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Valor Online ( Empresa ) - SP - Brasil - 20-07-2015 - 09:26 -   Notícia original Link para notícia
Mercadinho sente crise e reajusta mais


De janeiro a março, cesta com 35 itens ficou 8,3% mais cara nos minimercados


A crise no consumo pode ter afetado a operação das lojas de vizinhança, os chamados "mercadinhos" - negócio que tem registrado resultados positivos no varejo alimentar, mas é mais sensível à piora no quadro econômico por causa da baixa escala e menor acesso a capital de giro.


Números da quinta edição de um relatório sobre o mercado de minimercados, concluída neste mês pela empresa de estudos GfK, mostram que acelerou o ritmo de remarcações nesses pontos de venda - a velocidade é superior ao que se verifica nos supermercados e hipermercados. "A diferença de preços entre os canais estava sendo reduzida nos últimos anos e esperávamos que isso continuasse assim. Para nossa surpresa, isso se distanciou", afirma Marco Aurélio Lima, diretor da GfK para o setor de varejo.


Os reajustes de preços, na avaliação de especialistas, refletem necessidade de repassar pressões maiores nos custos, num ambiente de demanda fraca. Em comparação com as grandes redes, como as pequenas lojas têm menor capacidade de absorver aumentos de despesas (como energia e água) um dos caminhos é repassar parte dos aumentos para as tabelas.


Os dados mostram que, de janeiro a março, a cesta com 35 itens básicos, pesquisada pela GfK em lojas de vizinhança, mostrou um aumento de 8,3% nos preços nesses pontos, com até quatro caixas, em relação ao ano anterior.


Nos hipermercados e supermercados, essa alta foi menor, de 6,7%. A pesquisa se baseia em visitas mensais a 1.920 lojas com até quatro caixas.


Em 2014, os índices estavam em faixas mais próximas: enquanto a cesta teve elevação de 4,8% nos minimercados, nos supermercados e hipermercados a alta foi de 4,8%.


Nos últimos cinco anos, a maior variação foi verificada em 2013, quando os preços nos minimercados subiram 13,7%, abaixo da elevação nos supermercados e hipermercados, que atingiu 15%.



Pelos dados, a cesta com 35 produtos custava R$ 210,20 nas lojas de vizinhança em março, e nos supermercados e hipermercados, R$ 204,55 - diferença de 2,8%. "Historicamente, esse 'gap' não passava de 1% a 1,5%", disse Lima. No ano anterior, os valores eram de R$ 194,22 e R$ 191,73, respectivamente, diferença menor, de 1,28%.


Em 2014, as vendas nos minimercados cresceram 6,2%, nos supermercados, 6,5% e nos hipermercados, caíram 0,7%, conforme a Nielsen. Segundo a GfK, 33% das lojas de vizinhança esperam um 2015 pior que 2014, o menor índice da série, iniciada em 2011.


Nesse grupo de lojas de menor porte estão, em sua maioria, negócios de pequenos empresários, com gestão familiar e poucas lojas. Análise da GfK mostra que 86% das lojas de vizinhança entrevistadas têm apenas um ponto de venda.


Segundo a pesquisa, a maior preocupação da pequena loja, para manter rentabilidade hoje, é ter que praticar preços sugeridos pela indústria. "Se ele reajusta itens com preço sugerido [informado na embalagem], é uma forma de elevar lucratividade. Se não puder mexer muito nesse preço, o lojista fica preso numa camisa de força", diz Claudio Felisoni, presidente do conselho do Programa de Administração do Varejo (Provar).


Segundo a GfK, 35% das redes estão adquirindo hoje itens no atacado e 19% de distribuidores, como o grupo Martins, informa o relatório. No atacado, pequenas redes podem comprar como pessoas físicas, portanto, sem necessidade de informar o CNPJ. No "atacarejo", o dono do minimercado consegue comprar até sem o seu CPF. Portanto, se não for uma rede operando dentro da formalidade, ela pode comprar sem CNPJ e acabar vendendo sem emitir nota.


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