Brito, CEO da AB InBev: "Vamos avaliar oportunidades de fusões e aquisições"

Após fechar o segundo trimestre com expansão de 16,9% no lucro líquido, a Ambev prevê resultados mais fortes na segunda metade do ano. O crescimento, diz a companhia, virá do aumento no volume de vendas em relação a 2014, do controle de gastos e de uma melhor gestão das marcas. Para marcas tradicionais, como Skol, Antarctica e Brahma, o plano é elevar as vendas principalmente com embalagens retornáveis (cascos de vidro) e outras versões de preços mais baixos. A empresa vai reforçar as vendas de cervejas premium e de bebidas à base de malte, as "near beers".

Nelson Jamel, vice-presidente financeiro e de relações com investidores da Ambev, disse que parte da melhora neste semestre será possível pois a base de comparação de 2014 é baixa. A empresa pretende melhorar a distribuição de produtos e controlar gastos. Para o ano, a Ambev mantém a previsão de alta na receita líquida "entre um dígito médio e um dígito alto". Em 2014, a receita líquida da Ambev cresceu 8,6%, para R$ 38,08 bilhões.

No segundo trimestre, as vendas das marcas premium (como Stella Artois e Bohemia) responderam por 8,5% do volume total vendido no Brasil. Um dos destaques, segundo a Ambev, foi a Corona, cerveja mexicana lançada no país no fim do ano passado. As vendas das marcas premium aumentaram 20% em 2014. Em dezembro, elas representavam 8% das vendas totais de cerveja da empresa no Brasil.

Carlos Brito, presidente da AB InBev, controladora da Ambev, disse ontem que vê "espaço para um crescimento significativo no Brasil, incluindo as marcas Budweiser, Corona e Stella Artois" (ver mais ao lado).

A Ambev também vai ampliar as vendas de bebidas à base de malte - categoria batizada de "near beer" (algo como "quase cerveja"). A Skol Beats Senses, que pode ser bebida com gelo, e a Brahma 0,0%, sem álcool, fazem parte desse grupo. A companhia não divulga quanto essa linha representa nas vendas totais. Informou apenas que ela tem um "papel significativo na performance de receita líquida".

Jamel disse que a Ambev deve colocar um novo produto no mercado brasileiro neste semestre, no segmento de bebidas à base de malte, mas não forneceu mais detalhes.

A companhia informou que deve praticamente repetir o valor investido no país em 2014, que foi de R$ 3,1 bilhões. No primeiro semestre, os investimentos somaram R$ 1,4 bilhão e foram aplicados no aumento da capacidade e da produtividade das fábricas, em logística, distribuição e na compra da cervejaria Colorado. A empresa informou que não tem planos de fazer outra aquisição por enquanto.

No segundo trimestre, a operação total da Ambev registrou alta de 15,8% no lucro líquido, para R$ 2,51 bilhões. A receita líquida avançou 21,2%, para R$ 9,91 bilhões.

Em volume, as vendas caíram 3,4%, para 38 milhões de hectolitros. O lucro ajustado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) cresceu 23,9%, para R$ 4,12 bilhões.

A Ambev Brasil obteve queda de 7,9% em volume de vendas, para 25,3 milhões de hectoliros. A receita líquida cresceu 3,8%, para R$ 5,46 bilhões. O Ebitda ajustado subiu 8,8%, para R$ 2,55 bilhões.