Um grande salto nas vendas na América Latina ajudou a fabricante de cerveja Heineken a aumentar seus lucros, mesmo com a instabilidade política na Nigéria prejudicando seus negócios na África.

O aumento das vendas das marcas premium da Heineken, como a Desperados na América Latina e na Ásia, ajudou a empresa holandesa a escapar da ressaca sofrida por sua concorrente muito maior AB InBev, que foi afetada por uma grande queda nos volumes, depois do excelente momento proporcionado pela Copa do Mundo de Futebol no ano passado.

O lucro operacional consolidado cresceu 3,4% no primeiro semestre, para € 1,6 bilhão, principalmente em razão do forte crescimento nas Américas e Ásia. Nos últimos anos a Heineken vem se concentrando na venda de cervejas lager mais sofisticadas nos mercados emergentes, estratégia que está lhe proporcionando margens bem maiores do que as obtidas nos negócios europeus.

As vendas da Heineken na Europa respondem por quase 40% das vendas totais e por um quarto do lucro operacional do grupo. O lucro operacional dessa divisão permaneceu estável em € 372 milhões de euros. O lucro operacional da Heineken na divisão Américas subiu 8,6% para € 413 milhões.

Durante o primeiro semestre, a companhia aumentou sua capacidade de produção no México e na Etiópia. Também concluiu seu retorno a Myanmar com a abertura de uma fábrica em julho.

Mas o lucro operacional na África caiu bastante como resultado da instabilidade em grandes mercados como a Nigéria, onde a queda dos preços do petróleo misturada com a inflação acelerada criaram um cenário econômico muito ruim. O lucro operacional para a África e Oriente Médio caíram 7,2% para € 314 milhões.

Os volumes totais vendidos subiram 1% para 98,2 milhões de hectolitros, com a Heineken enfrentando comparações duras com o verão do ano passado, quando as vendas foram beneficiadas pela Copa do Mundo.

Os volumes vendidos no setor premium aumentaram 4,7% com a decisão da Heineken de manter o esforço de marketing. O grupo patrocina uma série de eventos que incluem a Liga dos Campeões da Uefa e a Copa do Mundo de Rugby que se aproxima - uma tática que vem se tornando cada vez mais cara. Apesar do aumento dos custos, a Heineken continuará participando desses eventos.