Estratégia de Daniela Salomão visa superar a concorrência com os produtos chineses

Daniela Salomão: valorizo o que as mulheres têm de melhor/Mari Guimarães / Divulgação

A empresária Daniela Salomão descobriu uma maneira de superar a concorrência com os produtos chineses e prosperar no competitivo mercado da moda. Há 10 anos nessa área, ela desistiu de fabricar bolsas de couro e, desde 2013, produz roupas plus size (tamanho grande) para mulheres. Agora, ela lança a sua quinta coleção, batizada de Brise D"�té e, apesar da crise econômica, projeta crescimento de 10% neste exercício frente a 2014.

De acordo com ela, as bolsas se tornaram menos competitivas com a desvalorização do dólar, que teve seu auge entre 2011 e 2012. "Com isso, percebi que minhas clientes começaram a viajar mais para comprar no exterior. Além disso, começaram a chegar ao País produtos sintéticos bonitos e de melhor qualidade, que atraíram boa parte das consumidoras", relata.

Assim, ela, que se considera plus size, começou a dar mais atenção às oportunidades oferecidas por esse nicho. Para Daniela Salomão, o desafio de desenvolver roupas voltadas a esse mercado é ainda maior. "Meu objetivo é valorizar o que as mulheres têm de melhor. Portanto, a roupa precisa ter bom caimento, modelagem e acabamento", observa.

Inicialmente, a marca foi batizada com o nome Dasa Plus, referência às bolsas, que se chamavam Dasa. Entretanto, com o objetivo de aumentar a identificação das compradoras, o nome foi alterado para Dani Salomão. Conforme a empresária, seu público-alvo são aquelas mulheres acima de 30 anos, dispostas a investir mais em vestuário e com bastante autoestima.

Prova do sucesso é o constante incremento da produção. Para a primeira, foram produzidas apenas 2.300 peças, enquanto que para a Brise D"�té já foram feitas 6 mil peças, sendo a maioria delas blusas e vestidos. Elas são criadas em parceria com estilistas e algumas das etapas de produção, como molde, corte e aviamento, são realizadas dentro da empresa, que emprega diretamente 10 funcionários. A confecção é terceirizada em 12 fábricas, todas elas mineiras.
Leia tambémUnião de cervejarias rende bons negóciosEx-tapeceiro lança carrinho de chope refrigerado por placa de energia solarJaponesa Konica Minolta compra Sawae, fábrica mineira de equipamentos de raio-xIsso não precisava demorar uma horaQuituteiro de Betim vende 200 salgados por dia
Atacado - A venda é sempre feita no atacado e, segundo Daniela Salomão, a marca está presente em aproximadamente 300 pontos de venda espalhados por 10 estados do País. Além de Minas Gerais, a empresária destaca a importância do Nordeste. "A região apresenta uma boa oportunidade de crescimento para a marca e, atualmente, é o nosso maior mercado, ao lado de Minas", ressalta ela.

Daniela Salomão afirma que a prioridade neste momento é tornar a marca mais conhecida. Para isso, ela aposta em novas estratégias de marketinge divulgação e não teme a atual crise econômica, responsável por afetar o desempenho de diferentes empresas, sobretudo daquelas que trabalham com produtos que não são considerados essenciais.

O otimismo se reflete nos resultados da empresa. No primeiro semestre, a marca registrou crescimento de 5% na comparação com idêntico período do ano passado. O índice é considerado positivo, pois as coleções de inverno normalmente registram menor procura em relação às de verão. Por isso, Daniela Salomão pretende concluir 2015 com expansão de 10% frente a 2014. O valor do faturamento previsto não foi revelado.

Minas Fashion Week acontece dia 1º de agosto

A capital mineira sedia, no primeiro domingo de agosto, a nona edição do Minas Fashion Week. O evento acontece ao longo do dia, das 11 horas às 22h30, no Ouro Minas Palace Hotel, empreendimento instalado no bairro Ipiranga, região Nordeste de Belo Horizonte. A expectativa é de que 20 estilistas mineiros levem para as passarelas desfiles com elementos relacionados à água. O objetivo é propor ao público uma reflexão acerca da importância do uso consciente desse recurso.

O projeto é produzido há seis anos pela Multi Produções. Segundo uma das diretoras, Aline Medlley, há quatro anos os desfiles são baseados em um tema específico. "A água, elemento escolhido para este ano, representa a renovação. O conceito é baseado no princípio de reduzir e reutilizar, enfatizando desde a preservação das nascentes até o tratamento e distribuição nas residências", explica.

Entre os estilistas confirmados estão Conceição Maciel, Fabby Jey, Flávio Bessa, Giuliano Oliva e Kelly Costa. Aline Medlley destaca que o objetivo principal é lançar novos estilistas e modelos para o mercado. Além disso, o Minas Fashion Week reconhece os principais lojistas, estilistas e empresas de moda por meio do prêmio Fashion Business. Os vencedores, nesse caso, são escolhidos por meio de votação no site.

O evento é exclusivamente destinado à imprensa e membros do mercado da moda. A expectativa é de que, desta vez, aproximadamente 5 mil visitantes compareçam ao Minas Fashion Week. A diretora ressalta que, além de atrair um público maior a cada edição, o índice de visitantes de outros estados também está em ascensão. "Hoje, aproximadamente 10% são de outros estados do País, como São Paulo e Rio Grande do Sul", comemora a diretora.

Para ela, deveriam haver mais projetos voltados à valorização da moda no Estado. Isso porque, comumente os mineiros que atuam nesse negócio enfrentam dificuldades para crescer e alcançar sucesso a nível nacional. "Fazer moda em Minas Gerais é difícil, o mineiro realmente acha que precisa ir para São Paulo para ser bem-sucedido. Mas, temos um potencial muito grande, que poderia ser mais bem explorado", avalia.

Além dos desfiles, o Minas Fashion Week tem também um espaço lounge destinado a empresas mineiras de cosméticos e beleza interessadas em divulgar os seus produtos e apresentar novidades ao mercado. (NA)