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Valor Online ( Brasil ) - SP - Brasil - 06-08-2015 - 09:53 -   Notícia original Link para notícia
Para analistas, inflação oficial recua em julho, mas atinge 9,53% em 12 meses

O impacto menor dos reajustes de loterias, o aumento mais fraco nos preços de passagens aéreas e a sazonalidade favorável do setor de vestuário devem contribuir para que a inflação desacelere em julho. Segundo a estimativa média de 21 instituições financeiras e consultorias ouvidas pelo Valor Data, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) passou de 0,79% em junho para 0,59% no mês passado. As previsões para o indicador, que será divulgado amanhã, vão de alta de 0,51% a 0,66%.


A alta mais branda, contudo, não será suficiente para evitar que o índice ultrapasse 9% no acumulado em 12 meses. Após quatro meses acima de 8%, a inflação oficial deve chegar a 9,53% em julho, conforme a média de projeções.



Para Leonardo Costa França, da Rosenberg Associados, as liquidações de inverno deste ano devem se traduzir em deflação de 0,29% no grupo de vestuário em julho. O aumento menor das passagens aéreas - projetado em 0,66%, depois da alta de 17,45% em junho - e o comportamento mais benigno dos preços dos combustíveis, pondera o economista, também contribuirão para a desaceleração do IPCA no período, depois de três meses consecutivos de aceleração.


A dissipação dos efeitos dos reajustes de preços da Mega Sena e de outras loterias da Caixa Econômica Federal no fim de maio, que deixaram os jogos de azar 30,8% mais caros no IPCA de junho, também ajudarão o índice do mês passado, acrescenta Eduardo Velho, economista-chefe da INVX Global Investments.


O aumento de 17,04% nas contas de luz residenciais em São Paulo, por outro lado, será uma das principais pressões apuradas pela inflação de julho, na avaliação da Tendências Consultoria.


Ao lado do reajuste da Copel em Curitiba, de 15,3% em média no fim de junho, o reajuste será um dos principais responsáveis pelo avanço de 1,21% nos preços do grupo habitação, diz França. Depois das pressões fortes derivadas da implementação das bandeiras tarifárias no início do ano, ele pondera, as principais altas nos preços de energia elétrica virão dos reajustes ordinários das distribuidoras, entre eles o da Light, no Rio de Janeiro, previsto para novembro. Após subir 42,03% entre janeiro e junho, o item deve fechar o ano com 55% de alta, segundo a Rosenberg.


Contrariando a sazonalidade, os alimentos in natura também não devem dar alívio ao IPCA de julho. Nas contas da Rosenberg, eles sobem 0,62%, nível semelhante ao registrado em junho.


Apesar da desaceleração do índice no mês, o nível da inflação de julho continuará alto, lembra o Goldman Sachs, que estima elevação de 0,63%. O avanço menor nas passagens aéreas deve levar a inflação de serviços a variar entre 0,5% e 0,6%, depois da alta de 0,79% em junho, destaca a instituição. A média dos três principais núcleos de inflação, entretanto, deve "permanecer alta", entre 0,6% e 0,7%.


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