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Valor Online ( Brasil ) - SP - Brasil - 07-08-2015 - 09:13 -   Notícia original Link para notícia
Inflação da baixa renda bate 10,31% em 12 meses, recorde da série

Por Alessandra Saraiva | Do Rio


Alimentos mais caros e reajustes em preços administrados levaram a inflação percebida por famílias de baixa renda, acumulada até julho, ao mais elevado patamar em dez anos. É o que mostrou ontem a Fundação Getulio Vargas (FGV), ao anunciar o Índice de Preços ao Consumidor - Classe 1 (IPC-C1), que mensura o impacto da inflação entre famílias com renda mensal até 2,5 salários mínimos. O indicador mostrou desaceleração entre junho e julho, de 0,85% para 0,68%. No entanto, a taxa em 12 meses foi de 10,31% até julho - a mais elevada da série histórica do índice, iniciada em 2004, e que deve continuar a acelerar nos próximos meses, segundo a fundação.


Na prática, os mais pobres estão sofrendo mais, com o atual cenário de inflação em alta, do que as famílias mais abastadas. Isso é perceptível quando se compara a trajetória do IPC-C1 com a do Índice de Preços ao Consumidor - Brasil (IPC-BR), que acumulou alta de 9,61% em 12 meses até julho; e apura a inflação entre famílias com ganhos até 33 salários mínimos. O IPC-C1 até julho também é mais elevado do que o IPCA-15, prévia da inflação oficial medida pelo IPCA, e que subiu 9,25% até julho.


Os fatores que mais contribuíram para a formação elevada da inflação da baixa renda ao longo desse ano foram os preços mais caros de alimentos; e reajustes em preços administrados. Esses itens são de grande peso na composição da cesta básica entre os mais pobres. André Braz, economista da FGV lembrou que, no âmbito do IPC-C1, o grupo alimentação representa em torno de 32% do indicador. Ao mesmo tempo, o técnico recordou que houve sucessivos aumentos de preços na tarifa de energia elétrica, que avançou 53,62% em 12 meses até julho. "A energia compromete 5% do orçamento das famílias no IPC-C1. Então, só energia elétrica representou quase um terço, em torno de 26%, da inflação acumulada entre os mais pobres até julho", disse. Para ele, com a maior pressão da inflação este ano, há grande chance de o IPC-C1 terminar 2015 com aumento de dois dígitos.


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