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Valor Online ( Empresa ) - SP - Brasil - 04-08-2015 - 10:00 -   Notícia original Link para notícia
Após 1º semestre fraco, Abit reduz projeções para o ano

O setor têxtil e de confecções encerrou o primeiro semestre do ano com queda em todos os indicadores. A Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit) informou ao Valor que espera retração também na segunda metade do ano. Para o ano de 2015, a entidade prevê queda de 10% na produção, para 1,9 milhão de toneladas. Em receita, a queda também deve girar em torno dos 10%, para US$ 49,5 bilhões.


Em janeiro, a Abit estimava uma queda de 7% na indústria têxtil e de confecções, para US$ 51,1 bilhões, com incremento de 0,3% na produção. As projeções foram reduzidas por conta da deterioração no cenário macroeconômico. "A queda na confiança das famílias, inflação alta, aumento do desemprego, juros altos e redução da renda das famílias, tudo isso deteriorou as condições para o setor têxtil", afirma Fernando Pimentel, diretor superintendente da Abit.



O executivo ponderou que a receita pode ficar abaixo de US$ 49,5 bilhões no ano, dependendo da evolução do câmbio e da capacidade que as indústrias terão de remanejar preços. "Tem sido difícil para as indústrias e para o varejo reajustar preços e repassar a alta nos custos de produção, com compra de matérias-primas cotadas em dólar, reajuste nas tarifas de energia e na folha de pagamento", disse.


A dificuldade no repasse resultou em inflação mais baixa para o setor. No primeiro semestre, a inflação da indústria têxtil foi de 1,37%, ante 2,93% da indústria geral, conforme o Índice de Preços ao Produtor (IPP) medido pelo IBGE. No varejo, a inflação do vestuário foi de 1,39% no semestre, ante 6,17% do Índice Nacional de Preços ao Consumidor - Amplo (IPCA). Para o ano, a Abit estima que a inflação no setor será de 3%.


No primeiro semestre, a produção têxtil caiu 9%. As importações recuaram 3,3%. "Ainda existe estoque indesejável na cadeia e as empresas estão procurando se ajustar, mas o cenário é difícil", disse Pimentel. As vendas no varejo de vestuário caíram 5% no semestre.


Para 2015, a Abit projeta queda no varejo de vestuário de 4%. A estimativa feita no início do ano era de um incremento de 0,4%. A entidade também revisou a projeção de importações para uma queda de 7,5%, ante estimativa de aumento de 3,6% feita em janeiro. Para as exportações, a estimativa é de resultado igual ao de 2014. A previsão anterior era de aumento de 2,7%.


A Abit também informou que espera uma perda de 40 mil a 60 mil postos de trabalho no setor têxtil e de vestuário neste ano. Em 2014, o setor fechou 20 mil postos de trabalho, chegando a 1,4 milhão de vagas. No primeiro semestre de 2015, o setor cortou 15,7 mil vagas. Pimentel diz que o setor estuda medidas para evitar mais cortes. Uma das opções é a adesão de empresas ao Programa de Proteção ao Emprego, que permite redução da jornada de trabalho em até 30% com redução do salário.


Pimentel disse que a Abit vai discutir com o governo federal a criação de programas para estimular inovações no setor e vai reapresentar um projeto de regime tributário para o setor de confecção, que prevê a redução da carga de impostos federais de 18% para 5% a 10%. O resultado seria um crescimento de 69% da produção e criação de 300 mil empregos até 2025. "Vamos insistir até termos um posicionamento oficial", disse.


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