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Diário do Comércio online - BH (MG) ( Economia ) - MG - Brasil - 23-07-2015 - 10:10 -   Notícia original Link para notícia
Número de dívidas em atraso teve alta de 6,31% em junho

Com crise econômica, consumidor não consegue honrar compromissos



Falci pede medidas para evitar o caos no comércio/Alisson J. Silva


Apesar de que o Serviço de Proteção de Crédito (SPC) junto às Câmaras de Dirigentes Lojistas (CDLs) de Minas Gerais tenha registrado queda de 2,33% da inadimplência em junho, o número de dívidas em atraso cresceu 6,31% no período, ambos em relação ao mesmo mês do ano passado. O aumento é o maior para o intervalo desde 2012.

Para o presidente da entidade, , o crescimento do endividamento é fruto, sobretudo, do aumento da inflação e da falta de planejamento financeiro dos consumidores. "Esses dois fatores levam à perda na renda das famílias e dificultam o pagamento das dívidas", afirma.

Tudo isso, segundo ele, reflexo da crise econômica que se instalou no País. "A política macroeconômica equivocada do governo federal nos últimos anos é a grande vilã dessa história", ressalta.

Conforme os dados divulgados pelo SPC, o tempo de atraso das dívidas apresentou maior concentração de consumidores (16,75%) com pendências de três até cinco anos. "Com a renda pressionada, boa parte dos trabalhadores que consumiram a longo prazo está com dificuldades em honrar seus compromissos, o que faz esse tempo se alongar".

De acordo com o dirigente, o cenário preocupa, porque as pessoas estão com menos acesso ao crédito e o mercado, que já está retraído, passa a ter menos consumidores indo às compras. Segundo a -BH, de janeiro a junho, o faturamento no comércio varejista da Capital caiu cerca de 1%. E a tendência, segundo Falci, é de que esse rombo aumente um pouco mais até o final do ano.

"Tudo vai depender do governo federal. Se continuar cortando apenas os benefícios do setor produtivo e da população, sem reduzir os gastos da máquina pública, com certeza teremos um déficit maior".


Desaceleração - Por outro lado, na comparação com maio passado, a entidade verificou queda de 2,39% no número de dívidas pendentes. Para Falci, a queda não está relacionada com uma maior preocupação dos consumidores com a quitação dos débitos, mas sim com uma maior desaceleração das vendas.

Segundo o presidente da -BH, a tendência é de retração do consumo por parte das famílias em função da redução do crédito. Com isso, a prioridade é por pagamentos à vista e de itens de primeira necessidade. "O problema não começou hoje, a situação da economia brasielira vem piorando gradativamente", diz.

Na comparação mensal feita junto ao SPC das CDLs mineiras houve queda de 1,68% no número de pessoas físicas inadimplentes em junho na comparação com o mesmo mês do ano anterior. " o menor percentual para essa base de comparação, desde o início da série histórica que começou em 2011", revela Falci.

"Isso não é um bom sinal. Como a queda é reflexo da piora dos indicadores macroeconômicos, como desemprego, inflação e taxa de juros altas, ss pessoas não têm mais o mesmo poder de compra", lamenta.

Inadimplência cresce em julho, diz CNC

Rio - Cresceu a inadimplência dos consumidores, aponta a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), divulgada ontem pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). A proporção de famílias com dívidas ou contas em atraso alcançou 21,5%, ante 21,3% em junho e 18,9% em julho de 2014.

Segundo nota distribuída pela CNC, "apesar da moderação no crescimento do crédito, a alta das taxas de juros, a persistência inflacionária e a queda na renda real do trabalhador provocaram impactos negativos nos indicadores de inadimplência".

A Peic mostrou que, em julho, o percentual de famílias endividadas alcançou 61,9%, queda em relação aos 62,0% observados em junho e em relação aos 63,0% de julho de 2014. a segunda queda consecutiva este ano, informou a CNC.

O percentual das famílias que deverão permanecer inadimplentes atingiu 8,1% em julho - uma alta tanto na comparação com junho (7,9%) quanto na comparação com julho do ano passado (6,65). Segundo a CNC, é o maior patamar já registrado desde outubro de 2011. A proporção de famílias muito endividadas também aumentou nas comparações mensal e anual, alcançando 12,9% do total.

Segundo a Peic, o tempo médio de adiamento do pagamento de contas ou dívidas em atraso foi de 59,8 dias em julho - abaixo dos 61,3 registrados no mesmo período do ano passado. O período médio de comprometimento de renda com as dívidas foi de 7,1 meses.

A Peic considera todas as formas de endividamento e não apenas as dívidas financeiras com bancos. O cartão de crédito, que é contabilizado como dívida mesmo quando pago em dia, é o principal motivo de débito para 77,4% das famílias endividadas, seguido por carnês (16,3%) e, em terceiro, por financiamento de carro (13,5%).

Cheques - Já o percentual de cheques devolvidos pela segunda vez por falta de fundos ficou em 2,19% do total compensado no primeiro semestre, segundo pesquisa da Serasa Experian. Trata-se do maior nível para o período desde 2009 (2,30%) e o segundo maior desde o início da série histórica, em 1991. No primeiro semestre do ano passado, o percentual foi de 2,09%.

Considerando apenas o mês de junho, o percentual de devolução de cheques sem fundos foi de 2,02%, menor que os 2,29% de maio e maior que o índice de 1,92% em junho de 2014. (AE)


Palavras Chave Encontradas: Bruno Falci, CDL
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