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Estado de Minas Online ( Negócios e Oportunidades ) - MG - Brasil - 02-08-2015 - 13:17 -   Notícia original Link para notícia
Transição sem dramas

A reavaliação da carreira deve ser feita a todo momento, mas a decisão de mudar de emprego ou mesmo de profissão precisa de cautela e de análise do mercado


Ludymilla Sá


Publicação: 02/08/2015 04:00




As mudanças fazem parte da vida, são inerentes ao processo evolutivo, mas muita gente tem problemas para efetuar transformações radicais na sua rotina. Especialmente na de trabalho, por comodismo ou medo da mudança. Trocar de carreira, para algumas pessoas, que chegam até a adoecer de insatisfação e infelicidade, é um desafio intransponível. Outras, no entanto, fazem a transição com naturalidade, sem dramas. Para essas, a felicidade e a qualidade de vida vêm em primeiro lugar. Em meio a certezas e inseguranças, uma coisa é certa, segundo especialistas: não há o momento exato de mudar.

A reavaliação da carreira, segundo o professor Mário Reis, da Universidade Fumec, especialista em gestão de pessoas, deve ser uma ação frequente do profissional. "Não existe hora. A hora é toda hora, é todo dia, é um julgamento em função de um sentimento próprio, intrínseco da motivação da pessoa. De repente, ela recebe uma proposta para ganhar o triplo, mas a sua qualidade de vida vai para o espaço. Diria para todos os profissionais que as pessoas precisam lutar por sua motivação, que é uma coisa própria, e lutar no sentido de buscar a autorrealização. Isso é o que diferencia o bom do mau profissional."

Inicialmente, de acordo com Reis, o profissional deve buscar uma solução dentro da própria organização. "Buscamos desenvolver projetos dentro da empresa, daquilo que estamos fazendo, mostrando para o empregador as coisas que gostaríamos de fazer dentro da própria organização."

Se, depois disso, o empregado perceber que não terá oportunidade, ele deve começar a olhar para o lado de fora. "Distribuir currículo e falar com amigos. Mas quando o mercado está ruim, como agora, usamos o conceito de entrincheiramento, ou seja, nos entrincheiramos na organização onde estamos. Em outras palavras, estou insatifeito, mas vou ficar quieto aqui porque lá fora está pior e não vou me arriscar. Esse é o raciocínio em cada dia do trabalho. Cada um de nós nos mobilizamos conforme nossos valores pessoais."

A reavaliação da carreira também deve atender aos anseios do empregador, na opinião do especialista. Afinal, um profissional insatisfeito raramente é produtivo. "Os gestores avaliam segundo o resultado que a pessoa entrega para a organização. Todo gestor olha pra todos nós sob esse ponto de vista. Enganam-se aqueles que pensam não ser dessa forma. Não existe almoço grátis, alguém está pagando a conta. Na hora que ele entender que aquele indivíduo não está produzindo os resultados que ele gostaria, vai trocar a pessoa, vai reordenar a carreira daquela pessoa. Para o bem ou para o mal. Se ele entender que ela pode render, ele promove ou a convida para outra tarefa. Para o mal representa o fim da linha."

Nesse sentido, segundo o professor, o profissional também será frequentemente avaliado pelo empregador. "Ele também avalia a todo momento e a todo instante. É bom que o profissional esteja sempre alerta, porque o empregador pode decidir por ele. Então, é melhor que ele tome a iniciativa e se sinta autorrealizado, buscando oportunidades internas, que é mais fácil, a todo instante", indica.

Foi o que ocorreu com a executiva de contas corporativas Luciana Reis. Ela não trocou de profissão, muito menos de área de trabalho. Preferiu dar uma pausa de dois anos para acompanhar o desenvolvimento da filha, Maria Eduarda, então com 4 anos. "O meu momento de repensar a carreira foi em função da minha filha. Ela estava na fase de alfabetização e a minha ausência resultou em alguns problemas escolares. A Maria precisava de orientação psicológica, estava na fonoaudióloga e o retorno não era positivo. Pensei: 'Será que vale mesmo a pena sacrificá-la assim?'. Então, decidi dar esse tempo."

ORIENTAÇÃO PrOFISSIONAL Mudar de profissão também pode ser um momento complicado se forçado por circunstâncias negativas, como a falta de reconhecimento ou de retorno financeiro. Por outro lado, pode ser a motivação que faltava para o entendimento de sua missão de vida e, com isso, estabelecer novas metas e objetivos em uma nova profissão. Nesse processo, a figura do coaching pode ajudar. "Ele é um profissional como psicólogos, que vai ajudar nessas questões. Ele vai auxiliar na organização dos objetivos. Da mesma forma que há empresas de recolocação profissional no mercado, há esse tipo de profissional que ajuda na reorganização do currículo. Com o coaching, o profissional conseguirá atender a todas as suas demandas, pois o método o orienta a gerenciar o tempo, a tomar decisões assertivas e rápidas, além de atender aos anseios pessoais."


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