Há 15 anos no Brasil, a rede Marriott International, detentora de 19 marcas de hotel e associados em mais de 4,2 mil propriedades gerenciadas e franqueadas internacionais, planeja para o País um crescimento orgânico e mira no médio e longo prazos.

Fundada nos Estados Unidos há mais de 90 anos, a rede divulgou receita de quase US$ 14 bilhões em 2014. Fazem parte do portfólio as marcas: The Ritz-Carlton, Bvlgari Hotels & Resorts, JW Marriott Hotels, Edition, Autograph Collection, Renaissance Hotels, AC Hotels, Marriott Hotels & Resorts, Gaylord Hotels, Courtyard by Marriott, SpringHill Suites, Fairfield Inn & Suites, Residence Inn by Marriott, TownePlace Suites, Marriott Executive Apartments, Marriott Vacation Club, Grand Residences by Marriott e The Ritz-Carlton Destination Club.

De acordo com o vice-presidente de desenvolvimento da Marriott e Ritz Carlton para América Latina, Guilherme Cesari, o mercado hoteleiro no Brasil está em plena expansão e deve permanecer em desenvolvimento baseado no consumo da classe média nos próximos anos, apesar da crise econômica de 2015. "O mercado brasileiro está não apenas crescendo, mas se qualificando e seguindo cada vez mais os padrões internacionais. Quando olhamos para o Brasil, percebemos grandes oportunidades no médio e longo prazos. � um país grande, com um mercado doméstico muito forte e que tem atraído grandes eventos e marcas internacionais importantes. Há cinco anos, passamos a atuar de maneira mais proativa no Brasil. Inauguramos dois hotéis nos últimos três anos. A empresa percebeu que precisava olhar para o Brasil com muito carinho, com prioridade", explica Cesari.

Brasil - A rede tem seis propriedades no Brasil: Renaissance São Paulo Hotel, em São Paulo; JW Marriott Rio de Janeiro, no Rio; Courtyard by Marriott Recife Boa Viagem, em Recife; São Paulo Airport Marriott Hotel, em Garulhos; Hotel & Spa do Vinho Autografh Collection, em Bento Gonçaves; e Marriott Executive Apartments São Paulo, em São Paulo.

"Para trazer essas marcas fizemos vários estudos de demanda para saber o que o brasileiro espera. Nosso objetivo é atender a demanda doméstica. Percebemos que ainda existe uma preocupação do hóspede em achar uma boa estrutura com serviços básicos. "À medida que o brasileiro viaja mais, está se tornando um cliente mais exigente, especialmente o público corporativo. � muito importante para ele contar com um hotel que dê suporte às suas atividades profissionais", afirma o vice-presidente.

Outros 10 hotéis estão em desenvolvimento no Brasil, nas regiões Nordeste, Sudeste e Sul. As próximas três inaugurações devem acontecer no Rio, para aproveitar os Jogos Olímpicos. Os empreendimentos são financiados por investidores locais que se associam a rede para a administração e gestão das marcas.

"Crescemos o portfólio através de parcerias. O empreendedor quer desenvolver um hotel e percebe a importância de ter uma rede com experiência na administração e uma marca internacional que tenha grande exposição. � aí que podemos oferecer nossa expertise. Além do valor da marca, que dá ao hóspede a percepção da qualidade do serviço, o parceiro ganha o acesso ao nosso canal de vendas", destaca o gestor.


Minas - Em Minas Gerais, a Capital desperta o interesse da rede, porém ainda não existe nada de concreto. As primeiras prospecções e conversas estão em fase inicial e a crise de superoferta hoteleira atravessada por Belo Horizonte não parece assustar. A preferência é por um empreendimento novo, mas a conversão de bandeira não é uma hipótese fora de cogitação.

"Sem dúvida temos interesse em BH, a questão é achar o parceiro ideal. A cidade teve um desenvolvimento muito grande para a Copa do Mundo, principalmente no setor de hotéis. Acredito que pelo tamanho e força da economia de Belo Horizonte logo o mercado voltará ao equilíbrio. Hoje preferimos fazer novos projetos, participando desde o início das especificações do hotel. Mas pode acontecer de um hotel já em operação ser uma oportunidade interessante também", analisa o executivo.

Para manter o padrão internacional de atendimento, uma mão de obra qualificada e extremamente bem treinada é fundamental. Como praticamente todos os outros setores produtivos, a hotelaria também vem sofrendo com a escassez desse tipo de profissional. Políticas de recrutamento, seleção e retenção de talentos se tornaram fundamentais para o sucesso das operações.

"Um dos nossos pontos fortes é a maneira que lidamos com nossos funcionários. Nosso fundador repete sempre que é o funcionário que representa a empresa perante o hóspede. Há 15 anos no País, temos processos muito experimentados e assertivos. Em um hotel encontramos profissionais com diferentes níveis de qualificação e existe a oportunidade real de fazer carreira. � um ambiente rico em aprendizados e existe mobilidade profissional vertical e horizontal", avalia.

Fora do Brasil, os turistas nacionais também são importantes para o resultado final da Marriott. Os principais destinos escolhidos por eles são Flórida, Caribe e México. Para atender a demanda existe um escritório exclusivo em São Paulo. O site também ganhou uma versão em português. Já as operações brasileiras têm uma importância discreta nos resultados globais, mas a expectativa é de que isso mude rapidamente.

"O fluxo internacional de brasileiros está entre os primeiros. Como são só seis operações em um universo de mais de 4 mil, aparecemos pouco. Na primeira fase, nos concentramos no Rio e em São Paulo, mas encaramos o Brasil ainda como um campo a ser explorado. A expectativa é triplicar nossa presença nos próximos três anos", completa Cesari.