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Valor Online ( Empresa ) - SP - Brasil - 03-08-2015 - 09:11 -   Notícia original Link para notícia
CEO do Carrefour não dá risada à toa


Plassat, do Carrefour: "Bons motivos para pensar que as férias serão tranqüilas"


Nesta alta temporada de verão na Europa, Georges Plassat, CEO do Carrefour, diz ter "bons motivos para pensar que as férias serão tranqüilas". É com essa frase que ele iniciou a apresentação do balanço semestral do grupo francês, na sexta-feira. A receita global da segunda maior varejista mundial, de € 37,7 bilhões, sem impostos, registrou no período uma das mais altas taxas de crescimento desde 2008, de 5,2% na comparação anual.


Talvez por estar satisfeito com os números ou para demonstrar que se recuperou após ter ficado afastado por razões de saúde no início do ano, Plassat transformou a apresentação dos resultados em uma reunião em clima de férias, com ares de show de humor, arrancando várias vezes risos da plateia.


Ele já é conhecido por seu estilo descontraído e brincalhão, mas desta vez, para muitos, ele se superou. Plassat disse a um analista que ele parecia mais jovem, parabenizou o presidente do Carrefour no Brasil, Charles Desmartis, "por sair do escritório para percorrer o país e acariciar tomates" e disse ainda que "os brasileiros têm mais o que fazer neste momento em vez de se lambuzar de creme", em resposta a um comentário sobre a desaceleração das vendas da L'Oréal no Brasil.


Para o Carrefour, parece não haver crise em lugar algum. A França registra seu quinto semestre consecutivo de crescimento, de 1,8%, com todos os modelos de lojas contribuindo para o aumento das vendas, apesar de uma desaceleração no segundo trimestre (alta de 3,3%) em relação ao primeiro (7,9%).


No restante da Europa, o lucro operacional cresceu 244%, atingindo € 122 milhões, graças principalmente à retomada das vendas na Espanha, terceiro mercado do grupo, após a França e o Brasil. "Essa zona registra seu primeiro crescimento da receita nos últimos dois anos e volta a ser uma fonte de lucros", afirma o CEO.


O lucro líquido do grupo, no entanto, recuou 40,2% no primeiro semestre, afetado pelo custo de integração das lojas Dia na França e ganhos excepcionais realizados, no ano passado, com sua filial imobiliária Carmila. Excluídos esses elementos, o lucro líquido aumentou 17,5% no período, totalizando € 233 milhões.


"O Carrefour reencontrou seus fundamentos e uma forma de crescimento sustentável que havíamos perdido durante alguns anos", disse Plassat. Segundo ele, a diversificação geográfica do grupo e sua transformação em um modelo de lojas multiformato (de hipermercados a lojas de bairro) representam "uma força" para a expansão dos negócios.


Os números do Brasil e da América Latina contribuíram fortemente para o bom desempenho da varejista. As vendas no Brasil cresceram 12,2% no primeiro semestre na comparação anual e, na Argentina, 27%. O lucro operacional na América Latina, de € 296 milhões, subiu 20% no período.


"O Brasil vai bem", afirma Plassat, que diz o mesmo sobre a América do Sul. "Não vejo em que a crise atual no Brasil seria um indício muito mais desfavorável do que pudemos constatar na Europa", diz ele. Para o CEO, "a crise no Brasil é mais de natureza política."


O ritmo de abertura de lojas Atacadão (segmento que mistura atacado e varejo, o "atacarejo") vai continuar elevado, segundo o presidente. A rede de lojas de bairro também está sendo ampliada no país. "O varejo no Brasil está em fase de modernização. Não é porque estamos há muitos anos no país que a modernização dos modelos de lojas está concluída."


Ele diz ter certeza de que a América do Sul "continuará contribuindo para o crescimento do grupo nos próximos cinco anos." Não há ainda, no entanto, definição sobre a eventual entrada em bolsa do Carrefour no Brasil. "Não há pressa para realizarmos uma oferta pública inicial de ações (IPO) no Brasil. Não temos obrigação de fazer isso e não é o momento", disse Plassat ao Valor.


O CEO se diz confiante mesmo em relação à Ásia, onde tanto o faturamento quanto o lucro operacional ficaram no vermelho no primeiro semestre, com queda, respectivamente, de 9,7% e de 49,5%. As atividades na China estão sendo reorganizadas e o grupo continua investindo em novas lojas no país. "A China continuará um polo de crescimento, é evidente", afirma.


"Quando comparamos o Carrefour aos seus concorrentes internacionais, vemos que não há motivos para ficarmos envergonhados", disse o presidente.


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