Leitura de notícia
Diário do Comércio online - BH (MG) ( Economia ) - MG - Brasil - 15-07-2015 - 10:22 -   Notícia original Link para notícia
Vendas do comércio registram queda

Segundo a -BH, este cenário é resultado de uma série de fatores, sendo o principal deles a inflação em alta



Com receio do desemprego, e inflação em alta, consumidor reduz as compras/Alisson J. Silva


A combinação de juros altos, inflação descontrolada e desemprego está afetando o comércio varejista na capital mineira. Levantamento divulgado ontem pela de Belo Horizonte (-BH) mostra que as vendas caíram 2,97% de janeiro a maio deste ano em relação ao mesmo período do ano passado. Esse foi o pior resultado desde 2007, quando a entidade iniciou a atual metodologia de pesquisa sobre vendas no comércio.

Conforme o vice-presidente da Marco Antônio Gaspar, o número se destaca negativamente, já que desde 2007 nunca se registrou índice negativo nas vendas da Capital. "Nem na crise de 2009 os negócios foram tão ruins: na época a expansão foi baixa, 2,6%, mas ainda assim houve crescimento", frisa.

Ele explica que este cenário é resultado de uma série de fatores, sendo o principal deles a inflação. "O governo deixou o índice ficar descontrolado e depois tomou medidas atrasadas, como alta dos juros para segurá-la. Mas mesmo assim não caiu, pois vários preços que são controlados pelo governo, como combustível e energia, ficaram represados por motivos eleitoreiros e quando o reajuste saiu foi absurdo, gerando mais inflação e mais juros", analisa.

O vice-presidente explica que essa combinação de fatores influencia diretamente nas vendas do comércio, pois a inflação corrói o salário do trabalhador e os juros inibem o crédito.

"O trabalhador deixa de comprar porque sua renda está comprometida com itens básicos, como energia e combustível e sobra pouco para o comércio", afirma. Outro fator destacado por Gaspar é o aumento do desemprego: ao assistir o número cada vez maior de pessoas desempregadas, o trabalhador fica com medo de ser o próximo e prefere não comprometer sua renda com compras.


Declínio - O levantamento mostra que na comparação de maio de 2014 com maio de 2015, as vendas caíram 0,95%. O vice-presidente explica que, apesar de ainda representar declínio, a taxa é menor que a queda registrada no acumulado de janeiro a maio. Segundo ele, isso acontece porque maio costuma ser um mês melhor para o comércio por causa do Dia das Mães.

"Maio é o segundo melhor mês para o comércio e só perde para o Natal, em dezembro. O consumidor pode até diminuir o preço do presente, mas não deixa de presentear", diz.

O mesmo motivo justifica o crescimento de 0,76% do mês de maio em relação a abril de 2015. Além de maio ser melhor por causa do Dia das Mães, o mês de abril ainda tem os feriados da Semana Santa e Tiradentes, que impactam negativamente nas vendas do varejo.

Mas, apesar de o número representar melhoria, Gaspar destaca que esse foi o menor crescimento de maio em relação a abril dos últimos tempos. "Em 2007 o crescimento de maio em relação a abril foi de 12% e em 2008 foi de 8%. Esse crescimento de 2015 foi muito baixo, pois normalmente se espera pelo menos 10%", diz.

No acumulado dos últimos 12 meses, o varejo apresentou queda de 2,8% nas vendas. Segundo o vice-presidente, no segundo semestre do ano passado o comércio viveu estagnação nas vendas, mas a queda ficou evidenciada neste ano. "A estagnação é o sinal de que o próximo passo é a queda. Como não foi feito nada de diferente na economia, as vendas despencaram", analisa.

De acordo com Gaspar, os setores mais afetados são os de produtos de maior valor agregado, como veículos, eletrodomésticos e móveis. Por outro lado, os segmentos de farmácia e beleza não caíram tanto porque vendem produtos considerados indispensáveis pelos consumidores.

Para Gaspar, o cenário que aguarda os comerciantes nos próximos meses também não será positivo. Ele afirma que a economia entrou em um ciclo vicioso que só poderá ser interrompido por medidas de alto impacto do governo, o que inclui cortes na própria máquina administrativa. "A inflação e os juros altos impactam negativamente as vendas, que caem. Então o empresário retrai o investimento e em vez de ampliar, ele demite. Com o desemprego a renda das famílias caem e o consumo também e ficamos presos nesse ciclo", conclui.



Palavras Chave Encontradas: Câmara de Dirigentes Lojistas, CDL
O conteúdo acima foi reproduzido conforme o original, com informações e opiniões de responsabilidade da fonte (veículo especificado acima).
© Copyright. Interclip - Monitoramento de Notícias. Todos os direitos reservados, 2013.