São Paulo - Efeito ressaca da Copa do Mundo, a venda de televisores caiu 39% no primeiro semestre de 2015, ante mesmo período de 2014, segundo dados da Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros) divulgados ontem.
Foram 4,8 milhões de TVs comercializadas de janeiro a junho deste ano, contra 7,9 milhões no mesmo período de 2014. "A compra da televisão foi antecipada. Mas é um produto nobre na casa, com constantes renovações tecnológicas e que o brasileiro gosta muito de ter e substituir", observa o presidente da Eletros, Lourival Kiçulo.
No mesmo intervalo, o volume de vendas de produtos da linha branca caiu 11%, passando de 8,3 milhões em 2015 para 7,4 milhões no ano passado.
Nesse segmento, a maior queda foi na comercialização de fogões (18%). Isso porque, segundo Kiçulo, esse foi o único produto que apresentou alta, de 5%, nas vendas em 2014.
O micro-ondas registrou queda de 12% e os refrigeradores, de 10%. As lavadoras, que economizam água e podem ganhar espaço com as novas leis do trabalho doméstico, tiveram queda de 1%.
Entre os eletroportáteis, que incluem liquidificador, ferro e cafeteira, a queda foi de 19%. Para Kiçulo, o segmento pode ter sido afetada pela importação. "Eles são tecnológicos e fáceis de trazer de uma viagem ao exterior", ressaltou.
Perspectiva - Para compensar as vendas da primeira metade do ano, um segundo semestre "bom" não será o bastante. "O crescimento de 60% no segundo semestre sobre o primeiro, a que o setor está acostumado, não é mais suficiente. Precisamos de uma alta de 70% a 80% para que as coisas fiquem melhores. Para isso, será necessária uma revoluçãozinha, com bons lançamentos", avaliou Kiçula.
Ele disse acreditar que a "bolsa de maldades" do ajuste fiscal chegou ao fim e espera que o governo "comece a dar notícias boas". "A confiança do consumidor precisa voltar e o financiamento tem que ser possível, não com os juros altos como estão", observou.
Sem citar números sobre demissões no setor, Kiçulo disse que o primeiro semestre foi difícil para as linhas branca e marrom. "Não usamos o lay-off, o que significa que ainda não estamos seguros de que a situação vai voltar a ficar muito boa. Gostaria de dizer que temos certeza, mas não temos, temos a esperança de que o mercado cresça no segundo semestre, porque seria o natural", ponderou Kiçulo. (FP)
Nenhuma palavra chave encontrada.