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Diário do Comércio online - BH (MG) ( Economia ) - MG - Brasil - 21-07-2015 - 10:27 -   Notícia original Link para notícia
Inadimplência em alta na Capital

Inflação e desemprego impedem que consumidores honrem compromissos financeiros



Com vendas em baixa, número de registros no SPC/-BH caiu 2,33% em junho/Alisson J. Silva


Embora o número de registros junto ao Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) da de Belo Horizonte (-BH) tenha caído 2,33% em junho frente ao mês anterior, representando um recorde para o período desde 2013, o índice de dívidas em atraso manteve a trajetória de crescimento quando comparado com a mesma época do ano passado, chegando 1,57%.

O cenário antagônico é resultado da combinação de juros elevados e inflação em alta, que tem reduzido o consumo das famílias e, ao mesmo tempo, impedindo que os consumidores honrem compromissos financeiros contraídos anteriormente.

A análise é do vice-presidente da entidade Davidson Cardoso. Segundo ele, a queda não representa recuperação da inadimplência, indica que os consumidores estão contraindo menos dívidas, visando garantir o poder de compra dos itens de maior necessidade. "Com a combinação juros altos e inflação, boa parte da renda do trabalhador fica comprometida apenas com os itens de necessidade básica, o que inviabiliza a aquisição de outros bens", afirma.

Ainda conforme Cardoso, o cenário preocupa, porque as pessoas estão com menos acesso ao crédito e o mercado que já está retraído passa a ter menos consumidores indo às compras. "Somente nos quatro primeiros meses do ano as vendas do comércio da cidade caíram 2,97%, na comparação com o mesmo período de 2014. Com a redução do consumo esse número tende a piorar", estima.

Por outro lado, o número de pessoas inadimplentes registrou queda de -1,42% em junho na comparação com maio. O resultado pode ser associado à redução do consumo das famílias. Já comparando o índice do mês passado com o mesmo período de 2014, o número de inadimplentes cresceu 0,69%. O resultado é o menor para essa base desde junho de 2012, quando apresentou alta de 3,76%.


Tendência - Conforme Cardoso, o índice revela a piora nos indicadores macroeconômicos e o crescimento não é maior em função do consumo, que está cada vez mais desaquecido. "Há uma tendência de retração do consumo por parte das famílias. Assim, o consumidor está contraindo menos dívidas. Ao mesmo tempo, com o aumento do desemprego, o pagamento de contas antigas acaba não sendo efetuado também", explica.

Na comparação mensal houve queda de 0,84% no número de inadimplentes. Além do cenário econômico que tem prejudicado o poder de compra das pessoas, o menor número de dias úteis no mês anterior influenciou o resultado.

No mês passado, a maioria das dívidas no SPC da capital mineira (18,28%) incidiu sobre a faixa etária acima de 50 anos, com maior concentração no intervalo de idade entre 50 e 64 anos (6,58%). De acordo com o vice-presidente da -BH, isso se deve à boa parte desses consumidores que ainda são os responsáveis financeiros de suas famílias. A maior parte das dívidas concentrou-se no tempo de atraso de três a cinco anos (10,23%).



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