2011 e 2015, as microempresas contrataram mais de 5 milhões no mesmo período.

O momento é crítico para o comércio. A Pesquisa Mensal do Comércio, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indicou queda de vendas de 0,9% em maio, na comparação com abril , e de  4,5% frente ao mesmo mês do ano passado. Dos 10 segmentos do setor avaliados, sete tiveram recuo, particularmente o de móveis e eletrodomésticos, dependente de crédito. A receita das empresas prestadoras de serviços, por sua vez, subiu 1,1%, em média, segundo pior resultado desde o início do levantamento, em 2012.

Na avaliação do presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (Fecomércio) do Distrito Federal, Aldemir Santana, a retração das vendas se complicou com as altas taxas de juros. "Vivemos um momento muito difícil de desconfiança generalizada de ponto de vista político e moral. As pesquisas percebem nitidamente que os investidores estão muito pessimistas e que as taxas de juros que não param de subir tiram a tranquilidade do pequeno empresário, que hoje é quem mais precisa buscar financiamento", afirma. Por conta disso, o consumo diminui.


Horizonte é nebuloso para o varejo e o setor de serviços


O economista da consultoria Boa Vista (SCPC) Flávio Calife destaca que os pedidos de falência apresentados pelos credores subiram 13,6% no primeiro semestre do ano e atingiram níveis próximos aos de 2012, de 13,8%. "Percebemos que esse número começou a subir agora e a tendência é que ele continuará aumentando com a piora dos indicadores econômicos", afirma. A expectativa dele é de crescimento da quebra de firmas entre 15% e 20% até o fim do ano.

De acordo com o economista, a média de pedidos por mês neste ano está em 150, acima dos 132 mensais registrados em 2014. "Os números estão aparecendo agora. As empresas têm dificuldade de gerar receita e os custos estão cada vez mais elevados. Aumentaram as despesas com mão de obra e energia elétrica", explica.

A Câmara de Diretores Lojistas de Belo Horizonte (-BH) apurou queda de vendas de 2,97% de janeiro a maio deste ano, fruto da retração da atividade econômica, da alta da inflação e dos juros, que encarecem o crédito. O contingente de pessoas que quitaram dívidas em junho - estatística mais recente disponível - caiu 3,22%, segundo recuo mensal consecutivo e o quinto no período de seis meses analisados, pelos dados do indicador de recuperação do créidto e da inaimplência. A instituição avalia que com o poder de compra afetado pela crise da economia, a recuperação do crédito do consumidor tornou-se mais dificil.


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Palavras Chave Encontradas: CDL, Serviço Central de Proteção ao Crédito
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