Estudo realizado aponta que o número é o maior desde 2012.
Para presidente da CDLCDL, aumento da inflação é um dos principais fatores.

Do G1 MG

Os mineiros estão demorando mais para quitar suas dívidas. É o que aponta uma pesquisa divulgada nesta quarta (22) pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) em parceria com as Câmaras de Dirigentes Lojistas (CDLCDL) do estado. De acordo com os dados levantados, o número de dívidas em atraso em Minas Gerais é o maior desde 2012.

No mês de junho, o número de dívidas atrasadas cresceu 6,31% em comparação com o mesmo período de 2014, e o número de inadimplentes cresceu 3,87%. A pesquisa mostra ainda que a maioria dos consumidores endividados no estado possui mais de 50 anos (30,89% do total), e a minoria tem entre 18 e 24 (8,49%).

Para o presidente da CDLCDL-BH, Bruno FalciBruno Falci, o aumento da inadimplência está relacionado ao aumento da inflação e à falta de planejamento financeiro dos consumidores. "Com a perda na renda em função da inflação, os consumidores estão com mais dificuldade de pagar suas contas. E com a elevação do custo de vida, executar um planejamento financeiro ficou ainda mais difícil", afirmou em nota.

Tais dificuldades estão expressas também no tempo de atraso das dívidas: o intervalo que apresentou maior concentração de pessoas com pendências financeiras foi o de três a cinco anos, com 16,75% do total.

Por outro lado, em comparação com maio de 2015, o número de dívidas em atraso caiu 2,39%. Falci, porém, não faz uma leitura otimista do dado. Segundo ele, a queda não representa uma tendência de quitação de dívidas, mas sim uma desaceleração das vendas. "O aumento no custo de vida dificultou o acesso dos consumidores ao crédito. As famílias acabaram reduzindo seu consumo a prazo, priorizando as compras de maior importância e os pagamentos à vista".