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Valor Online ( Empresa ) - SP - Brasil - 29-07-2015 - 09:02 -   Notícia original Link para notícia
Via Varejo registra primeira perda em quatro anos


A deterioração do mercado no segundo trimestre foi pior que o previsto pelo comando da Via Varejo. Ajustes que estavam sendo feitos para tentar reduzir eventual impacto nos resultados foram incapazes de impedir totalmente o efeito negativo sobre alguns números do período. A companhia disse ao Valor, ontem, que a intensidade dos ajustes em andamento pode aumentar no segundo semestre. A empresa fechou 4,8 mil vagas em 12 meses, 7% da base.


"A mudança no cenário econômico foi muito rápida e muito brusca. Não fomos só nós, ninguém previu isso", disse Líbano Barroso, presidente da companhia, formada pela união de Casas Bahia e Ponto Frio. A partir de abril, a queda nas vendas da companhia se acentuou e, em julho, "o cenário continua desafiador", disse o executivo. Ontem, ação da empresa fechou em queda de 3,9%, a R$ 8,56 (a bolsa subiu 1,78%).


Resultados ficaram abaixo do projetado por analistas de instituições como Itaú BBA, Credit Suisse e Brasil Plural. A queda nas vendas líquidas foi de 21,7% de abril a junho, para R$ 4,3 bilhões. O lucro de R$ 187 milhões no mesmo período de 2014 virou prejuízo de R$ 13 milhões neste ano, o primeiro desde 2011. A margem bruta subiu de 31,4% para 32,5%, com ganhos de eficiência em custos. Mas caiu, de 8,9% para 5,5%, a margem de lucro antes de juros, impostos, amortização, depreciação - reflexo de pressão inflacionária e venda menor.


Analistas apontam como aspectos positivos os aumentos de margem bruta, de participação de mercado e ganhos de integração com a operação on-line. Entre os negativos, dizem que há dúvidas de que a expansão de margem se sustentará num cenário tão difícil para o setor. "Apesar de nossa crença na estratégia da companhia e em sua execução, ainda há espaço para mais queda em vendas e perda de margem", escreve em relatório o analista Guilherme Brasil, da Fator Corretora.


As últimas medidas tomadas para tentar reduzir impactos negativos foram além do anunciado meses atrás. Até a hora extra na empresa foi reduzida. Há contratos de locação de lojas sendo revistos e novos alugueis estão em negociação num "patamar mais próximo da realidade", disse Barroso.


Lojas deficitárias passaram a ser fechadas em maior volume, sinal de que a empresa pode estar menos tolerante a maus resultados (nos últimos dois anos, o grupo não fechou mais que 1% de sua base por esse motivo, o que poderia ter mantido lojas fracas). De janeiro a julho, foram fechados 19 pontos com "margem de contribuição negativa" (2% do total, a taxa média do setor) - 15 só em julho.


Na área financeira, a empresa decidiu reduzir o número de operações de desconto de recebíveis em 2015 - era uma por trimestre e caiu para uma no semestre -, e usar o caixa para honrar compromissos. O volume de caixa usado na operação subiu de R$ 73 milhões em junho de 2014 para R$ 758 milhões neste ano.


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