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Diário do Comércio online - BH (MG) ( Finanças ) - MG - Brasil - 30-07-2015 - 09:59 -   Notícia original Link para notícia
Copom eleva Selic em 0,5 ponto

Com a decisão, tomada por 8 dos 9 diretores do BC, taxa sobe para 14,25% ao ano



Segundo o BC, juros devem permanecer nesse nível


Brasília - Uma semana depois de o governo anunciar uma redução substancial na sua meta de economia para o ano, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) elevou ontem a taxa básica de juros da economia em mais 0,5 ponto percentual, para 14,25% ao ano. Foi a sétima alta consecutiva da Selic, que atingiu o maior patamar em nove anos, em decisão esperada pelo mercado.

Em nota, o BC disse que os juros devem permanecer nesse novo patamar "por período suficientemente prolongado" para garantir a convergência da inflação para a meta no final de 2016. A decisão foi tomada por 8 dos 9 diretores da instituição.

Em iniciativa inédita, o diretor de Assuntos Internacionais Tony Volpon, se absteve de participar da reunião que definiu a Selic depois que declarações feitas por ele na semana passada sobre os juros geraram polêmica. Segundo noticiado pelo jornal "Valor" Volpon descartou em apresentação a investidores a possibilidade de votar por uma redução dos juros até que a projeção do BC aponte para uma inflação no centro da meta de 4,5%.

Alguns analistas de mercado e políticos avaliaram que o diretor teria antecipado o seu voto no Copom (Comitê de Política Monetária). Ontem, o líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE) defendeu a demissão de Volpon.

Em nota, o BC informou que compreendeu a decisão do diretor de não participar da reunião e que já havia "acolhido" os esclarecimentos dados por ele sobre o caso.

Há duas semanas, parte dos economistas ainda cogitava a possibilidade de o BC reduzir o ritmo de aperto dos juros, optando por uma alta de 0,25 ponto após seis aumentos de 0,5 ponto, diante da retração da atividade econômica e da melhora gradual das expectativas de inflação para o próximo ano.

A decisão do governo de reduzir sua meta de superavit primário de 1,1% do Produto Interno Bruto (PIB) para no máximo 0,15% do PIB, com possibilidade de déficit, reforçou, no entanto, a expectativa de um aperto maior.

Quanto menor a economia feita pelo governo para o pagamento de juros da dívida maior o volume de recursos disponível na economia para consumo e investimento - combustível para o reajuste de preços em um cenário de inflação já elevada.

Em meio a preocupações dos investidores com a trajetória da dívida pública, a redução da meta de economia também alimentou uma alta do dólar, o que tem efeito inflacionário.

Essas mesmas preocupações contribuíram para que a agência de classificação de risco Standard & Poor´s indicasse nesta semana a possibilidade de reduzir a nota do Brasil para o grau especulativo em um futuro próximo.

Para este ano, em que a inflação sentiu o choque de reajustes das tarifas reguladas pelo governo, principalmente de energia, e também da alta do dólar, a expectativa é que o IPCA fique bem acima do teto da meta.

A projeção central mais recente dos economistas consultados pelo BC é que a inflação feche o ano em 9,23%, maior valor desde 2003. Para 2015, as estimativas são de um IPCA de 5,4%. (FP)


vê governo federal em dificuldade


O presidente da de Belo Horizonte (/BH), , também condenou a nova alta, de 0,50 ponto percentual, nos juros básicos da economia.

Segundo ele, o novo aumento da taxa Selic reflete a dificuldade do governo em controlar a pressão inflacionária. "Compreendemos que o crescimento da inflação precisa ser contido, mas a elevação da Selic é muito negativa para o comércio varejista de todo o País", diz Falci.

"Sabemos que juros mais altos são sinônimos de redução de consumo, e o ciclo de elevações da Selic, iniciado em outubro de 2014, já vem surtindo efeitos negativos no varejo da capital mineira", acrescenta.

Somente nos cinco primeiros meses deste ano, de acordo com o empresário, as vendas do setor na Capital caíram 2,97% na comparação com o mesmo período de 2014. Nesta base de comparação, esta é a primeira queda do setor nos últimos nove anos.

"Além disso, o aumento impacta diretamente os índices de recuperação de crédito, pois os juros elevados dificultam a capacidade dos consumidores em negociarem seus débitos", afirma o empresário.

Somente no primeiro semestre deste ano, o número de consumidores regularizando as dívidas junto ao Serviço de Proteção ao Credito (SPC) da de Belo Horizonte (/BH) caiu 6,48%, na comparação com o mesmo período de 2014. "O resultado é o pior dos últimos quatro anos", completa Falci.

Diante desse cenário, a projeção da de Belo Horizonte é que o comércio da Capital continue amargando prejuízos e encerre 2015 com queda entre 0,5% e 0,8% nas vendas.

"Acreditamos que neste momento a alta dos juros é um Àmal necessário", mas esperamos que as medidas tomadas pelo governo comecem logo a surtir efeito para que as vendas e a economia voltem a crescer", diz ele.


Palavras Chave Encontradas: Bruno Falci, Câmara de Dirigentes Lojistas, CDL
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