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Valor Online ( Empresa ) - SP - Brasil - 14-07-2015 - 09:08 -   Notícia original Link para notícia
Grupo Petrópolis fará maltaria em 2016


Eliana Cassandre, gerente do Grupo Petrópolis: processamento de 120 mil toneladas por ano, o equivalente a até 30% do malte que será usado em 2018


Mais de um ano após anunciar um investimento de R$ 800 milhões no Paraná, o Grupo Petrópolis, dono de 12 marcas de cerveja, incluindo a Itaipava, informou que vai tirar as fábricas do papel a partir de 2016. Com recurso de R$ 200 milhões, a companhia vai instalar uma maltaria no município de Araucária (PR). A unidade será construída em um terreno de 70 mil metros, com previsão de entrar em operação entre o fim de 2017 e início de 2018. O grupo contratou a empresa alemã Bühler por € 150 mil para desenhar as instalações.


O projeto anunciado no ano passado incluía uma maltaria e uma cervejaria. O investimento total poderia chegar a R$ 2,2 bilhões, incluindo o arrendamento de fábricas da Imcopa. A companhia informou que o primeiro passo desse plano foi dado em 2014, com acordos para produzir sementes de cevada. A próxima etapa é construir a maltaria e, depois disso, instalar a cervejaria. "Não adiantava construir a fábrica sem ter matéria-prima para processar", disse Eliana Cassandre, gerente de propaganda do Grupo Petrópolis.


Eliana afirmou que, atualmente, a companhia importa por ano 250 mil toneladas de malte, processadas no Uruguai e na Argentina. Com a maltaria, a empresa vai processar em torno de 120 mil toneladas de malte por ano. Esse volume, segundo a executiva, vai responder, em 2018, por 25% e 30% do malte usado pela empresa.


"A instalação da maltaria própria vai trazer mais segurança na compra da matéria-prima e custos mais baixos em relação às importações", afirmou.


Paulo Augusto Stenghel, mestre em cerveja e malte do grupo, disse que a empresa enfrenta dificuldades para importar malte da Argentina, devido a restrições adotadas pelo governo daquele país. No ano passado, a companhia fechou um acordo com a Embrapa, com duração de cinco anos, para o desenvolvimento de sementes adaptadas ao clima do Paraná. A empresa também fez um acordo com a Bom Jesus Cooperativa Agroindustrial para plantar a cevada para a empresa.


Neste ano, 800 dos 4,6 mil produtores rurais da cooperativa plantaram 50 hectares de cevada para multiplicação de sementes. Para o próximo ano, a previsão é elevar a área para 2 mil hectares. Em 2017, a área estimada será de 40 mil hectares, o suficiente para produzir 150 mil toneladas de cevada por ano, que é o volume necessário para produzir 120 mil toneladas de malte.


Stenghel disse que a cevada será comprada pelo preço da bolsa de Chicago, de R$ 1,5 mil por tonelada. "Hoje, essa produção geraria em torno de R$ 225 milhões para os produtores; é um volume considerável de substituição de importações", afirmou. Ele acrescentou que a produção da cevada interessou aos produtores por ser uma cultura de inverno, que não atrapalha a produção de soja, típica na região. Stenghel disse também que a meta é substituir parte das importações pela produção no Brasil, mas que a empresa ainda vai importar da Argentina e do Uruguai.


O Grupo Petrópolis possui 13,2% de participação de mercado no país, sendo a segunda maior cervejaria depois da Ambev, que detém 68,4% do mercado.


Neste ano, o grupo inaugurou sua sétima fábrica, em Itapissuma (PE), ampliando a capacidade de produção em 6 milhões de hectolitros por ano, para 27,2 milhões de hectolitros. A unidade recebeu investimento próprio de R$ 600 milhões.


No começo do ano, a companhia informou que tinha como meta elevar sua receita em 35% neste ano, para R$ 12 bilhões. De acordo com Eliana, no primeiro semestre, o Grupo Petrópolis manteve sua participação de mercado, seguindo, portanto, o desempenho médio do mercado. Segundo dados do dados do Sistema de Controle de Produção de Bebidas (Sicobe) da Receita Federal, a produção de cerveja no primeiro semestre caiu 6,8%, somando 6,47 bilhões de litros.


A executiva acrescentou que o grupo manteve a participação porque ganhou espaço no Nordeste, com a fábrica nova. "O plano é ganhar participação de mercado também na região Sul. A maltaria será uma porta de entrada para avançar na região Sul", disse.


O grupo também começou a produzir e distribuir neste ano cervejas da inglesa SABMiller. O volume produzido, no entanto, é mantido em sigilo pelas empresas.



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