Mediante investimentos de R$ 600 milhões, a Vulcan Bor Pneus se prepara para atuar no mercado mineiro. A empresa vai construir três fábricas em Jacutinga (Sul de Minas). A primeira será de pneus para motos e o início das operações está previsto para julho de 2018, com a geração de 100 empregos diretos. A segunda, com foco na produção de kits de transmissão para motocicletas, sem data de inauguração definida, está planejada para 2021, enquanto a terceira, de câmaras de ar, deve ser aberta em 2023.

De acordo com o proprietário da empresa, Wagner Luiz Silva, a escolha pelo município se deve, principalmente, à proximidade com a matriz, que fica em São Paulo. Além disso, pesou na decisão o fato de se tratar de uma região estratégica, com polo têxtil consolidado e boa oferta de mão de obra qualificada, completa o controller da Vulcan Bor Pneus, Paulo Barreto. "Durante o processo de implantação, podemos ter alguns ajustes, inclusive em termos de investimentos", afirma.

As três unidades vão ocupar um terreno de 50 mil metros quadrados no distrito industrial da cidade, às margens da MG-290, doado pela Prefeitura de Jacutinga. A assinatura do protocolo de intenções com o município acontece na próxima quarta-feira. A Vulcan Bor, que completa 27 anos em novembro deste ano, é uma indústria nacional que tem como objetivo principal criar e prover as mais variadas soluções em produtos para manutenção, controle e montagem de pneus e câmaras de ar.

A chegada da empresa a Jacutinga, no extremo sul de Minas, é fruto do processo de diversificação da economia local, segundo o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Miller Moliani de Lima. Ele explica que houve um grande avanço em termos de atração de empresas, e lembra que, antigamente, há 40 ou 50 anos, a agricultura era a principal atividade econômica da cidade. Depois, o município se tornou polo de fabricação de malhas, responsável por 25% da produção nacional do setor.

Outras - Jacutinga, por isso conhecida como "capital nacional das malhas", também está se preparando para receber outras empresas, como a Olga Color, especializada, há 46 anos, no segmento de alumínio voltado para construção civil e industrial. "Ela já está em processo de construção para instalar uma unidade na cidade, que ocupará 80 mil metros quadrados e vai gerar 400 empregos diretos", diz o secretário. A empresa vai produzir perfis de alumínio na nova planta.

Segundo Lima, a atração de aportes de diversos segmentos tem dado bons resultados. � o caso da Kathrein, multinacional alemã que fabrica antenas e alarmes para o setor automotivo e que inaugurou unidade em Jacutinga em setembro de 2014. "Com a instalação, foram criados 120 empregos diretos", afirma o secretário. Já a estimativa anual de faturamento é de R$ 62 milhões.

Doação de áreas em Araxá terá 2ª etapa
Leonardo Francia

Seis empresas foram contempladas na primeira licitação da Prefeitura de Araxá (Alto Paranaíba) que teve como objetivo a doação de áreas para implantação de empreendimentos no distrito industrial (DI) da cidade. O Executivo local já está formatando um segundo processo licitatório com 17 lotes. Nessa modalidade, a administração municipal doa o terreno para a empresa, que, em contrapartida, se dispõe a prestar serviços sociais.

Os nomes não foram revelados, mas as seis escolhidas no edital são dos setores de transporte; fabricação e desenvolvimento de sistemas para equipamentos usados por fábricas de fertilizantes; inspeção industrial; engenharia civil e manutenção de rodovias; projeto e instalações elétricas; e reciclagem de resíduos sólidos.

Conforme já informado, a ideia de lançar os editais surgiu devido às constantes consultas que a prefeitura tem recebido de empresas de diferentes segmentos, como fertilizantes, informática e prestadores de serviços para a mineração. Ao todo, o DI tem cerca de 70 mil metros quadrados e os lotes variam de 1,5 mil metros quadrados a 20 mil metros quadrados, dependendo do empreendimento a ser instalado.

Segundo informou anteriormente o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico e Parcerias, Leandro Haddad, a prefeitura já conversou com cerca de 36 empresas interessadas e as que mais chamaram a atenção foram uma multinacional do setor de fertilizantes, uma montadora de computadores e prestadores de serviços para mineradoras.

No caso dos prestadores de serviços para a área de mineração, a maioria atende à Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM), líder mundial na produção de nióbio a partir de seu complexo industrial no município. Mas outros empreendimentos da cadeia bioquímica também mostraram interesse.

O formato do edital foi uma ideia conjunta do Ministério Público e do Executivo de Araxá. Basicamente, a prefeitura fará doação do terreno com encargo oneroso para empresas que preencham determinados critérios. Entre eles estão o prazo máximo de 90 dias para instalação, a necessidade de geração de pelo menos 15 empregos diretos e uma contrapartida em benefício da comunidade local.

Além disso, a administração municipal levantou áreas de interesse, de acordo com a procura que tem recebido e com a direção que o Executivo que dar ao desenvolvimento da economia local. Dessa forma, foram determinados os seguintes setores: engenharia e manutenção civil, elétrica, mecânica e projetos; inspeção de equipamentos industriais; auto-socorro, guincho, transportes e logística; metalurgia, montagem industrial e serviços; e madeiras, fabricação de móveis de madeira reciclada, comercialização de lenhas e tratamento de madeira em geral.

Também foram priorizados reciclagem de sucata; informática, tecnologia em computadores; capacitação e formação profissional em máquinas pesadas; agronegócio, beneficiamento de alimentos, e hortifrutigranjeiro, mudas e hortaliças; adubos e fertilizantes; transporte rodoviário, e de passageiros; projetos e fabricação de instalação e equipamentos para fertilizantes; reciclagem de material de papel plástico e resíduos sólidos.