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Diário do Comércio online - BH (MG) ( Economia ) - MG - Brasil - 31-07-2015 - 10:08 -   Notícia original Link para notícia
Supermercados cortam margem de lucro

Com o cenário desfavorável e o aumento de custos, índice em Minas não deverá ultrapassar 1,5% neste ano



O faturamento dos supermercados mineiros registrou crescimento de apenas 0,63% no 1º semestre deste ano/Alisson J. Silva


Embora o setor supermercadista ainda aposte em crescimento da ordem de 1,5% no faturamento neste exercício na comparação com 2014, as margens de lucro das redes em Minas Gerais não deverão ultrapassar a casa de 1,5% ao fim deste ano. Caso se confirme, o índice será meio ponto percentual inferior ao que foi registrado em 2014, quando as margens chegaram a 2%, e decorre da atual conjuntura econômica nacional e do aumento dos custos dos negócios.

De acordo com o superintendente da Associação Mineira dos Supermercados (Amis), Adilson Rodrigues, a meta era alcançar pelo menos os mesmos 2% ao fim deste exercício, mas ao que tudo indica, não será possível. "A rentabilidade é algo que nos preocupa. Estamos trabalhando para manter esse índice, mas deverá ficar em torno de 1,5%. Os aumentos da energia elétrica, do combustível, dos tributos em geral, causaram a elevação dos nossos custos e as vendas não estão crescendo no mesmo ritmo para cobrir", explica.

Pelo contrário. Segundo ele, o aumento do desemprego e a diminuição da renda das famílias têm exigido medidas inversas dos supemercadistas, que estão disputando os clientes por meio dos preços. "Se por um lado está mais fácil negociar com os fornecedores, que também estão ávidos por despachar suas mercadorias, por outro, estamos disputando os clientes um a um. E tudo pesa na decisão do consumidor neste momento, principalmente o preço. Por isso, qualquer repasse de custo pelo setor se tornou inviável", explica.

E as conseqüências desse cenário já estão sendo sentidas pelo setor. Segundo o Termômetro de Vendas, pesquisa mensal da Amis, nos primeiros seis meses deste ano, os supermercados mineiros tiveram crescimento de 0,63% no faturamento frente a igual período de 2014.

Na comparação de junho de 2015 com o mesmo mês do ano passado, o desempenho ficou praticamente estável, com ligeiro crescimento de 0,27%. Os números já estão deflacionados pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Já quando considerado o resultado de junho em relação a maio, o setor registrou queda de 2,47% no faturamento.

Conforme informou a Amis, em nota, o resultado negativo de junho ante maio se dá pelo menor número de dias e um fim de semana a menos na comparação dos dois meses. "Contudo, já há também certa precaução de que a desconfiança do consumidor com o atual momento da economia do País afete o movimento nas lojas, embora isso ainda não se tenha confirmado", afirmou a entidade.

Acima da média - "Na verdade, Minas pode comemorar. Estamos bem melhores que a média nacional e o levantamento da Amis é mais rigoroso, pois trabalha o conceito loja a loja e não o setor como um todo. Consideramos os resultados até aqui satisfatórios", avalia Rodrigues.

Na última terça-feira, a Associação Brasileira de Supermercados (Abras) divulgou que o faturamento do setor caiu 3,04% em junho sobre o mesmo mês de 2014. Na comparação com maio houve redução de 4,75% e, no acumulado do ano, o indicador ficou estável.

Em relação ao recuo no confronto entre junho e maio registrado nos supermercados de Minas Gerais, o superintendente da Amis cita o menor número de dias e um fim de semana a menos na comparação dos dois meses. Assim, a expectativa de aumento de 1,5% no faturamento em relação ao ano passado está mantida. "Tradicionalmente, o segundo semestre é mais aquecido e, como na primeira metade do ano já atingimos 0,63%, acreditamos ser possível alcançar a meta ao fim de 2015", argumenta.

Em junho na comparação come maio a menor queda foi na região Norte/Noroeste do Estado (-1,02%), seguida por Centro-Oeste (-1,75%); Zona da Mata (-2,05%); Vale do Rio Doce/Mucuri/Jequitinhonha (-2,87%); Triângulo Mineiro/Alto Paranaíba (-2,9%); Sul (-2,93%) e região Central (-3,39%).


Novas lojas - O setor supermercadista em Minas Gerais mantém investimentos de R$ 300 milhões neste ano, com a abertura de 70 lojas. De janeiro a julho, foram inaugurados 40 estabelecimentos, com aportes de R$ 175 milhões e geração de 4,5 mil postos de trabalho. "Até o fim do ano outras 30 lojas devem ser inauguradas, o que totalizará aportes de mais R$ 125 milhões e outros 3,5 mil postos de trabalho", informou ontem a (Amis, por meio de nota.

Ainda de acordo com a entidade, os principais aportes têm sido feitos pelas maiores empresas. Até julho, a rede Supermercados BH abriu quatro lojas, todas de supermercados de vizinhança, e deve inaugurar seis até o fim do ano. Já a rede Epa inaugurou ou reabriu 14 lojas, todas de vizinhança, e a previsão é também de outras seis.


Tíquete médio do Dia dos Pais deve chegar a R$ 105,67


O tíquete médio dos consumidores de Belo Horizonte, para o Dia dos Pais, deve alcançar R$ 105,67, valor superior ao registrado no ano passado que foi de R$ 103,47. O incremento se deve ao atual cenário econômico de aumento da inflação e das taxas de juros, o que significa que o consumidor vai adquirir os mesmos produtos com preços maiores. Os dados fazem parte do levantamento da de Belo Horizonte (-BH).

A pesquisa também mostrou que a maior parte dos entrevistados deve evitar a contração de dívidas e, por isso, a preferência de 65,69% dos consumidores será o pagamento com dinheiro. As compras com cartão de débito devem ser adotadas por 13,49% das pessoas consultadas. O pagamento no cartão de crédito, em até três vezes, é a opção para 11,44% dos consumidores e a compra à vista no cartão de crédito, para 8,5%.

A situação desfavorável da economia e o maior comprometimento da renda familiar vêm interferindo na intenção de compra da maioria dos consumidores belo-horizontinos. De acordo com o levantamento da , 52,33% dos entrevistados pretendem gastar menos em relação ao Dia dos Pais frente à data comemorativa de 2014. Para 27,33% dos entrevistados o consumo será igual ao do ano passado e outros 18,31% pretendem ampliar as compras.

Segundo os entrevistados, o menor consumo no Dia dos Pais se deve à inflação alta, que foi apontada por 34,3% das pessoas ouvidas pela -BH, seguida pelo desemprego (25,29%) e os juros altos (22,67%).



Preço - Em ano de crise econômica e de aumento do desemprego, segundo 62,79% dos entrevistados, o item que será mais avaliado na hora de concretizar a compra é o preço. O segundo fator mais importante para os consumidores é a qualidade dos produtos (8,72%), seguido pela educação e cortesia dos funcionários (6,1%), promoções e sorteios (5,81%), ambiente agradável (4,65%), agilidade no atendimento (2,91%), marca do produto (2,62%) e segurança (2,62%).

Na hora de comprar o presente, 47,99% dos consumidores vão adquirir os produtos no comércio de rua. Segundo a pesquisa da -BH, 30,5% dos entrevistados farão as compras na região onde moram. O hipercentro da capital mineira será a opção para 11,6% dos consumidores. Já outros 5,8% buscarão os centros comerciais. Os entrevistados que irão comprar em shopping centers totalizaram 28,8%. A internet será a opção para 3,8% dos consumidores ouvidos pela -BH.

Assim como em anos anteriores, a maior parte dos consumidores, 33,64%, tem a intenção de presentear com artigos do vestuário. Em seguida vêm os calçados (24,57%), perfumes e cosméticos (18,14%), eletrônicos, celulares e eletrodomésticos (6,2%), ferramentas (4,13%), CD e DVD (2,53%), material esportivo e camisa de time (2,41%) e artigos diversos, que incluem acessórios de carro, kit churrasco e pescaria, livros e bebidas (8,38%).

A pesquisa da -BH também identificou que a maioria dos consumidores (52,16%) além de presentear, também irá fazer algo especial do Dia dos Pais. As comemorações mais citadas foram o almoço em casa (30,65%), almoço em restaurante (12,1%), jantar fora (2,96%), churrasco em casa (2,15%), jantar em casa (1,61%), viagem (1,08%) e outras comemorações (1,61%).

Movimento no comércio caiu 0,7% em junho

São Paulo - O movimento no comércio varejista no Brasil caiu 0,7% em junho ante maio e recuou 1,8% na comparação com junho do ano passado, segundo pesquisa divulgada ontem pela Boa Vista SCPC. No acumulado do primeiro semestre, o movimento diminuiu 1,6% ante igual intervalo de 2014. Já em 12 meses, o indicador apresenta elevação de 0,4% em junho, mas desacelerou 0,3 ponto percentual ante o registrado em maio.

Segundo os economistas da Boa Vista, o indicador continua apresentando desaceleração em sua tendência de longo prazo, fato observado desde meados do segundo semestre de 2014. "Para 2015, fatores macroeconômicos como elevação dos juros, piora do mercado de trabalho e aumento de tributos e inflação em patamar elevado continuarão afetando de forma intensa a confiança e o poder de compra do consumidor", diz a equipe em relatório.

Dentre os principais setores, o de móveis e eletrodomésticos apresentou queda de 3,4% em junho, na variação mensal, descontados os efeitos sazonais. A categoria de tecidos, vestuários e calçados caiu 1,1%. A atividade de supermercados, alimentos e bebidas foi a única que apresentou aumento, de 1,1%. Já o segmento de Combustíveis e Lubrificantes ficou estável.

O indicador é elaborado a partir da quantidade de consultas à base de dados da Boa Vista, por empresas do setor varejista. A Boa Vista também divulgou que a inadimplência do consumidor na cidade de São Paulo subiu 1,1% em junho ante maio, mas caiu 4,3% na comparação com junho do ano passado. No acumulado do primeiro semestre, há queda de 6,7%.

Já o indicador de recuperação de crédito do consumidor no Brasil - obtido a partir da quantidade de exclusões dos registros de inadimplência - subiu 2,4% no mês e avançou 0,7% no ano, mas mesmo assim acumula retração de 0,8% no primeiro semestre.

Demissões - O primeiro semestre deste ano teve o pior saldo de empregados formais no comércio varejista da região metropolitana de São Paulo desde 2008. o que revela pesquisa divulgada ontem pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomércio-SP)), com base em dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego.

Segundo a pesquisa mensal da Fecomércio-SP, 24.078 vagas formais do comércio varejista foram fechadas na região, de janeiro a junho deste ano quase o dobro dos 12.751 postos extintos no mesmo período do ano passado.

Em junho, 3.711 vagas formais foram fechadas, enquanto no mesmo mês do ano passado 325 vagas foram criadas. No mês, foram admitidos 42.191 funcionários no comércio varejista, ante 45.812 demissões. Enquanto as contratações diminuíram 2,4%, em relação a junho de 2014, o fechamento de postos de trabalho aumentou 7% na mesma base de comparação.

O número total de empregados no comércio varejista somou 1.004.629 entre junho de 2014 e junho deste ano. Número inferior aos 1.007.485 empregos formais registrados no setor, nos 12 meses encerrados em junho de 2014.

Os segmentos de mercado mais atingidos foram os de concessionárias de veículos (-7,4% no número de funcionários), autopeças e acessórios (-3,4%) e eletrodomésticos, eletrônicos e lojas de departamento (-3,2%). Por outro lado, houve aumento nas áreas ligadas a bens essenciais como farmácias (4,3%) e supermercados (3,7%).

Para a Fecomércio-SP, o cenário é preocupante para o comércio, "uma vez que o número de vagas suprimidas no primeiro semestre de 2015 Áconsiderando o varejo e o atacadoÀ atingiu a marca de 191.288 no Brasil (58.457 no Estado de São Paulo), sinalizando um quadro ainda mais recessivo para este ano". (AE/FP)


 


Palavras Chave Encontradas: Câmara de Dirigentes Lojistas, CDL
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