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Valor Online ( Empresa ) - SP - Brasil - 30-07-2015 - 09:15 -   Notícia original Link para notícia
Grupo Pão de Açúcar fecha o segundo trimestre no vermelho


"Estamos nos adaptando a um novo cenário macro", diz Iabrudi, CEO do GPA


Com prejuízo de R$ 30 milhões de abril a junho, versus lucro líquido de R$ 358 milhões há um ano, o Grupo Pão de Açúcar teve o seu pior trimestre desde 2011, quando tomou forma as três área de negócios da companhia - o varejo de alimentos, a operação de Casas Bahia e Ponto Frio; e braço on-line.


A divisão de supermercados, hipermercados e atacado teve queda de 44,1% no lucro no segundo trimestre. Via Varejo (Casas Bahia e Ponto Frio) apurou prejuízo e a Cnova (braço on-line) quase dobrou suas perdas.


Ontem, o GPA informou a este jornal que não deve investir o valor máximo aprovado para 2015, de R$ 2 bilhões. "Este era o teto, mas em função das otimizações, é possível que fique mesmo inferior a isso", disse Daniela Sabbag, diretora de relações com investidores. A estimativa de crescimento de área de vendas, de 6% neste ano, foi revista para algo entre 4% e 6%. Em 2014, essa expansão foi de 5%.


Há um processo de ajustes no GPA há meses, com revisão de despesas, busca de ganhos de eficiência e planejamento focado em reforma de pontos na área de supermercados e hipermercados.


O prejuízo do GPA reflete, em parte, os maus resultados da operação de bens duráveis. "O já fraco desempenho do varejo alimentar foi puxado para baixo pelos resultados desanimadores da Via Varejo e pela perda trimestral de Cnova", escreveu Guilherme Assis, analista da Brasil Plural, que prevê recuperação de vendas do grupo no fim de 2015. "O grupo teve um trimestre realmente ruim [...] A área alimentar cresce abaixo da inflação e o grupo é muito exposto a bens discricionários", segundo relatório do Morgan Stanley.


Ontem, em teleconferência com analistas, Ronaldo Iabrudi, presidente do GPA, controlado pelo Casino, disse que, apesar do "ano difícil", a empresa cresce de "maneira sustentável". "Estamos nos adaptando a um novo cenário macro [...]. Mesmo não sendo ideal ou ótimo, está em linha com o que planejamos", disse, ressaltando que a empresa tem estrutura de capital para crescer. "Custos subiram de forma abrupta e a adequação não acontece de maneira tão rápida".


A operação alimentar teve queda no lucro de 44,1%, para R$ 102 milhões, com despesas subindo acima da receita e margem bruta caindo 0,2 ponto, para 24,3%. A receita líquida subiu 6,4%. Maiores custos com energia e gastos com reformas afetaram a margem de lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação (Ebitda) passando de 6,6% para 5,4%. Aspectos positivos foram melhora de tráfego, recuperação de vendas em pontos reformados do Extra e bom desempenho do Assaí.


A operação dos sites, na CNova, foi um dos destaques do relatório do BTG Pactual, pela "muito pobre rentabilidade, Ebitda negativo [sobre 2014] e perda de € 40 milhões", versus prejuízo de € 21,3 milhões no segundo trimestre de 2014. "Claramente a empresa parece priorizar crescimento e ganho de participação de mercado às custas de margens", escreveu a equipe do BTG. "Tivemos melhora no Ebitda [sobre primeiro trimestre e operamos com fluxo de caixa positivo [há um ano]. Crescemos dois dígitos em vendas apesar do cenário desafiador", disse German Quiroga, presidente da Cnova.


O comando do Grupo Pão de Açúcar citou medidas que têm sido tomadas para tentar recuperar resultados. Plano é mitigar efeitos do aumento da inflação e de outras despesas, como energia elétrica. Entre elas, tolerância menor a lojas com fraco desempenho. De abril a junho, 13 lojas da bandeira Minimercado Extra foram fechados (5% da base). Também houve redução de vagas no grupo - foram eliminados 7 mil postos de abril a junho (ou 4,5% da força de trabalho do GPA). Cerca de 4,8 mil foram na Via Varejo. Começaram a ser renegociados contratos de aluguel em algumas lojas e até benefícios para executivos foram revistos - os carros disponíveis para a diretoria foram cortados.


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