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Valor Online ( Empresa ) - SP - Brasil - 24-07-2015 - 09:19 -   Notícia original Link para notícia
Vendas caem, mas lucro da Grendene cresce 19,8%

Por Sérgio Ruck Bueno | De Porto Alegre


Mesmo com a queda das vendas nos mercados interno e externo, a Grendene apurou lucro líquido de R$ 86,8 milhões no segundo trimestre do ano, com alta de 19,8% em comparação com igual período do ano passado. O desempenho foi favorecido pelos preços médios mais altos dos calçados vendidos e pelo câmbio, que suavizaram o impacto da redução dos volumes sobre o faturamento, e pela expansão de 74,1% nas receitas financeiras líquidas, para R$ 58,4 milhões.


Segundo a companhia, a receita bruta encolheu 5,4% ante o segundo trimestre de 2014, para R$ 462,1 milhões, puxada negativamente pela queda de 11,6% no mercado interno, para R$ 341,1 milhões. As exportações recuaram 14,7% em dólar, para US$ 39,4 milhões, mas a variação cambial permitiu uma alta de 17,6%, para R$ 121 milhões, com efeito positivo de R$ 33,1 milhões.


A margem bruta evoluiu de 40,3% para 41,5%, mas a receita líquida caiu 4,3%, para R$ 380 milhões, e o lucro antes dos juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda) recuou 0,6%, para R$ 50,3 milhões. Foram vendidos 31,8 milhões de pares de calçados no trimestre, 13,7% a menos do que no mesmo período de 2014, com retração de 16,4%, para 23,1 milhões, no mercado interno, e de 5,5%, para 8,6 milhões, nas exportações.


Já o preço médio dos calçados vendidos cresceu 9,5% no trimestre, para R$ 14,53, ante uma alta de 8,5% no custo de produção por par, disse o diretor de relações com investidores, Francisco Schmitt. No Brasil o preço de venda subiu 5,7%, para R$ 14,74 por par, não por conta de reajustes nas tabelas, mas devido à combinação de produtos mais caros comercializados e porque a retração de consumo foi mais forte entre os consumidores de menor renda, disse.


No caso das exportações, o preço recuou 9,9% em dólar, para US$ 4,55 por par, mas avançou 24,4% em reais, para R$ 13,99. Segundo o diretor, a Grendene "não foi muito agressiva" nas reduções de preços em dólar em função do câmbio e, por isso, perdeu participação nas exportações brasileiras do setor. A fatia da empresa recuou de 39,1% no primeiro semestre de 2014 para 37,6% agora em volumes, e de 22,6% para 20,9% em receitas.


Para Schmitt, o resultado do trimestre "surpreendeu" positivamente diante da desaceleração da economia no Brasil e das dificuldades dos mercados sul-americanos, que absorvem a maior parte das exportações no primeiro semestre. O desempenho reforçou a previsão da Grendene de encerrar 2015 com margens melhores do que em 2014, "principalmente a margem líquida", e mantém a "razoável expectativa" de seguir cumprindo as metas de crescimento para o período 2008-2018, disse.


A Grendene prevê fechar 2015 com vendas abaixo de 200 milhões de pares, ante 204,9 milhões em 2014, mas, segundo Schmitt, o mercado interno deve parar de piorar no segundo semestre, ainda que o desemprego avance mais um pouco. Por isso, a expectativa é que no acumulado do ano a queda no consumo doméstico de calçados seja inferior à retração de 4% estimada pelo setor na primeira metade do ano.


Schmitt vê ainda a cotação do dólar "do nível que está para cima" no terceiro e quatro trimestre, o que favorece as exportações. Nesse cenário, a empresa pode vender mais com preços mais baixos e maior lucratividade e também entrar em segmentos mais baratos, conhecidos como "first cost", que representam os maiores volumes de demanda também no mercado externo.


No acumulado do semestre as vendas da empresa recuaram 6% em volume, para 78,5 milhões de pares, o que provocou ajustes no quadro de pessoal pela não reposição da rotatividade da mão de obra, disse o diretor. A Grendene tem hoje cerca de 20 mil funcionários, 2% a 3% a menos do que no mesmo período do ano passado.


A operação de móveis TOG, em associação com o estilista Philippe Starck e os empresários Andrés Esteves e Nizan Guanaes, respondeu por 0,04% da receita da Grendene no segundo trimestre e por 0,06% no acumulado do semestre. Quando o projeto foi anunciado, em 2013, a empresa disse que via um potencial de faturamento de R$ 100 milhões em dois anos de operação, mas segundo Schmitt, ainda é cedo para avaliar o desempenho do negócio, que começou a funcionar em dezembro na Europa e ganhou a primeira loja conceito no Brasil em maio.


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